A série O Massacre da Serra Elétrica é prolífica em quantidade, mas bastante irregular na qualidade. Particularmente, assisti apenas ao original, de 1974, que não envelheceu muito bem; e ao remake de 2003, que é bem legal.
Este novo filme ignora praticamente tudo que rolou depois de 1974. Após os eventos mostrados no clássico de Tobe Hooper, a população local vai até a casa da família Sawyer clamar por justiça, e acabam botando fogo no lugar. Apenas um nenê sobrevive, que é adotado por um dos sujeitos que ajudou a matar os vilões. Algumas décadas depois, a nenê cresce e fica linda de morrer. Mais importante para a história, no entanto, ela descobre que é adotada, e que herdou uma mansão lá no Texas. Então lá vai a pimpolha com um grupo de amigos jovens e bonitos para conhecer o local.
A princípio, O Massacre da Serra Elétrica 3D parece ser um slasher tradicional, mas ele logo começa a brincar com as convenções do gênero e escapa de suas amarras. Quando você percebe para onde a história está indo, o final se torna um tanto óbvio, mas a ousadia de seguir por esse caminho ajuda bastante o filme a se destacar do grosso do terror teen.
A violência também o destaca. A série sempre primou pelo mais fino gore, e essa tradição é mantida aqui. Muitas coisas horríveis podem ser feitas com uma motosserra, e aqui o delfonauta terá o prazer de ver várias delas em ação.
E já que falamos em prazer, este filme deve ser um dos mais safados do gênero. Como se não bastasse a beleza da protagonista Alexandra Daddario, o elenco ainda conta com Tanya Raymonde, a Alex de Lost, que provavelmente vai te surpreender com seu nível de gostosura. E caso você não perceba isso naturalmente, o diretor John Luessenhop vai fazer questão de não deixar passar despercebido, colocando as garotas em figurinos mínimos e fazendo vários closes nos peitos e bundas das moças. Cá entre nós, eu não via tanta bunda feminina em close desde Avengers XXX, e aqui a vantagem é que, na maior parte do tempo, as bundas não vêm acompanhadas de bolas no mesmo plano.
Brincadeiras à parte, este é um filme que trata o original com respeito e admiração, incluindo várias referências à franquia. Por exemplo, o xerife se chama Hooper, referência direta ao diretor do longa de 1974, Tobe Hooper. Tem até uma ponta de Gunnar Hansen, ninguém menos que o próprio Leatherface original. Claro que você só vai perceber isso se for um grande fã do gênero slasher, já que o rosto do cara não é exatamente conhecido do espectador casual de cinema, mas convenhamos, ele estar na película dá um ar de legitimidade que falta em muitos números da franquia. Os efeitos 3D também são bacanas, com destaque para a cena em que a serra perfura um caixão.
O Massacre da Serra Elétrica 3D segue a tendência dos novos filmes de terror, que têm mais historia do que ser simplesmente uma sequência de fatalities. Pense em Jogos Mortais, para ter uma ideia do que esperar. Se a proposta lhe apetece, não tem muito como dar errado. Fazia tempo que eu não via uma boa produção de terror nos cinemas, e esta é uma delas.