Turrican é uma série muito querida dentro do gênero “tiro com plataforma”. Ao contrário de Contra, em Turrican as fases eram bem maiores e incentivavam a exploração, com dúzias de caminhos, chefes opcionais e um monte de vidas e upgrades para pegar. Turrican Flashback chegou em 29 de janeiro para o PS4 (roda no PS5, onde joguei) e Switch, trazendo quatro jogos da série.
TURRICAN FLASHBACK INCLUI:
- Turrican (1990), originalmente lançado para Comodore 64.
- Turrican II: The Final Fight (1991), lançado com este nome para Commodore 64, Amiga, Atari ST, CPC, Spectrum. Em 1992, ganhou ports para Mega Drive e Game Boy, chamadas de Universal Soldier. Não há informações até o momento de qual versão está presente na coletânea. Acredito que seja a de Commodore 64, que é a considerada original pelos criadores.
- Mega Turrican (1994), criado para o Mega Drive (versão aqui incluída), e depois lançada para Amiga sob o nome Turrican 3: Payment Day.
- Super Turrican (1993), versão de Super Nes. Não confundir com Super Turrican de Nintendinho que, apesar de ter o mesmo nome deste, era uma amálgama de fases dos dois primeiros.
Tirando as versões que repetem fases e gameplays em outras plataformas, a série está quase completa. Só faltou mesmo Super Turrican 2, que saiu em 1995 para o Super NES.
Seria legal que você pudesse alternar entre as várias versões de Turrican II, em especial as de Mega Drive e Game Boy e, pela curiosidade, poderiam ter incluído também Super Turrican de NES. Mas isso até passa. O que é realmente imperdoável é lançar uma coleção dessas e deixar um jogo de fora. Super Turrican 2 deveria ter sido incluído.
MIMOS E BENEFÍCIOS
Os jogos não trazem conteúdo extra. São as mesmas versões anteriormente disponíveis. Mas tem alguns benefícios de qualidade de vida. Em especial, você pode rebobinar o gameplay e salvar a qualquer momento, com saves independentes para cada jogo.
O menu também te ensina a fazer cheats, disponíveis em todos eles. Em geral são códigos que devem ser feitos com o jogo pausado ou no menu, e trazem benefícios como vidas infinitas ou invencibilidade. Particularmente, seria mais legal que permitissem simplesmente ativar os cheats pelo menu, no esquema “ligado/desligado”, sem necessidade de códigos, como fizeram nos ports de Doom clássicos. Minha sugestão para contornar isso é entrar com os cheats que desejar e criar um save. Daí, no futuro, quando quiser começar um jogo com vidas infinitas ou outros mimos, é só carregar o save.
Uma novidade é que todos os jogos, menos Super Turrican, trazem troféus. Porém, para brincar de ganhar troféus, você precisa escolher jogar os games como eles eram originalmente. Ou seja, sem cheats, saves nem rewinds. Cuén. Desnecessário, até porque acho muito difícil que alguém jogue esta coletânea sem querer ter opção de salvar.
OS JOGOS EM SI
Todos os Turrican aqui incluídos são muito parecidos, inclusive com algumas músicas iguais na trilha sonora (os arranjos são diferentes, explorando o potencial de cada plataforma). Os gráficos são bem variados, mas as habilidades são semelhantes. Turrican era um jogo bem complexo na época que saiu. Suas fases não têm a profundidade de um Metroid, mas, especialmente no final das campanhas, têm grande potencial de deixar o jogador perdido.
Inclusive, eu joguei o primeiro quase até o fim, mas acabei desistindo quando simplesmente não conseguia achar o caminho. Fiquei um bom tempo em um mundo que achei que seria o último, e daí passei dali para ficar 20 minutos andando para lá e para cá na próxima fase, sem progresso.
Curiosamente, o How Long to Beat diz que os jogos duram em torno de 90 minutos cada, mas eu fiquei três horas no primeiro até desistir. Admito que o achei um tanto longo demais, e por esses motivos acabei não me aprofundando tanto nos jogos posteriores até o momento. Joguei um pouquinho de todos, mas estou longe de dizer que detonei a série Turrican. Devo voltar a eles em algum momento do futuro.
Os jogos são legais e se tornam bem melhores com as possibilidade acrescentadas aqui. Em especial, rewind é algo que eu sinceramente acho que deveria ser padrão em absolutamente qualquer jogo.
O que eu achei mais curioso, aliás, é como a série migrou de um console para outro. Não que tenha muita história no jogo, mas essa era uma época em que jogos de Mega Drive continuavam no Mega Drive, e o mesmo valia para outros consoles. Turrican mostrou, antes de várias outras franquias, que era possível migrar. Assim, muita gente possivelmente não teve condições de jogar vários jogos da série legalmente até agora. E isso me deixa ainda mais chateado por não terem incluído Super Turrican 2.