Na sua opinião, o que torna um filme de terror memorável? Uma sucessão de sustos ou uma história realmente aterrorizante?
Remake estadunidense do japonês Ju-On: The Grudge, o esperado O Grito chegou ao Brasil neste dia 7 de janeiro envolto em muita expectativa. Afinal, um dos filmes de terror mais legais dos últimos tempos, O Chamado, também é um remake de um filme nipônico.
A história de O Grito é bem básica: quando alguém morre em uma situação de muita tristeza ou raiva, seu espírito permanece no local da morte penalizando todos os que ali entrarem. Nada contra histórias básicas, até porque adoro filmes que partem do principio “casa mal-assombrada”.
E aí voltamos à pergunta do primeiro parágrafo, pois O Grito é sem dúvida assustador. Porém todo o medo que ele causa vem de cenas e situações tensas, não de uma história intrigante, como em O Chamado. Desde o começo, fica claro o que está acontecendo, privando o filme de um clímax revelador, como acontece em Os Outros, por exemplo. Claro, créditos devem ser dados ao filme, pois boa parte de suas cenas assustadoras realmente têm que ser assustadoras. Isso distingue o remake da safra recente do terror estadunidense, onde quase todos os sustos vêm de gatos correndo, alguém colocando a mão no ombro do protagonista e etc. Curiosamente, a assustadora vilã do filme é, na verdade, até bonitinha. Nada de mortos deformados ou coisas do tipo. É apenas uma atriz pintada. Por incrível que pareça, isso deixa o filme até mais assustador.
No fim, tudo se resume ao que você espera de um filme de terror. Se sentir medo for seu principal objetivo, O Grito vai satisfazê-lo com louvor. Agora se você espera revelações bombásticas e uma mórbida curiosidade para saber o que está acontecendo… bem, ainda assim assista, já que não tem nenhum outro filme de terror passando no momento. Pelo menos você vai levar alguns sustos. Isso é garantido.