Halo 5: Guardians

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Quando comprei meu Xbox One recentemente, ele veio com uma cópia de Halo: The Master Chief Collection. Eu fui jogando cada iteração da série na ordem, alternando com os lançamentos que eu ia resenhando por aqui.

Eu já havia jogado algumas fases do primeiro Halo e até analisei Halo 3 aqui no DELFOS quando ele saiu, e eu até lembrava bem dele, mas a coletânea trouxe muitas novidades para mim.

A coisa que mais chamou a atenção, no entanto, é o quanto a série evoluiu a cada capítulo. Dos cenários repetitivos do primeiro ao combate que ficava cada vez melhor, eu gostava muito mais de cada jogo que experimentava. Ok, o primeiro, jogando hoje, é bem fraco. Mas o segundo já melhorou muito, assim como o terceiro. E o quarto, mesmo jogando hoje, na geração do Xbox One, ainda é muito bom e continua sendo bonito.

Penso que se todas as séries evoluíssem tanto quanto Halo evoluiu, títulos como Assassin’s Creed hoje seriam nada menos do que impressionantes.

E assim chegamos a Halo 5: Guardians, que mantém a tendência e assim se torna não apenas o melhor título da série, como um dos melhores shooters da atualidade.

UM SHOOTER, E APENAS UM SHOOTER

A sensação de jogar Halo 5 hoje remeteu-me a quando joguei pela primeira vez Gears of War. Na época, eu estava de saco cheio de tantos jogos de mundo aberto que queriam ser GTA, e Gears foi um respiro a isso, me apresentando a um jogo de ação simples.

No cenário atual, onde temos de um lado indies pixelados e do outro RPGs de mundo aberto enormes, estamos novamente em uma época que carece de grandes jogos de ação. Até mesmo meu guilty pleasure Destiny é um shooter/RPG.

Pois Halo 5 vem para mudar isso. Temos aqui um shooter e nada mais que um shooter. Um shooter com orgulho de ser um shooter. Um shooter e ponto. E isso o torna totalmente diferente de todos os outros jogos lançados nessa geração. O que é bom. Muito bom.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: MASTER CHIEF

Algo digno de nota aqui é que o tradicional herói Master Chief é basicamente uma participação especial. Nós controlamos ele em apenas três das 15 fases, e nas restantes seguimos o novo personagem Locke, também um Spartan, mas um que segue as regras, ao contrário do jeitão Jack Bauer do costumeiro herói.

A história continua diretamente o que rolou em Halo 4. Master Chief recebe uma comunicação da Cortana, que ele pensava estar morta. Ele se recusa a seguir as ordens de voltar para a base e vai atrás da sua inteligência artificial preferida. Isso faz com que o herói da vez, Locke, tenha ordens de capturar o Chief. E assim começa um jogo de gato e rato. Locke perseguindo Chief e Chief atrás da Cortana.

E a história já começa com tudo, pois a cutscene de abertura é um plano sequência impressionante, que não deixa nada a dever àquela presente em Vingadores.

Visualmente, as cutscenes decepcionam um pouco, pois não estão tão bonitas quando as novas feitas para a edição de Halo 2 presente na Master Chief Collection. Não estão feias, mas têm a mesma cara do jogo, enquanto as de Halo 2 pareciam cenas de um novo Star Wars e impressionavam bem mais.

Além disso, a história aproveita melhor os personagens e a mitologia da série do que em Halo 4, tornando-se assim um prato cheio para os fãs, com o retorno de várias caras conhecidas.

TODOS POR UM

Outra diferença em relação aos jogos anteriores é que aqui você está sempre acompanhado de outros três soldados (que podem ser assumidos por outros jogadores, online ou em tela dividida).

Com isso, temos uma alteração considerável na dificuldade: acontece que sempre que você for derrotado, um dos seus colegas poderá revivê-lo. Tem um tempo limitado para ele chegar, ou você volta para o checkpoint, e este tempo fica mais curto a cada vez que você cai. Porém, em geral morrer não é um problema e Halo 5 na dificuldade padrão é muito mais fácil do que os anteriores (especialmente os dois primeiros que, convenhamos, eram bem difíceis). Tão fácil, aliás, que eu até recomendo que se você for experiente em shooters, tente começar em uma dificuldade mais alta.

DIRETO AO PONTO

Uma mudança que eu considerei positiva, mas imagino que pode ter gente que não goste, é que o jogo está mais linear, mais focado no combate do que em procurar caminhos. Várias vezes, especialmente nos dois primeiros Halos, eu ficava perdido, sem saber para onde ir. Aqui você pode simplesmente apertar para baixo no direcional digital para ver o caminho, o que dá até mais vontade de explorar os outros cantos “opcionais”.

Os cenários também são mais variados, indo de corredores fechados a grandes campos de batalha. Uma coisa que melhorou muito, aliás, foi a utilização dos veículos.

