Father Ted

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O delfonauta mais fuçador já deve ter se ligado em algumas referências que faço a essa desconhecida sitcom. Aquele mais fuçador ainda, que se deu ao trabalho de ler nossos perfis na seção Quem Somos, se deparou com mais algumas referências e elogios à série. Mas quantas pessoas no Brasil conhecem essa sitcom? Bom, eu nunca conheci nenhuma e é justamente por isso que resolvi escrever este texto. Quem sabe ajudando a divulgar, eu não tenha mais alguém para conversar sobre ela. Mas aí você pergunta: se ela é tão desconhecida, como diabos esse cara descobriu ela? Pois quando você terminar de ler o próximo tópico, tudo será esclarecido. Me acompanha?

HORA DA HISTORINHA

Faz tempo, mais ou menos 10 anos. Eu estava no colegial e, como todo mundo que odeia escola, tinha nas férias a licença para ser realmente feliz. Pois muitas coisas envolviam essa felicidade. Como você pode imaginar pelas seções do DELFOS, elas incluíam principalmente cinema, games, TV, quadrinhos e música. Ah, e acordar tarde, é claro, já que, como sempre estudei de manhã, costumava acordar normalmente às seis da matina.

Se posso acordar tarde, era natural ir dormir mais tarde também. Com isso, passava várias madrugadas em frente à TV, principalmente assistindo aos filmes de Terrir que habitavam a telinha nesse horário. Pois em uma terça-feira, entre duas e três horas da manhã, zapeando, passei pelo canal Multishow e me deparei com as tradicionais risadas de sitcoms. Já gostava desse tipo de programa, mas essa parecia diferente. O visual era menos requintado, o elenco não era composto de galãs e gatinhas e eles falavam com um sotaque estranho. “Olha, é uma sitcom inglesa!”, exclamei estupefato.

Já tinha ouvido falar bastante do famoso humor inglês, diziam que era algo que ninguém entendia e que era extremamente chato para a maior parte das pessoas, mas nunca tinha tido algum contato com ele, pelo menos não que eu soubesse, já que hoje eu sei que um dos filmes preferidos da minha infância, Corra que a Polícia Vem Aí!, tem um tipo de humor bem próximo ao do famoso Monty Python, por exemplo.

Na verdade, nessa época, achava que o humor inglês era coisa de intelectual e que eu provavelmente não gostaria, já que nunca me considerei parte desse grupo. Mesmo assim, decidi dar uma chance para a tal série, já que era madrugada e não tinha nada melhor para fazer. Para minha surpresa, eu ri muito, como nunca havia rido enquanto assistia a uma sitcom. Muitos anos depois, descobri que não era uma série inglesa, mas irlandesa. Bom, é tudo Reino Unido mesmo. O nome dessa série você já deve ter deduzido, mas para o delfonauta mais lerdo, vamos lá: ela se chamava Father Ted.

MAS DO QUE DIABOS SE TRATA ESSA SÉRIE?

Originalmente passada no canal BBC (o mesmo do Monty Python’s Flying Circus), em Father Ted conhecemos três padres (Ted, Dougal e Jack) que são exilados em uma desconhecida (e fictícia) ilha na costa irlandesa chamada Craggy Island. Essa ilha é o mais próximo de um inferno na Terra que esses pobres coitados conseguem imaginar. Além dos padres, uma empregada extremamente devotada também divide a paróquia. E mais que uma empregada, Mrs. Doyle é praticamente uma mãe para os três, já que eles são completamente incapazes de se virar sozinhos.

Ao contrário do que se poderia esperar em uma série com padres, nenhum dos três é perfeito, mas também nenhum deles é realmente mau (bom, talvez o Jack). Ted é o personagem mais trabalhado (os demais são bem cartunescos) e é basicamente uma pessoa normal, com qualidades e defeitos, apesar de não ser lá muito devoto de sua religião. Ted serve basicamente de escada para a metralhadora de piadas chamada Dougal.

