Livelock

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Eu gosto bastante do gênero twin stick shooter. Ultimamente, graças a excelentes lançamentos nos últimos anos, daria a ele a coroa da diversão descompromissada nos games.

Livelock chega hoje às plataformas digitais e, claro, trata-se de um twin stick shooter. Para ser mais específico, aqui você controla robôs gigantes que passam algumas dezenas de fases explodindo outros robôs gigantes. É de uma sutileza poética tão grande que me surpreende que façam jogos com outras temáticas, considerando que tudo fica melhor com explosões e robôs gigantes.

Você pode escolher entre três robozões. Tem o sniper, que é bom para atacar de longe; o fortão, que ataca de perto e; claro, a mina, que é a classe de suporte e cura os coleguinhas.

Foi bem difícil escolher um deles para minha campanha. Joguei a primeira fase três vezes, uma com cada um, para ajudar a decidir, mas gostei dos três. Daí fiz a mesma coisa na segunda, e na terceira. Finalmente, escolhi jogar com o fortão, assim como fiz na vida real.

O fortão, chamado de Vanguard, começa sem armas de fogo, mas com um soco que é descrito pelo próprio jogo como overpowered. De fato, seu soco é pelo menos dez vezes mais potente que a arma dos seus colegas. E não demora para ele ganhar também uma arma de fogo, um canhão muito legal.

Tem upgrades a rodo aqui. Cada vez que você passa de fase, sobe de nível e destrava alguma coisa. Nos primeiros níveis, você ganha novas armas e habilidades. Cada personagem tem seis armas, das quais você pode escolher três antes de cada fase. Cada um também tem cinco habilidades, e você pode usar três por vez.

A moça tem um canhão automático, completo com ela falando “say hello to my little friend” quando usa, enquanto o sniper tem minas.

O fortão, que foi o que eu evoluí até o fim, consegue bombardear uma área por alguns segundos, causar uma explosão ao seu redor e até rasgar um buraco no chão. O que inicialmente parece uma fraqueza (seu ataque principal ser um soco), acaba ajudando bastante, pois alguns dos inimigos mais avançados têm escudos que refletem os tiros, mas não conseguem fazer nada contra seus explosivos socos.

O visual de Livelock não vai impressionar ninguém, mas isso não significa que é um jogo feio. Pelo contrário, ele é bem colorido e utiliza tonalidades vibrantes, lembrando os jogos de arcade dos anos 90. Pena que ele não tem músicas mais proeminentes e bacanas. O climão testosterona total do jogo encaixaria perfeitamente com uns solos de guitarra e é uma pena que a maior parte role sem música nenhuma.

Há também alguns pequenos problemas que eu devo falar. Ele chegou a não apenas travar uma vez, mas a reiniciar o Xbox One sozinho depois de travar. Além disso, é comum dizer que perdeu a conexão e te retornar ao menu principal, causando a perda de todo o progresso da fase, mesmo que você continue conectado à Live normalmente.

Talvez a principal falha seja a ausência de um modo cooperativo local. Livelock é claramente pensado para ser jogado com miguxos, mas inexplicavelmente você não pode chamar uns camaradas e dividir o sofá. Há cooperativo online, mas eu tive bastante dificuldade para encontrar outros jogos e ninguém entrou no meu em nenhum momento.

Claro que, considerando que eu joguei antes do jogo ter sido oficialmente lançado, isso pode não refletir a sua experiência após o lançamento. Imagino que, considerando quão divertido Livelock é, e como fica ainda melhor com outras pessoas, sua comunidade online se torne bem animada.

Livelock é um jogo deveras divertido, que vai agradar todo mundo que gosta de twin stick shooters e/ou de robôs gigantes. E ele é até bem longo para o gênero, com mais de 20 fases, que duram algo entre 10 e 20 minutos cada. Eu terminei uma vez com o Vanguard e estou empolgado para voltar lá com os outros robôs e nas dificuldades mais altas. Nos vemos na Xbox Live!

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
livelock-3Ano: 30 de agosto de 2016<br> Gênero: Twin stick shooter<br> Plataforma: PS4, Xbox e PC<br> Fabricante: Tuque Games<br> Versao: Xbox One<br> Distribuidor: Perfect World<br>