Em todos os jogos anteriores, eu não gostava muito das partes com carrinhos e as considerava excessivas. Aqui o timing está bem legal. O foco é no tiroteio tradicional, e quando você tem a oportunidade de subir em um tanque, uma navinha ou um jipe, acaba sendo uma boa mudança de ritmo.

Há vários novos veículos, e normalmente você tem várias opções para escolher. O mais legal é o Mantis (que já estava no quarto), um mech super poderoso que te torna quase invencível, porém vários clássicos, como o Warthog e o Ghost estão de volta, e você também vai encontrar pelo menos um veículo voador que não existia antes.

A dirigibilidade dos veículos ainda vai continuar dividindo opiniões. Você não usa os gatilhos para acelerar e frear como é tradicional, mas anda com a própria alavanca esquerda, escolhendo a direção com a direita. Sempre foi assim em Halo, e a esta altura é uma característica da série que não vai ser modificada. E sempre vai ter gente que acha difícil se acostumar, e eu não tiro a razão delas, mas admito que não tive grandes problemas, até porque tinha acabado de jogar quatro jogos que funcionavam assim quase seguidos. =]

MUDANÇAS E MELHORIAS

A principal das novidades é que agora é possível mirar com todas as armas. Curiosamente, eu me acostumei tanto com o estilão “fire from the hip” dos anteriores, que até esquecia de mirar. Uma coisa que me incomodou é que, quando você está mirando com um sniper e é atingido, o zoom é resetado, exigindo apertar novamente o gatilho esquerdo. É uma coisa pequena, mas em tiroteios mais intensos, pode causar sua morte.

Também tem dois golpes novos. Um deles é um super soco, dado apertando o botão de soco durante uma corrida, que serve para quebrar paredes e encontrar segredos. O outro é um ground pound, ativado apertando o soco durante um pulo. É poderoso, mas em geral é mais fácil matar seus desafetos nos pipocos mesmo.

Algo que já havia melhorado no Halo 4 é a total inexistência dos inimigos flood, que eram simplesmente muito chatos de matar. Os novos inimigos, os prometheans, por outro lado, são ainda mais legais do que os covenant e trazem algumas armas (novas e velhas) que são simplesmente muito legais. Sério, o weapon design de Halo 5 é nada menos do que excelente.

Uma coisa que senti falta é a música tema da série, que considero uma das mais marcantes da história dos games e que tocava em vários momentos dos jogos anteriores.

Aqui ela toca apenas em uma tímida versão na tela título e em toda sua glória durante uma climática batalha próxima ao final do jogo. É muito pouco, considerando quão boa ela é e o clima que ela dá para a jogatina.

TERMINANDO A CAMPANHA

Com 15 fases, apesar de ser mais longo do que os anteriores (com a possível exceção do segundo), Halo 5 é extremamente intenso e divertido. Quando eu terminei a campanha, eu estava muito satisfeito com o que tinha acabado de jogar e exclamei para quem quisesse ouvir que era um p*ta jogo. E isso porque ainda nem tinha jogado o multiplayer, que só foi “aberto” uma semana depois de termos acesso à campanha.

MULTIPLAYER

Durante o período de early access, a Microsoft marcou alguns horários para que os jornalistas do mundo inteiro se reunissem para experimentar o multiplayer. Porém, algo deu errado e nenhuma partida era encontrada.

Isso provavelmente não será um problema quando o jogo tiver sido lançado, mas impediu que testássemos o multiplayer competitivo a tempo para esta resenha.

Testamos o cooperativo, no entanto, e ele é tão bom quanto a campanha principal. É muito legal jogar pelas fases com alguns amigos, mas não espere que isso deixe o jogo mais fácil. Na verdade ele fica mais difícil a cada jogador que entra na partida.

O lado ruim é que, como é comum em Halo, ele não tem matchmaking para o cooperativo, limitando que você jogue apenas com amigos que também têm o jogo e uma conta Gold na Xbox Live. Isso, é claro, fará com que muitas pessoas não experimentem o excelente modo cooperativo, o que é uma pena.

Sobre o competitivo, testamos na BGS e ele mistura objetivos PVE com o mata mata tradicional do PVP. Eu apanhei feio jogando com a turminha na feira, então imagino que vou igualmente tomar um coro jogando com os jogadores do mundo inteiro. Porém, neste aspecto ainda não posso elaborar muito, pois minha experiência com o competitivo se limitou ao que joguei na BGS.

AURÉOLA

Mesmo sem o multiplayer, Halo 5 é um dos melhores jogos dessa geração e mais um em uma longa lista de excelentes exclusivos do Xbox One. Se você tem o console da Microsoft, compre agora mesmo. Halo 5: Guardians estará nas lojas do mundo inteiro amanhã.

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