65 horas de jogo depois, finalmente os créditos de The Legend of Zelda: Breath of the Wild subiram na telinha do meu Switch. E mesmo assim eu achei o jogo curto. WTF!?
Muitas dessas horas foram gastas procurando e resolvendo altares, mas isso foi legal. O que eu não gostei mesmo foram as torres, necessárias para revelar o mapa. Ir até elas e descobrir como escalá-las se tornou a coisa mais chata do jogo para mim, a ponto de que, quando finalmente escalei a última, senti um alívio.
COMO ASSIM CURTO?
A história do jogo, que é a melhor parte dele, foi o que achei curto. São basicamente quatro bestas divinas. Você precisa chegar na cidade relacionada a ela, falar com a galera, pegar sua missão, vencer a imensa máquina e entrar nela para dominá-la. Parece muito, e de fato são grandes e excelentes aventuras, mas são apenas quatro. Basicamente, a história de Breath of the Wild tem só quatro grandes missões e a fase final, no castelo de Hyrule.
Curiosamente, a primeira dessas bestas divinas que eu domei, o elefantinho, foi a mais difícil. Nela, admito que precisei ficar com um guia do lado para solucionar o dungeon. No entanto, todas as outras foram bem tranquilas e divertidas. Fiquei em dúvida se isso aconteceu porque no primeiro ainda não tinha pegado a lógica de controlar as bestas ou se o elefantinho é mais difícil que os outros mesmo.
O jogo também melhorou bastante quando peguei a Master Sword. Assim como as outras, ela também “quebra”, mas não desaparece quando isso acontece, apenas fica inutilizável por uns 10 minutos. Também é chato, e teve horas que eu fiquei parado esperando o tempo passar enquanto checava o e-mail ou algo assim, o que não deveria acontecer, mas é menos chato do que quando suas armas começam a quebrar uma atrás da outra e você vai ficando lentamente indefeso.
O CASTELO DE HYRULE
O último dungeon de Breath of the Wild é também o mais aberto e mais focado na ação. Ele é recheado dos inimigos mais fortes do jogo, especialmente os malditos guardians, que admito que não consegui desenvolver uma tática apropriada para vencê-los. O melhor que conseguia fazer era bater um pouquinho e me esconder atrás de uma parede, mas nem sempre tinha um esconderijo próximo a eles.
Apesar dos guardians serem chatinhos, gostei muito da última fase. Gostaria de mais dungeons como este ao longo de Breath of the Wild. Demorei um bocado para vencer o chefão, o famoso Calamity Ganon, mas isso foi mais o tempo que levei para me acostumar com seus ataques e criar uma tática apropriada.
Gostei muito, especificamente, da batalha contra Dark Beast Ganon, o último chefe propriamente dito. Ele é bem o tipo de chefe que eu gosto. Enorme, mas não especialmente perigoso, sendo uma batalha mais estratégica do que de reflexos. Lembra bastante os colossos de Shadow of the Colossus e esta é a comparação mais honrosa que posso fazer a um chefe. Me chamou a atenção ele não ser um dragão, já que tinha sido apresentado desta forma durante todo o jogo.
PENDÊNCIAS
E já que falamos em dragões, este foi um outro ponto de frustração. Alguns upgrades e missões careciam de partes de dragões, e eu até conseguia encontrá-los, mas era muito difícil que eles estivessem voando baixo o suficiente para serem atingidos pelas minhas flechas.
Como falei no capítulo anterior desta série, acabei deixando quase todos os sidequests que encontrei incompletos mesmo, uma vez que o jogo não me mostra aonde ficam (dá apenas ideias, como “a noroeste daqui”). Os que dava para completar, completei, mas não fui atrás dos mais complicados, nem daquelas memórias, por mais que tenha adorado as cutscenes a que assisti. Simplesmente dá muito trabalho achar lugares específicos em um mundo tão grande, e as dicas do pintor não ajudam muito. É mais fácil pegar direto um guia mostrando os lugares, mas não tive saco para isso.
Pensei que de repente poderia fazer essas coisas mais para frente, mas curiosamente Breath of the Wild não deixa você continuar depois de terminar a história. Sim, você pode carregar seu save antes do último chefe, mas daí você tem que sair da fase e o jogo fica oficialmente incompleto. Não é possível ter aquela gostosa sensação de ver seu quest log totalmente vazio por aqui.
E assim termino este Diário Zelda, que acabou ficando maior e mais completo do que uma resenha tradicional. Gostei muito do jogo, e fico triste ao constatar que agora o meu Switch vai provavelmente tirar umas férias até o próximo lançamento com mais sustância. Enquanto isso, mantenha-se delfonado para muitas outras matérias sobre games, cinema e tudo mais que tem de legal na cultura pop.