De vez em quando, analisar jogos nos dá um privilégio. Sakuna: Of Rice and Ruin é um desses casos. O jogo visa misturar um simulador de fazendinha com uma jogabilidade tradicional de plataforma e porrada. Um desses lados me interessa muito. O outro, nem um pouco. Assim, apesar de ter me chamado a atenção, eu dificilmente arriscaria gastar meu rico dinheirinho nele. É muito arriscado. Mas cá estou eu para te ajudar a sair de cima do muro com mais informações.

SAKUNA: OF RICE AND RUIN

Os dois pilares de gameplay de Sakuna: Of Rice and Ruin são importantes, e não dá para escapar de nenhum deles. Porém, em matéria de tempo, ele exige muito mais dedicação no seu lado “jogo de ação” do que do “fazendinha”.

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Na foto: porrada.

Você controla Sakuna, uma deusa exilada do mundo superior para morar e sobreviver em uma montanha com um grupo de humanos. Acostumada com bajulação e abundância, ela vai ter que se esforçar para sobreviver, e é óbvio que vai perceber que os humanos também são importantes, e que mesmo os deuses podem ter uma relação simbiótica com eles.

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Na foto: fazendinha.

Funciona assim: você tem um mapa com áreas de ação em 2.5D que vão se abrindo conforme objetivos forem cumpridos. A qualquer momento, você pode voltar para “casa”, uma área em 3D, com movimentação livre de câmera.

Os dias têm duração, como Pikmin 3, e as estações do ano também têm sua função. Durante o dia, você passa explorando/caçando nas áreas de combate, ou então cuidando da fazenda. À noite, você escolhe o que fazer com os recursos acumulados. Quais comidas vai processar e quais vai comer, sempre tendo em mente que as sobras estragarão.

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O mapa onde você escolhe o que fazer.

Comer é importante, pois possibilita que você recupere vida fora de combate, e assim consiga explorar mais longe e por mais tempo.

HUM… GOHAN…

A questão é que a caça é tão importante quanto a plantação. Isso porque a colheita só rola uma vez por ano, no inverno. Então o que você faz com ela durante as outras três estações vai determinar o quanto de arroz será colhido, e o impacto que terá nas suas estatísticas.

A colheita é quando sua personagem ganha os upgrades de estatísticas mais parrudos.

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A tela de colheita, com o aumento das estatísticas do lado direito.

Assim, ao longo do ano, você vai liberando novas áreas de combate, com inimigos cada vez mais poderosos. Lá pelo outono, combates que eram resolvidos com quatro ou cinco ataques passam a exigir mais de trinta. É o jogo te falando para parar de lutar e focar na plantação.

Isso porque, durante primavera e verão, após plantar o arroz, você não tem muito o que fazer. Dá para colocar fertilizante e água, o que afeta a colheita, mas nada muito trabalhoso. É a partir do outono que a simulação de fazenda se tornará importante.

COLHEITA

É aí que você deve colher, colocar o arroz para secar e fazer outras coisas que eu, do alto da minha ignorância urbana, nem sei como traduzir.

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Tipo isso. Threshing, de… Thrash metal?

O processo é relativamente simples, porém é bem repetitivo, exigindo que você repita os mesmos comandos centenas de vezes, o que leva uns dias de jogo.

E talvez esse seja o principal problema de Sakuna: Of Rice and Ruin. Ele é repetitivo e longo demais. Eu gostei do combate e das fases de ação, mas você é obrigado a passar por todas elas várias vezes até liberar novas. E daí, a parte fazendinha é ainda mais repetitiva, pois é só ficar apertando os botões que aparecem na tela.

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Você até tem a opção de passar o trabalho manual para os humanos, mas obviamente, isso vai limitar os benefícios da sua plantação.

Este é um jogo que é até interessante no início, mas que se estende por tempo demais. Acaba sendo, como Animal Crossing, algo que quer que você jogue para sempre. E talvez seja assim que ele funcione melhor. Ele é claramente planejado para ser jogado em pequenas doses, ao longo de muito tempo. Talvez fazendo um ou dois dias de jogo a cada dia da vida real.

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Recentemente, tivemos o lançamento de SolSeraph, que visava trazer de volta o espírito do clássico Actraiser. Mas ele faz isso simplesmente emulando o ActraiserSakuna: Of Rice and Ruin faz um trabalho melhor ao lembrar desse clássico, pois mistura outros dois gêneros discrepantes em uma experiência coesa. Se essa proposta lhe apetece, ele é, certamente, muito interessante.