Quando assisti ao trailer do game Spider Man: Shattered Dimensions, uma das realidades do cabeça de teia que mais me chamou a atenção foi a Noir. Todo aquele clima de filme policial antigo com um ar meio Dick Tracy me fez desejar uma oportunidade de jogá-lo, nem que fosse pelas fases deste personagem. Agora imaginem a minha surpresa quando, passando o tempo em uma livraria, vi esse título na estante, em versão nacional. Comprei na hora. Tinha muita expectativa para a leitura, e agora dividirei minhas impressões sobre ele. Primeiramente, vamos à sinopse.
Aqui acompanhamos uma nova abordagem para a origem do escalador de paredes. Peter Parker, um jovem amargurado com a morte de seu tio Ben, vive em uma Nova Iorque em meio à Grande Depressão, no início da década de 1930. Seu tio foi assassinado pelo mafioso Norman Osborn, dono de praticamente metade da cidade, que o via como um empecilho. Ao receber o convite do repórter Ben Urich para trabalhar no Clarim Diário como seu assistente, ele vê uma oportunidade perfeita para entender o mundo do crime e se vingar do algoz de seu tio.
A história tem muitos pontos bons, adaptados para se encaixar na época em que ela se passa. Uma das adaptações é na origem do herói, que não vou falar aqui pra não estragar a diversão de quem ainda não leu. É uma abordagem bem pensada e adaptada. Arrisco dizer que ela é tão legal e “viajandona” quanto a origem clássica dos tempos modernos.
Outra coisa que gostei foi a mudança no histórico de alguns personagens. Por exemplo, a tia May é uma socialista inveterada, os membros da gangue de Osborn foram todos retratados como atrações de circo, Felicia Hardy não é uma ladra chamada Gata Negra, mas a dona de uma boate chamada “Gata Negra”, e por aí vai.
A arte de Carmine di Giandomenico (de Magneto: Testamento) também merece destaque. Em minha opinião, o estilo de desenho que ele usa reforça toda a atmosfera desta história, com diversos tons usados pra retratar o pessimismo da época, que se sobressaem mesmo quando a história se passa de dia.
Um único ponto que não gostei nos traços foi o fato de eles terem “envelhecido” alguns personagens. Alguns foram envelhecidos até numa proporção aceitável, outros um pouco demais. O próprio Peter lembra quase um adulto aqui. Mas acho que, para a temática e o clima da obra, um Parker mais adulto e menos brincalhão se encaixa melhor.
Eu particularmente gostei muito, principalmente por ela ter saído inteira, em um encadernado publicado pela Panini. Bem que a editora podia lançar as outras histórias dessa vertente do universo Marvel aqui em Terra Brasilis. Recomendo para todo mundo que é fã do Homem Aranha.
CURIOSIDADES
– Aqui temos outra grande frase de efeito dita pelo tio que todos queríamos ter. Ben Parker devia ser uma espécie de filósofo nas horas vagas.
– Aos que já leram a história: fui só eu que associei essa frase a V de Vingança ?