Não Ouvi e Não Gostei: Nightwish – Dark Passion Play

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O Nightwish é certamente a banda que eu mais adoro odiar. Sério. Vale muito a pena falar mal da banda por várias razões, mas a principal delas é que os fãs deles são ainda mais chatos que os já chatíssimos fãs do Iron Maiden e costumam ter reações engraçadas a críticas à banda.

O disco novo deles, Dark Passion Play, está sendo esperadíssimo pelos fãs e, acredito, pelos críticos também. Será o primeiro com a nova vocalista, Annete Olzon, depois da saída da enjoada Tarja Turunen. O resto da banda continua a mesma.

Bem, e enquanto o disco não sai? Para ajudar a resolver o problema de ansiedade dos fãs, farei uma resenha de como ele será. Afinal de contas, o DELFOS está aqui para vos servir, nobres delfonautas. Ah, sim, esta resenha foi baseada na resenha da revista finlandesa Imperiumi, pois eu ainda não tive o (des)prazer de ouvir o desgracento.

Até onde sei, o disco terá 75 minutos e treze músicas. Cara, isso é muito, muito, muito tempo de duração. Aparentemente, Tuomas Hullabaloola (ou algo que o valha), tecladista, dono da banda e principal compositor caprichou na megalomania. Isso é mau sinal, pois eu ainda estou acreditando até agora que o disco será de Death Metal como eles anunciaram no dia primeiro de abril deste ano. E eu nunca vi um disco de Death Metal com esse tamanho todo.

Bem, vamos às “canções” desta redefinição da música (ou possivelmente do Death Metal) como a conhecemos.

A primeira se chamará The Poet And The Pendulum, e terá 14 minutos de duração. Ela estará repleta de orquestrações soníferas, pianinhos e vocais operísticos tanto da nova vocalista como de um moleque castrati. Duetos, sabe? Passagens tranqüilas, passagens semi-rápidas, blá blá blá. Eu certamente dormirei como nunca no meio dessa obra prima do Nightwish, salvo se ela realmente for uma música legalzona de Death Metal cheia de blastbeats e mudanças de tempo. Ainda acredito que o Tuomas possa caprichar, pois afinal de contas a Suécia está pertinho da Finlândia, e eles são mestres na fina arte do Death Metal. A Finlândia, por outro lado, é conhecida pelo seu fraco Metal Melódico. Bom, talvez depois de ouvi-la, eu possa falar mais sobre ela.

Após isso, a outra música começará. Ela se chamará Bye Bye Beautiful e será um single modernoso igual à horrorosa Wish I Had An Angel. Os fãs gostarão dela, os não fãs odiarão, e mesmo assim o aquecimento global ameaçará nosso futuro. Caso ela realmente seja um Death Metal, entretanto, eu sugiro à banda que troque o nome. Bye Bye Beautiful é provavelmente o nome menos true que eu já ouvi até hoje. Será que o Marco Hietala (ou algo parecido) sabe cantar gutural?

Antes que eu acorde direito depois da primeira música incrivelmente longa e da segunda incrivelmente comercial, Amaranth e seus futuros pianinhos comecará a tocar. Eu provavelmente ficarei com sono mais uma vez, mas meu futuro profissional no DELFOS estará em jogo e eu terei que despertar de uma vez por todas. O refrão será grudento, provavelmente, e, caso a banda tenha falado a verdade em abril, é até possível que haja alguma influência do At The Gates, uma ótima banda de Death Metal sueca que infelizmente não foi para frente porque os fãs de Melódico da Terra do Papai Noel não compravam os discos deles.

Já plenamente acordado e suando frio por saber que o disco não acabará logo, a música que começará a tocar é Cadence Of The Last Breath. Será uma música muito pomposa e dificílima de se “pegar”, mas não de um jeito bom como uma música saída do Morningrise do Opeth, e sim naquele estilo cacofonia-sonora. A essas horas eu já terei começado a pensar em fazer um genocídio de sopranos.

Master Passion Greed será extremamente chata, e metida a Thrash. Hahaha, como se o Nightwish fosse capaz de escrever uma música nesse gênero. Será dificil para mim não querer tirar essa desgraça do som e colocar Pleasure To Kill do Kreator. Claro, a não ser que realmente Dark Passion Play seja um disco de Death Metal.

