John Wick – Um Novo Dia Para Matar

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O filme John Wick, que em nossa terrinha verde-amarela recebeu o nome de De Volta ao Jogo, surpreendeu geral por ser um Testosterona Total descompromissado e bastante convincente. Não deu outra, aqui está a continuação, que infelizmente não foi batizada de De Volta ao Jogo Outra Vez.

Após vingar a morte de seu cachorro no filme anterior, nosso herói John Wick (Keanu Reeves) decide voltar para casa e morgar com seu novo dog. Não demora para um antigo conhecido tocar sua campainha trazendo uma promissória. Isso significa que João Maligno deve um favor para o dito-cujo, e é um favor que ele não pode recusar.

Sinopse simples, bem básica, e que todos nós já vimos em dezenas de filmes, especialmente nos anos 80. Inclusive, se você arriscar adivinhar como ela se desenvolverá ao longo das duas horas de filme, eu diria que tem grandes chances de acertar.

Felizmente, ninguém assiste a um Testosterona Total pela história, o que significa que Um Novo Dia Para Matar traz uma trama tão genérica quanto seu título nacional, mas ao mesmo tempo é muito divertido e empolgante.

Todas as características de um bom Testosterona Total estão aqui. As cenas de ação são extensas, complexas e muito bem dirigidas. Tem perseguição em veículos, briga de facas, tiroteios e até uma parte envolvendo um lápis que vai arrancar muitas risadas e gritos de nojinho.

Aliás, falando em risadas, o humor é bastante proeminente por aqui. Se o anterior até tinha uma pegada de sátira, aqui ele abraçou seu lado fanfarrão sem medo de ser feliz. Pense na diferença entre o primeiro e o segundo Exterminador do Futuro e vai ter uma ideia da mudança de tom do anterior para este.

O longa é cheio de cenas do tipo “não acredito que ele fez isso” e, se você é como eu, vai ficar com vontade de aplaudir cada uma delas. Ou então você não sabe brincar, vai achar o filme forçado demais e vai sair antes da sessão terminar.

Uma coisa que me chamou a atenção é que não temos romance ou nem mesmo um interesse amoroso no longa, o que é raríssimo no gênero. Temos uma moça bonita, a Ruby Rose, que ganhou o coração cyrinal com suas madeixas azuis em xXx: Reativado. Aliás, é curioso que semanas atrás eu só conhecia essa atriz do Orange is the New Black e ela estreou três grandes filmes quase juntos (xXx, este e Resident Evil 6). A carreira dela realmente anda de vento em popa, e é bom que eu falei isso porque todo texto que se preza deve conter a palavra “popa”.

Outra participação que vale comentar é a de Laurence Fishburne, que reencontra Keanu Reeves tantos anos depois de Matrix. Infelizmente, esta pareceu uma oportunidade perdida. Acontece que quando os dois se reencontram, Laurêncio fala “John Wick, o homem, a lenda”, etc, etc. Eu fiquei esperando ele soltar um “the one” e fiquei deveras decepcionado por terem perdido a piada. A participação de Fishburne é basicamente uma ponta, mas esta pequena referência teria justificado tudo.

John Wick: Um Novo Dia Para Matar é um filme muito divertido, bem do jeito que a gente gosta aqui no DELFOS. Se você também curte a mistura de um longa de ação com muitas risadas, vai ser bem difícil encontrar uma pedida mais bacana do que esta no cinema.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
john-wick-um-novo-dia-para-matarPaís: EUA<br> Ano: 2017<br> Gênero: Testosterona Total<br> Duração: 122 minutos<br> Roteiro: Derek Kolstad<br> Elenco: Keanu Reeves, Riccardo Scamarcio e Ian McShane, Ruby Rose, Common, Laurence Fishburne, John Leguizamo e Bridget Moynahan.<br> Diretor: Chad Stahelski<br> Distribuidor: Paris<br>