O Imperador

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Ele está de volta, delfonauta. Um dos atores mais amados de todos os tempos. O mito, a lenda, o “careca cabeludo” mais famoso do mundo: Nicolas Cage está de volta aos nossos cinemas no primeiro filme dele a chegar em nossas telas neste 2015 que está apenas começando. Logo, pode esperar mais uns três ou quatro longas dele até o fim do ano.

Afinal, você pode falar o que quiser dele, menos que ele não é um sujeito prolífico e, como todo bom brasileiro, ele não desiste nunca e não tem medo de trabalhar, povoando o mundo com seus longas meia-boca e suas atuações sempre inquietantes. A bola da vez se chama O Imperador e se há uma boa notícia aqui é que desta vez Nicolau é apenas um coadjuvante, passando o posto principal para o Anakin Skywalker.

O truta é um cavaleiro que, traumatizado com toda a violência que cometeu nas cruzadas, se manda para a China para afogar as mágoas e acaba entrando de gaiato em uma nova aventura, tendo de proteger o jovem herdeiro do trono, perseguido pelo irmão mais velho que deseja matá-lo e usurpar o poder para si.

De fato, Cage, que interpreta o mentor do cavaleiro, realmente aparece pouco na película, mas não se engane. Apesar de tecnicamente não ser “um filme de Nicolas Cage“, ele tem todas as características de tal, como ser totalmente genérico, facilmente esquecível e, se as locadoras ainda existissem, seria do tipo que ficaria eternamente acumulando ácaros na prateleira de ação, ao lado das fitas (isso mesmo, fitas, porque é mais old school) protagonizadas por gente do porte de Mark Dacascos e Lorenzo Lamas.

Quer saber o que é mais irônico? É bem capaz que se o Nicolas Cage fosse o ator principal (e poderia muito bem ser) ao invés do insosso Hayden Christensen, este negócio até poderia ganhar no quesito podreira, garantindo uma bem-vinda aura trash.

Basta ver o modo como o senhor Gaiola abrilhanta as passagens em que aparece com sua típica atuação histriônica no maior estilão de quem há tempos anda consumindo algumas substâncias que não estão exatamente dentro da legalidade. O cara tem umas escolhas de atuação bem fora do convencional, isso não dá para negar.

O resto você já sabe como é: não é uma porcaria, mas passa longe de ser bom, o roteiro é fraco, as cenas de ação até divertem, mas não são marcantes e dá para adivinhar tudo que vai acontecer sem precisar gastar mais que um neurônio. Pelo menos é curto e movimentado o suficiente para não cair no tédio, o que já é alguma coisa.

Seja como for, está longe de ser o tipo de filme que vale a pena ser visto na tela grande. E mesmo na pequena, com certeza deve haver opções melhores. Assim, só dá mesmo para recomendar O Imperador aos fãs do grande Nicolas Cage. Vamos, não se escondam, eu sei que vocês estão por aí em algum lugar. Então aproveite o espaço de comentários para saudar esta figura tão adorada. E nos vemos daqui a uns três meses, quando chegar outro filme dele aos cinemas.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
o-imperadorPaís: Reino Unido/EUA/França<br> Ano: 2014<br> Gênero: Ação<br> Duração: 99 minutos<br> Roteiro: James Dormer<br> Elenco: Nicolas Cage, Hayden Christensen e Andy On.<br> Diretor: Nicholas Powell<br> Distribuidor: Imagem<br>