A Disney continua com seu projeto de refilmar seus filmes antigos para live action. Este ano já tivemos Mogli: O Menino Lobo e agora chega aos nossos cinemas Meu Amigo, o Dragão, remake da produção de mesmo nome de 1977 que misturava atores reais com um dragão de desenho animado.
Contudo, devo dizer que nunca tinha havido falar dessa produção antes. Não sei se ela é um clássico da empresa que nunca me foi apresentado, se é um cult da casa do Mickey ou se a Disney está apenas raspando o fundo do tacho, refilmando qualquer coisa que eles considerem que possa render um troco nas bilheterias.
Seja como for, somos apresentados aqui à singela história de amizade entre o garoto Pete (Oakes Fegley) e o dragão Elliot. Acontece que, durante uma viagem de férias pela floresta, Pete e seus pais sofrem um acidente de carro. O garotinho fica órfão e, vagando pela mata, é encontrado pelo dragão Elliot, que cuida dele e se torna seu melhor amigo.
O tempo passa e Pete logo vai sair do isolamento, ao se deparar com a guarda florestal interpretada pela Bryce Dallas Howard e a família dela. Só que Elliot, como todo amigo fiel, vai atrás do garoto, o que certamente irá causar altas confusões da pesada na cidadezinha onde se passa a história.
Esta é uma produção menos focada na família como público-alvo e muito mais em crianças menores, visto que é uma história bem inocente e bobinha, com poucos atrativos para quem já tem mais de dez anos de idade. Centrada, obviamente, na amizade entre Pete e Elliot, fora isso ele oferece muito pouco.
Claro, quando o dragão está em cena, é sempre divertido, principalmente pelo fato dele se comportar como um cachorro, farejando, correndo atrás do próprio rabo e por aí vai. Contudo, quando o foco muda para o núcleo humano, o ritmo cai drasticamente.
O roteiro é um tanto desconjuntado e não sabe bem se foca só numa história de amizade ou se parte também para uma aventura estilo Sessão da Tarde. Também fica indeciso em transformar o personagem do Karl Urban num vilão tradicional ou apenas num sujeito que, como qualquer pessoa normal, quer provar sua “trueza” capturando um dragão.
Assim, o filme acaba caindo naquela categoria do “bonitinho, mas ordinário”. Tivesse mais dragão, que convenhamos, é o que todos que irão assistir a este filme querem realmente ver, e menos do núcleo humano que é bem morno, certamente poderia ser mais divertido.
Da forma como ficou, acaba como um filme nada. Pouco atraente em vários momentos, divertidinho em outros e rapidamente esquecível assim que os créditos sobem. Contudo, se você tem uma criança pequena para levar ao cinema, pode ser que a fofura do dragão verde e peludo seja o suficiente para garantir a alegria dos pequenos.