Dougal é o nerd e o burro, sempre presentes em sitcoms, normalmente em personagens diferentes, mas aqui concentrados na mesma pessoa. Resultado: um dos personagens mais engraçados da história da televisão.

Já o padre Jack é um velho que vive bêbado e só sabe se comunicar gritando, principalmente quatro palavras: Feck (não encontrei um significado no dicionário, mas pelo sentido na série, acho que é uma forma de falar Fuck sem ser censurado), Drink (bebida), Arse (bunda) e Girls (garotas). Sim, Jack é um padre tarado, mas é quase que um mascote da paróquia, já que é tratado quase como um animal pelos outros personagens. Não que ele faça algo para merecer um tratamento diferente.

Todas as histórias envolvem Ted e Dougal se metendo em uma confusão e tentando sair dela. Jack e Mrs. Doyle quase não aparecem (e esta última realmente não aparece em alguns episódios). Normalmente, essa confusão envolve alguém que vem visitar a Paróquia, uma visita dos dois ao “mundo exterior” ou simplesmente uma confusão interna gerada por personagens da própria ilha.

O tipo de humor pode ser descrito como nonsense, mas não algo tão extremo quanto o que vemos no Monty Python ou no Corra que a Polícia Vem Aí! pois, enquanto estes dois são basicamente metralhadoras de piadas e qualquer resquício de história presente serve apenas para apresentar mais piadas, em Father Ted realmente temos algumas historinhas legais. Portanto, se você está querendo doutrinar alguém que inexplicavelmente não vê graça em humor nonsense (essas pessoas são muito estranhas, né?) tente usar Father Ted para trazê-la para o lado da luz da comédia. Depois, é claro, de indicar este texto para ela. Para ajudar a entender melhor, vamos destacar alguns episódios que são bem legais.

ALGUNS EPISÓDIOS BEM LEGAIS (eu sou tão criativo para fazer intertítulos):

Entertaining Father Stone (Entretendo o padre Stone): A nossa paróquia favorita recebe a visita do padre Stone, o típico convidado chato. Ele simplesmente fica sentado na sala sem falar nada e respondendo às perguntas dos outros personagens de forma monossilábica (deve ser quase como receber o Chris Boltendhal em casa). Tudo que os outros sugerem para fazer, ele simplesmente responde “Não, estou bem aqui”. Obviamente, Ted e Dougal estão doidos para que ele vá embora, mas talvez isso não aconteça da forma que eles esperam.

Grant Unto Him Eternal Rest (Conceda a ele o descanso eterno): O Padre Jack aparentemente (sim, aparentemente) morre e deixa para Ted e Dougal uma grana preta de herança. Esse episódio tem um grau filosófico bem grande, culminando no momento em que Dougal pergunta para o padre Ted (lembre-se, um padre), se ele acredita em vida após a morte.

Tentacles of Doom (Tentáculos da perdição): Uma relíquia de Craggy Island se torna mais importante (através de um processo extremamente complicado explicado no episódio – um bispo fala para o outro “vamos subir o nível dessa” e o outro responde “Whatever”). Com isso, a ilha recebe a visita de três bispos. Cada bispo vai se aproximar de um dos padres principais e, através de uma série de confusões e situações nonsense, eles vão entender porque Ted, Dougal e Jack foram exilados.

Song for Europe (Música para a Europa): Ted e Dougal decidem compor uma música para participar de um concurso. O tema escolhido para a letra? Um cavalo bonitinho (A Lovely Horse). Quando percebem que a música ficou ruim, decidem que a letra (sobre um cavalo bonitinho, lembra?) está ótima e que o problema é apenas do instrumental. Então decidem usar uma composição desconhecida para musicar a sua letra. Destaque para o videoclipe, que mostra os dois ao lado de… uhn… cavalos bonitinhos.

