Creio que toda criança já sonhou em algum momento em ser astronauta quando crescesse. Claro, o número delas que realmente atingiu esta meta é minúsculo. Ainda assim, pequenos sonhadores continuam diariamente imaginando como seria ir para o espaço.
No Mundo da Lua, como o título nacional já entrega, trata desta fantasia tão tipicamente infantil. Mike Goldwing é filho e neto de astronautas, mas prefere passar seus dias surfando com os amigos. No entanto, quando um milionário excêntrico planeja ir de maneira privada até a Lua com objetivos escusos, e ainda acusa a NASA de ter forjado a ida do homem até lá, tudo muda de figura.
A agência decide responder enviando uma nova expedição, com o pai de Mike no comando. Contudo, altas confusões se sucedem e quem acaba decolando rumo ao satélite é Mike, acompanhado por uma amiga e pelo avô dele. Caberá ao trio pegar a bandeira estadunidense fincada lá pela Missão Apollo e provar ao mundo que o homem já havia andado por lá e assim frustrar o ricaço doidão.
A animação é simpática e movimentada o suficiente para prender a atenção da garotada, mas é algo apenas ok, não ficará gravada na memória deles. O design dos personagens e da animação em geral é competente e o tema é bacana, embora pudesse claramente render muito mais nas mãos de um estúdio de animação mais consagrado.
Aliás, é até estranho que esta seja uma produção totalmente espanhola, mas a história gire em torno de personagens estadunidenses, da NASA e da bandeira dos EUA na Lua… Bom, vai ver eles simplesmente acharam que esse tema atrairia mais bilheteria mundial.
Embora possua algumas piadas para os adultos, como a brincadeira em cima da teoria da conspiração de que a chegada do homem à Lua não passou de uma farsa filmada em estúdio e dirigida por Stanley Kubrick, o foco é mesmo na garotada, por isso o roteiro acaba sendo mais uma desculpa para justificar as muitas correrias espaciais dos personagens que qualquer outra coisa.
Afinal, por que diabos a NASA faria trajes espaciais tamanho infantil e convenientemente os estocaria dentro do foguete que a princípio só levaria adultos? Melhor mesmo é esquecer esse tipo de questão sem resposta, desligar o cérebro, e tomar uma overdose de cores e movimentos.
Nesse sentido, a coisa toda funciona razoavelmente bem, e os 94 minutos de duração passam rapidinho. Contudo, com os créditos finais ainda rolando, você já começou a esquecer do que assistiu. Mesmo assim, como programa de matinê para levar a criançada num fim de semana à tarde, com o objetivo de uma diversão ligeira, No Mundo da Lua cumpre seu papel.