Todo mundo que pensa em ser crítico de cinema, logo se imagina escrevendo e assistindo a filmes esperadíssimos e detonantes. Porém, o fato é que o dia a dia da profissão é composto, em sua maioria, por longas desconhecidos e/ou genéricos. O primeiro é o caso deste Intrigas de Estado. Você pode até já ter ouvido falar dele, mas vai dizer que o aguardava ansiosamente? Claro que não.
O elenco, composto de nomes conhecidos, mas não exatamente queridos, também não ajuda muito. Ou algum delfonauta faz questão de assistir qualquer coisa onde o Russel Crowe dê as caras?
As expectativas não podiam ser mais baixas e, diante desse cenário, Intrigas de Estado cumpre seu papel. É interessante e diverte bastante durante suas pouco mais de duas horas, mas dificilmente vai aparecer nas listas de melhores do ano por aí (ou melhor, por aqui).
Saca só: Ben Affleck é um político cuja amante é repentinamente assassinada. Ao chorar na TV, revela seu caso com a teteia (acabo de me tocar que teteia não é mais acentuado e isso me torna um panda triste. Maldita rephorma hortográphica anti-lingüiças!) e a mídia cai em cima. Felizmente, ele é amigo do Russel Crowe, que é um jornalista verdadeiramente imparcial (ou não) e vai ajudá-lo a desvendar o crime que logo se mostra uma teia conspiratória de fazer inveja ao Dan Brown. Fnord, baby!
Como as regras nerds ditam que temos que assistir qualquer coisa que invoque a palavra “fnord”, você tem que assistir isso. Mas não priemos cânico! Trata-se de um excelente filme que, embora se arraste um pouco em alguns momentos, faz muito bem o que se propõe.
Existem discussões políticas, jornalísticas, corporativas e até sobre as recentes guerras particulares (tipo os famosos PMCs dos quais o Hideo Kojima tanto gosta). E elas são bem interessantes e dão ao filme um ar cabeça sem deixá-lo pedante – ou seja, no nível ideal.
Assim, vale a pena comprar o ingresso. Afinal, sua história, totalmente fnordiana, deve ser do interesse de qualquer nerd conspiratório que se preze. A não ser, claro, que você seja um deles. Neste caso, eu, uhn… preciso fazer uma coisa lá… uhn… no lugar…