The Plague (A praga): Dougal tem um coelhinho novo (apenas um), mas inexplicavelmente, ele começa a se reproduzir… como coelhos. E isso bem às vésperas da visita do assustador bispo Brennan, que tem medo de coelhos. Como se livrar dos peludinhos antes do chefe chegar?

Flight Into Terror (Vôo para o terror): Um dos melhores da série. Ted, Dougal e Jack estão em um avião que periga de cair graças a uma confusão armada pelo Padre Macaco (um padre que age como macaco, uma idéia simples e genial). Some a isso o incrível poder de atração que os nerds costumam sentir por grandes botões vermelhos (lembre-se que Dougal, além de burro, é nerd, combinação extremamente perigosa) e você terá o cenário armado para algumas das situações mais engraçadas da série.

A Christmassy Ted (Um Ted de Natal): Eu odeio especiais de Natal, mas por incrível que pareça, este episódio duplo é muito legal. Tem um dos melhores momentos da série quando Ted e Dougal vão a uma loja de departamento e, quando menos esperam, se encontram na seção de lingerie feminina. Temendo a repercussão negativa que isso pode gerar, decidem sair dali urgentemente, mas só conseguem andar em círculos. Em suas tentativas, vão encontrando mais um monte de padres que também estão perdidos e desesperados para sair dessa seção. Se dois padres olhando lingeries já seria motivo para um escândalo, imagina um monte de padres juntos.

Are You Right There, Father Ted? (Você tem certeza, padre Ted?): Ted faz uma brincadeira com chineses e, de repente, toda a Craggy Island parece ser habitada apenas por chineses. Detalhe: nunca apareceram chineses na série antes (nem depois). Acusado de preconceituoso e tendo sua moralidade questionada, Ted vai fazer de tudo para provar que acha chineses legais, inclusive organizando uma festa para celebrar a diversidade cultural da ilha, que aparentemente só conta com chineses.

Speed 3 (Velocidade Máxima 3): Paródia da série cinematográfica Velocidade Máxima (aquela que nunca deveria ter tido uma continuação, lembra?). Aqui, Dougal realiza seu sonho de ser leiteiro (!), mas seu ciumento antecessor coloca uma bomba no caminhão, que vai explodir se Dougal não continuar dirigindo a uma velocidade superior a 4 milhas por hora (6,4 Km/h, só como base de comparação, uma pessoa normal, não-atlética, consegue correr mais rápido que isso). Enquanto Dougal se mantém dirigindo, Ted faz uma reunião com outros padres para pensarem no que fazer para salvar o amigo. Um deles sugere rezar e todos os outros riem da cara dele.

Kicking Bishop Brennan Up the Arse (Chutando a bunda do bispo Brennan): Talvez o episódio mais famoso (o que aqui no Brasil não significa muito) e uma das assinaturas da série. É também, sem dúvida, o que mais investe no nonsense. Depois de perder uma aposta para o padre Dick Byrne (um clone do Ted exilado em uma paróquia na Rugged Island, junto com um clone do Dougal e um do Jack), Ted tem que pagar a penalidade de chutar a bunda do bispo Brennan, de quem ele morre de medo. Como Brennan sabe do medo que Ted tem por ele, Dougal sugere que seu amigo dê o chute e depois aja como se nada tivesse acontecido, na esperança de que Brennan ache isso tão absurdo que considere fruto de sua imaginação. Por essa sinopse, você já pode imaginar quão engraçado é esse episódio. Mas não é só, o assistente do bispo é um padre que responde tudo com sarcasmo, deixando a pobre Mrs. Doyle extremamente confusa. Para ajudá-la, Ted sugere que ela faça sempre o oposto do que o cara falar. Ele vai se arrepender do seu sarcasmo quando ficar preso na cesta de cuecas sujas do padre Jack (nem pergunte). Mrs. Doyle o encontra lá e pergunta se ele quer ajuda para sair. Sem condições de ser sarcástico, ele responde “Sim, me tire daqui agora!”. A empregada pára para pensar, fala “Você que sabe”, e vai embora. É, amiguinho, nunca seja sarcástico com alguém sem capacidade de entender isso ou você pode ficar eternamente preso em uma cesta de cuecas sujas.

