Quadrinhos baseados em filme baseados em quadrinhos (quê?) nunca são grande coisa. O mais engraçado é que eu apenas percebi isso quando estava lendo a adaptação do primeiro filme do Homem-Aranha. Possivelmente por ter sido a primeira vez em que eu realmente tinha expectativas altas em relação a um lançamento do tipo. Afinal, era a adaptação de um filme que eu tinha adorado, adaptada pelo próprio Stan Lee, que escreveu algumas das histórias mais divertidas do herói (quando ainda não existiam totens, Venoms independentes de um hospedeiro e desenhistas ruins). A decepção foi grande e fez com que eu percebesse nas adaptações seguintes (Hulk, Demolidor e X2) que as todas elas pareciam querer colocar o filme inteiro em 50 páginas, reduzindo cenas importantíssimas a um ou dois quadrinhos.
E é exatamente assim que a adaptação da segunda incursão aracnídea nos cinemas se sai. Apesar dos bons desenhos e da ótima diagramação, deixa a desejar no quesito “contador de histórias”. A história é contada de forma apressada, mas está tudo lá, desde a cena no elevador (um quadrinho), até a cena da luta no telhado e no trem (que deve durar uns três quadrinhos).
Mas, no fim das contas, esse gibi satisfez minhas expectativas (que eram baixas). Vá atrás apenas se você for muito fã do Aranha e estiver se remoendo de impaciência para colocar as garras no DVD de Homem-Aranha 2. E depois que você ler, se junte a nós na corrente que pretende iluminar os escritórios da Sony/Columbia para que o DVD não saia novamente em tela cheia (santa heresia!)
Aproveite e leia a minha resenha para Homem-Aranha 2.