Battle Axe é um dos poucos casos que eu nunca tinha ouvido falar, porém ao ver um vídeo de gameplay, quis o jogo imediatamente. E, quando li um pouco sobre ele, e vi os desenvolvedores o descrevendo como um hack and slash clássico, inspirado por Golden Axe, fui convencido a ir atrás. Pois, meu amigo, ele de fato não mentiu. É clássico até demais.
BATTLE AXE: GOLDEN AXE VS. MOONWALKER
Battle Axe é um hack and slash, porém não é com visão lateral, estilo Golden Axe. Você vê a porradaria de cima, mais ou menos como o arcade de Moonwalker, lembra? E ele é uma delicinha, com visual, músicas e vozes totalmente no estilão fliperama.
Vou dizer, quando o jogo começou, com esse visual pixel art lindão, um monte de vozes, e uma chiptune empolgante, me senti jogando um clássico esquecido dos arcades.
SELECT PLAYER
Você pode escolher entre três personagens. O bombadão, curiosamente, é o equilibrado. Ele tem um bom ataque corpo a corpo, um bom especial e um bom tiro, que permite se movimentar enquanto atira. O druida, por outro lado, tem o tiro mais poderoso, mas não consegue se movimentar enquanto atira. Seu “soco” é bem ruinzinho, e seu especial, um simples teleporte, não é muito útil em um jogo tão focado no combate. E daí tem a elfa, que é deveras estilosa.
Ela tem um ataque corpo a corpo rápido e forte, mas seu tiro é fraco e lento. Seu especial também é legal. Porém, como ela exige chegar perto dos inimigos para lutar, é a menos útil dos três, ainda que aparente ser a mais poderosa.
FLIPERAMA EM CASA
O combate, não interessa quem você escolha, é excelente, potencializado pelo visual “crocante”, efeitos sonoros realmente legais, e vozes frequentes. O jogo tem dois modos de jogo. O arcade é o tradicional, uma campanha em fases feitas a mão, com um chefe ao final de cada uma delas.
Para tornar o modo arcade mais tolerável, você pode usar o dinheiro que os inimigos derrubam para comprar itens e upgrades. O problema é que o jogo não fala o que cada item faz. É fácil deduzir que o frango recupera vida, mas e o raio? E a letra S? E a poção? Ao longo do meu tempo jogando, eu acabei sacando mais ou menos o que cada um fazia, embora não tenha certeza. Mas ter uma descrição para cada item é algo essencial, e que o Mega Man já fazia lá nos anos 80.
Daí tem o “modo infinito”, que puxa para um roguelike. Aqui o layout é aleatório, e você deve encontrar três reféns para passar de fase. Eu passei a maior parte do meu tempo com Battle Axe no arcade.
INSERT COIN TO PLAY BATTLE AXE
Os problemas começam quando você morre. Battle Axe simplesmente não salva. Você tem três vidas. Perdeu, acabou. Não tem continue, não tem seleção de fases. Morreu, é como se nunca tivesse jogado. E você sabe, isso me dá no saco.
Eu joguei Battle Axe cerca de uma dezena de vezes, alternando entre os personagens. Na minha primeira tentativa, cheguei na terceira fase. Na décima, cheguei um pouco mais longe na terceira fase. Eu não consegui passar dela e, curiosamente, algumas vezes em nem chegava até lá.
Esse era o tipo de funcionamento comum na época dos 8 e 16 bit, mas hoje em dia isso tem que morrer. Eu acho que eu acabaria Battle Axe se o jogasse tanto quanto joguei Golden Axe lá em 1992. Mas eu não tenho mais 12 anos, tenho um monte de coisa para jogar e, sinceramente, me falta saco. Eu não ter conseguido chegar mais longe da décima vez se comparado com a primeira me desanimou muito.
A empolgação de quando joguei a primeira fase pela primeira vez virou ojeriza e frustração na décima. Talvez eu ainda jogue Battle Axe no futuro. Ele parece ser uma delicinha para jogar em coop, por exemplo. Provavelmente Battle Axe seria um jogo que ganharia o Selo Delfiano Supremo se tivesse opção de vidas infinitas e/ou seleção de fases, mas do jeito que é, simplesmente não dá para recomendar para um gamer adulto. E é uma pena, porque ele tinha tudo para ser um jogaço.