Maze Runner: Correr ou Morrer

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Creio que todo mundo sabe como a cabeça dos executivos de Hollywood funciona. Se alguma coisa fez sucesso, é só fazer mais do mesmo. Seguindo essa lógica simples, uma das modas da vez é a adaptação de romances destinados ao público chamado “jovem adulto” (adolescentes e pós-adolescentes, basicamente).

Jogos Vorazes fez uma cacetada de dinheiro e não demorou a pipocar outras franquias em potencial baseadas na literatura young adult. Maze Runner: Correr ou Morrer é mais uma adaptação cinematográfica a tentar a sorte nesse nicho.

O adolescente Thomas é transportado sem qualquer explicação e totalmente desmemoriado para uma clareira habitada por outros jovens na mesma situação que ele. Para tornar tudo mais divertido, o lugar fica no centro de um gigantesco labirinto povoado por criaturas mortíferas.

Caberá a ele tentar achar uma saída do lugar, tornando-se um dos chamados “corredores” (os encarregados de entrar e mapear o labirinto) e descobrir porque toda aquela galera foi colocada lá, bem como o motivo de todos terem tido suas memórias apagadas.

Com ecos de O Senhor das Moscas, por tratar de um bando de adolescentes abandonados tentando se virar sozinhos e criar uma ordem social entre eles, a história na verdade é mais infanto-juvenil do que Jogos Vorazes, só para manter a comparação. Muito mais bobinha e cheia de absurdos. A tal corporação responsável, com seu nome CRUEL, parece algo saído de um desenho animado dos anos 80. E a revelação do motivo deles estarem naquele lugar não faz o menor sentido.

Contudo, relevando-se esses aspectos mais simplórios, o filme até que funciona bem e é bastante movimentado. Apesar de não ter nenhum nome conhecido no elenco (o rosto mais famoso é o do moleque que faz o Jojen Reed em Game of Thrones), a produção é caprichada, o cenário é bem construído e as cenas de ação se sustentam bem.

É um filme-pipoca funcional. Não chega a ser tão genérico quanto imaginava que seria, mas também não é algo particularmente marcante. São 113 minutos que cumprem o papel de divertir, mas não apresenta o suficiente para poder ser considerado o início de uma nova franquia promissora.

Até por ser destinado mais a um público pré-adolescente, a molecada mais velha, com mais bagagem cinematográfica, com certeza já deve ter visto coisas melhores do gênero e não deve se empolgar tanto assim com Maze Runner. Mas o pessoal mais novo com certeza pode se divertir numa sessão do filme.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
maze-runner-correr-ou-morrerPaís: EUA<br> Ano: 2014<br> Gênero: Ação<br> Duração: 113 minutos<br> Roteiro: Noah Oppenheim, Grant Pierce Myers e T.S. Nowlin<br> Elenco: Dylan O’Brien, Kaya Scodelario e Will Poulter.<br> Diretor: Wes Ball<br> Distribuidor: Fox<br>