Eva? Nenhuma música com nome de mulher costuma ser true. Malditas bandas góticas. Essa música poderá ser uma homenagem à banda que inspirou o Nightwish, o Evanescence. Calma, calma, eu sei que Nightwish veio antes. Estava só brincando. Juro. Enfim, pelo nome, essa música será bem calminha e irrelevante. Tipo aquelas músicas que você coloca para bebês dormirem.

Hmmmm, a próxima se chamará Sahara. Essas músicas com riffs orientais geralmente são legais, mas é claro que o novo hit do Nighwish será chato. Por que não ouvir Powerslave do Iron Maiden ou, melhor ainda, Rising do Rainbow?

Whoever Brings The Night começará me intrigando pelo nome, pois o Nightwish é conhecido por fazer trocadilhos usando as palavras Night e Wish. Tenho certeza de que até o lançamento do disco o nome da música mudará para Whoever Wishes The Night. Se Hullabaloola ler esta resenha e realmente ainda estiver idealizando um disco maneiro de Death Metal, eu sugiro o nome de Rotten Corpses Infest The Evil Nightmare ou The Lord Of The Flies Kills Under A Cursed Moon. A música? Ah, sim, ela felizmente terá acabado até eu pensar nesses nomes todos e eu não terei prestado muita atenção.

Oh, Thor, por favor mande um de seus trovões para acabar com a minha agonia nesse dia que ainda está por vir, quando hei de ouvir esse disco. For The Heart I Once Had será a música mais comercial de todas da nova maravilha suprema do Nightwish, e fará a Avril Lavigne corar de vergonha. Sabe, eu tenho que dizer que sempre achei várias coisas Pop dos anos 80 muito bem feitas. Eu… preciso confessar que gosto de Roxette. Não há vergonha nisso. Eles são da Suécia, portanto são true. Já o Nightwish é da Finlândia, portanto não é true.

O disco terá mais três músicas, e eu terei que falar delas. Eu não ganho para isso, é sério. The Islander será mais uma daquelas músicas cheias de frescuras de pianinhos, violininhos e flautinhas que a tornarão simplesmente impossível de ser ouvida por um headbanger que tenha algum respeito próprio. Eu falei numa resenha que ainda não foi publicada sobre uma declaração do Chuck Schuldiner do Death falando sobre a separação do gênero que acontece quando dizemos que algo é Thrash Metal, algo é Death Metal, e por aí vai, e que tudo deveria ser apenas Metal. Caso ele tivesse vivido para ouvir esse disco, chegaria à conclusão de que algumas separações são saudáveis. Se bem que Nightwish não é Metal, e sim Pop, então não conta. Parece que esta coisa terminará com sons de oceano, então talvez nem Pop seja, e sim New Age. Posso usar um palavrão aqui, Corrales?

Howl! Seven Days To The Wolves é um nome idiota para uma música, mesmo que ela seja de Death Metal como eu espero que seja. Provavelmente a música mais chata do disco até a última chegar, pois a paciência de qualquer um com bom gosto musical já terá se esgotado há muito tempo. E eu começarei a odiar orquestras inconscientemente.

Finalmente chegaremos à última música deste opus grandiosíssimo do Nightwish. Meadows Of Heaven, oficialmente o nome mais metrossexual que uma música algum dia terá. Essa terá cara de ser daquelas que, enquanto a vocalista canta, fica balançando os bracinhos mostrando que se torna uma com a música que canta, cheia de emoção e o cacete. Dane-se essa droga. Metal é para bater cabeça, não para pensar em elfos, saco. E essa política de “não-palavrões” do DELFOS limita consideravelmente meu formidável vocabulário. Ao final desta aqui, minha pressão estará mais ou menos a 7/3, e eu precisarei de sal, de um desfibrilador ou de Reign In Blood do Slayer, esse sim um verdadeiro disco de Metal.

Sério, o Nightwish não tem razão para existir senão para pagar jabás a revistas de Metal para que eles falem bem dos seus discos, que vendem bastante para elfos góticos e vampiros saltitantes por aí. Mas, como não estamos na folha de pagamento da banda, somos um site muito profissional e não estamos nessa pelo dinheiro, mas pela ideologia. Por isso mesmo já deixamos a resenha pronta até antes de ouvirmos o disco. Foi divertido.

O Guilherme vai escrever uma resenha oficial quando o CD sair. E promete demonstrar o mesmo carinho que colocou no texto que você acaba de ler e nesse aqui.