Parece que comédias não-engraçadas estão na moda. Porém, ao contrário daquele monte de filmes grosseiros que têm estreado ultimamente, sou obrigado a admitir que esse é muito bom, embora não engraçado.
Conhecemos aqui dois matadores de aluguel que, após um serviço, são obrigados a passar alguns dias em Bruges, cidadezinha histórica da Bélgica. Enquanto um deles está feliz pela oportunidade de conhecer esta cidade de conto de fadas, o outro não vê a hora de voltar à civilização.
A partir daí, quase nada acontece. O curioso é que, mesmo assim, o filme é bom, especialmente pelo roteiro excelente. Parece até aqueles clássicos do Martin Scorsese. Manja Taxi Driver? Então, se você fosse fazer uma sinopse dele, o que diria além de “um cara arranja emprego de taxista”? Nada mais acontece, pô! E mesmo assim o troço é bom! Não dá para entender o motivo, mas é!
Só que Taxi Driver não é uma comédia. Na Mira do Chefe, teoricamente, é. Teoricamente porque ele não faz rir. Também não é um drama sisudo, mas chamar de comédia é dar uma idéia errada. Repare que eu nem coloquei o gênero aí na ficha técnica, simplesmente porque eu não sei classificá-lo.
Para ser justo, lá no final do filme, depois que o Voldemort (Ralph Fiennes) dá as caras, ele acaba assumindo o lado de comédia e rolam provavelmente os diálogos mais absurdos sem a participação do John Cleese já realizados no cinema. Aí, sim, dá para dar umas risadas, mas, ainda assim, é um trecho muito pequeno de um filme relativamente longo. Não é o suficiente para chamá-lo de comédia.
Não é comédia, não é drama e não acontece praticamente nada. Eu sei que o prognóstico não é muito positivo e é até difícil de imaginar. Mas dê uma chance a ele. Você provavelmente também vai gostar.