Eu adoro filmes com monstros gigantes, especialmente quando o título é especialmente engraçado (tipo Maldita Aranha Gigante, que em inglês chama Big Ass Spider). Assim, você deve imaginar minha empolgação por um com o nome Megatubarão. Curiosamente, o título em inglês, The Meg, não é tão divertido, e admito que eu só fui entender a que ele se referia ao assistir.
Pois é, ao contrário do que a temática e o título tupiniquim sugerem, Megatubarão não é um filme B. Infelizmente. Trata-se de um filme de ação tradicional, divertido e bem humorado, um típico Testosterona Total, mas não um filme B.
EU NÃO SOU LOUCO, SÓ VEJO COISAS QUE OS OUTROS NÃO VEEM
E sabe que no início, Megatubarão tem até um jeitão meio ficção científica? Uma coisa meio O Enigma de Outro Mundo. A gente acompanha um time de cientistas que está pesquisando a Fossa das Marianas. Este é o lugar mais profundo da Terra, mas essa turminha acredita que o fundo na verdade é apenas uma neblina. Se eles conseguirem atravessar, um novo mundo aguarda, com criaturas que evoluíram separadamente das que conhecemos.
É um tipo de história que me agrada muito. Aliás, é um momento muito mágico quando eles de fato atravessam a neblina, e encontram um monte de peixes estranhos. Claro, um desses peixes é o…
MEGATUBARÃO
Curiosamente, o Megatubarão do título não é uma criatura mágica, criada pela ciência ou simplesmente desconhecida, como é comum em filmes de monstros gigantes. Não, se trata de um conhecido e catalogado Megalodonte (entendeu o título original?), um tubarão branco-gigante que realmente existiu e viveu há mais de dois milhões de anos. E ele realmente é grande.
O bicho demora para aparecer, e achei que fossem repetir a decepção de Godzilla, em que o monstro mal aparece. Felizmente, não é o caso. Tem tubarão adoidado por aqui. Obviamente, depois de experimentar carne humana, ele ganha um gosto pela coisa e acaba chegando à superfície em busca de novas vítimas. Isso exige que o time de cientistas e o herói de plantão (Jason Statham) comecem um jogo de gato e rato para ver quem mata quem primeiro.
MEU DINHEIRO TÁ NO TUBARÃO!
Como um bom Testosterona Total, você não vai assistir isso aqui pela história. Ela é bem básica, mas traz cenas de ação bem empolgantes. Em especial, sempre que o tubarão aparece é de ficar boquiaberto.
Minha principal picuinha não é nem com este, mas com o gênero “monstros gigantes” como um todo. Você já reparou como sempre tem uma ou mais cenas de um ataque stealth? Por exemplo, em Cloverfield, o cara tá se filmando, daí ele olha para trás e o bicho está fungando atrás dele, mas até este momento estava em completo silêncio.
Convenhamos, stealth não é uma das muitas habilidades destes monstros assassinos e essas cenas acabam ficando engraçadas não intencionalmente. Não consigo entender porque todo filme do gênero a repete. É tipo o maldito gato saindo do armário em longas de fantasmas.
4D, MEU!
A Warner FNORD! permitiu que os jornalistas escolhessem se iriam assistir a Megatubarão no Imax ou na sala 4D. Eu, claro, escolhi a 4D. E este é o tipo de longa que vale a investida, graças a suas cenas de ação frequentes, exageradas e, neste caso literalmente, molhadas.
Logo no início, o personagem do Rainn Wilson sai de um helicóptero e a câmera mostra um dos cientistas de trás, seus cabelos balançando ao vento. Pois o cinema realmente criou um ventinho e meu próprio cabelo foi empurrado para a frente dos meus olhos. E este é só um exemplo sem spoilers dos vários momentos bacanas que acontecem assistindo a Megatubarão em 4D. Esses ingressos são salgados, e devo dizer que eu pensaria duas ou três vezes antes de investir neles, mas que é legal, é.
No entanto, eu tive um problema. No meio do filme, minha poltrona parou de se mexer. Inicialmente, achei que era assim mesmo, mas daí percebi que as outras fileiras estavam no maior terremoto. Mudei de lugar, e minha nova poltrona também não se mexia. Só após levantar uma segunda vez voltei a usufruir da sessão como originalmente planejada.
Neste caso, não foi um grande problema. Para começar, eu não paguei para estar lá e, como os jornalistas foram divididos em duas salas, havia lugares livres em abundância. No entanto, eu ficaria bastante chateado se tivesse comprado o ingresso com lugar marcado e sala cheia, o que impossibilitaria mudar de lugar. Vale a dica para quem quer experimentar a tecnologia: aparentemente ela pode quebrar no meio do filme.
Falando do longa Megatubarão em si, trata-se de um bom filme de ação em alto mar, com o imenso benefício de ter um monstro gigante matando gente. Hum… todo filme de ação deveria ter monstros gigantes assassinos, não acha?