O amigo delfonauta sem dúvida assistiu Juno e, a não ser que sejamos bem diferentes em nossos gostos cinematográficos, deve ter se divertido deveras, certo? Pois Garota Infernal tem como roteirista a mesma moça que criou Juno, a oscarizada Diablo Cody.
Porém, Garota Infernal não é uma comédia cuti sobre gravidez na adolescência. É um terrir teen na linha Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, mostrando toda a malvadeza e o terror de se cursar o colegial. Corrales faz o sinal da cruz e se encolhe em posição fetal no canto do escritório enquanto repete a palavra FNORD! 666 vezes antes de voltar e escrever o resto da resenha.
Tudo começa quando Megan Fox e sua amiga Amanda Seyfried vão a um show de Pop/Rock. Megânia está doidinha para fazer miséria com o vocalista. O que ela não esperava é que os caras – lembre-se: uma banda de Pop/Rock – fossem sacrificá-la para Satã. Acho que eles ainda não descobriram os poderes dos sacrifícios de ornitorrincos.
Algo dá errado e a Raposa fica extremamente malvada. E não apenas high school evil, mas realmente evil. Malvada a ponto de, literalmente, comer todos os caras do colégio. Ela ganha dentes, bocão e gosmas pretas. Basicamente, ela vira o Venom. A única que sabe a verdade é justamente sua amiga e, como sempre acontece nos longas de terror sobrenatural, ninguém acredita nela, e ela terá que resolver tudo sozinha, tadinha.
Cá entre nós, a história é uma porcaria e tudo já começa mal, com a clichezenta introdução mostrando o final. Contudo, apesar da história “iécati”, o filme é legal e, principalmente, divertido.
Isso se deve principalmente aos diálogos, cheios de referências e tiradinhas que são simplesmente excelentes. A banda explicando para a Megânia porque vão sacrificá-la é simplesmente impagável. “Satã é nossa única chance”, exclama o desesperançoso vocalista. E, claro, a teoria de que os seios femininos são como mísseis teleguiados que dão muito mais poder às mulheres do que os homens jamais podem sonhar em ter pode ser óbvia e velha, mas nem por isso é menos verdadeira.
O principal problema é justamente que o roteiro tenta homenagear e satirizar filmes como Sexta-Feira 13 usando seus clichês e, fazendo isso, torna-se um grande clichê. Mais até do que os filmes genéricos de terror sobrenatural que pipocam por aí.
Ok, ele não se leva a sério e, como os filmes B que homenageia, parece estar constantemente piscando para o espectador, para lembrá-lo de que tudo não passa de uma brincadeirinha. Ainda assim, se conseguisse fazer isso sem ser tão óbvio na história, poderia render muito mais. As piadas são boas e os diálogos idem. A história mata, mas vale o ingresso, pelo menos pela diversão que ele fornece.
Curiosidade:
– Segundo consta no release entregue na cabine, Amanda Seyfried acha que o principal motivo para as pessoas assistirem ao filme é a cena em que ela e Megan se beijam. E sabe de uma coisa? Essa cena realmente é sexy, especialmente por ser filmada com um close no lábio das moças. E, convenhamos, as bocas das duas são extremamente convidativas ao pecado.