Night of the Nearly Dead (Noite dos Quase Mortos): Paródia com A Noite dos Mortos-Vivos. Aqui os Mortos-Vivos são velhinhas que querem ver a celebridade que veio visitar Craggy Island. E elas agem exatamente como os zumbis de George Romero. Pena que não têm oportunidade de saborear miolos.

Esses são alguns dos meus preferidos, mas isso não significa que os não citados também não sejam muito bons. Vamos falar um pouco sobre os personagens agora?

OS PERSONAGENS:

Ted Crilly (Dermot Morgan): O protagonista é o único personagem realmente desenvolvido na série. É uma pessoa como quase todos nós, que tenta ser bom e paciente, mas que, por ter defeitos, acaba fazendo besteiras. Normalmente os comediantes escada (aqueles que preparam a piada para que outro mande a punch line) não são muito valorizados. Infelizmente, já que é um papel essencial para a comédia. De qualquer forma, Ted é um personagem extremamente carismático. Por mais que ele esteja errado na maior parte das confusões que arruma, não tem como não torcer pelo cara. Um de seus momentos mais engraçados é quando ele explica para Dougal a diferença entre vacas de brinquedo e as reais (as de brinquedo são realmente pequenas, as de verdade parecem pequenas porque estão longe).

Dermot Morgan é um comediante que parece vir do Stand-up, mas segundo o IMDB, sua filmografia é extremamente pequena e eu, pelo menos, não conheço nada.

Dougal McGuire (Ardal O’Hanlon): O padre Dougal é o mais divertido. É basicamente uma criança com quase 30 anos, que tem as qualidades e defeitos de alguém de seis. Dorme no mesmo quarto que Ted (onde eles normalmente têm filosóficas conversas) e tem um acolchoado do He-Man. Por ser como uma criança, Dougal é inocente e costuma entregar todos os planos de Ted (mais ou menos como o Cascão faz com o Cebolinha) e ser grosso com desconhecidos, muitas vezes sem querer. Como quase todo nerd, não sabe falar com mulheres e adora jogar futebol, videogames e andar de patins. É responsável pelas melhores falas de toda a série e muitas vezes é engraçado sem nem falar nada, já que seus olhos arregalados já me fazem rir bastante. Um de seus melhores momentos é quando Ted não consegue fazer ele parar de falar, então pega um trocinho, balança em frente aos seus olhos e joga longe. Dougal sai correndo para pegar o negócio, como se fosse um cachorro.

Ardal O’Hanlon tem uma extensa carreira na comédia, mas aparentemente nada além de Father Ted chegou às nossas terras. Uma curiosidade é que ele participou de alguns episódios da versão original do tremendão programa Whose Line is It Anyway? que, para quem não sabe, surgiu em 1988 na Inglaterra e contava inclusive com o Ryan Styles no elenco. A versão estadunidense que conhecemos (aquela com Drew Carey) é uma adaptação para os EUA já que eles aparentemente não têm capacidade de assistir a coisas criadas em outros países. E agora eu fiquei a fim de conhecer o original. Que droga! 😛

Jack Hacket (Frank Kelly): Um padre bêbado e tarado. Um modelo para a igreja católica. O padre Jack é na verdade um tanto assustador e todos os personagens têm medo dele. E com razão, como pode comprovar o bispo que ficou cutucando ele sem parar no já comentado episódio Tentacles of Doom.

Frank Kelly fez várias séries e é um comediante bem conhecido no Reino Unido. Infelizmente, parece que nada do que se envolveu chegou aqui. Hum… estou começando a detectar um padrão.

Mrs. Doyle (Pauline McLynn): Dos personagens principais, essa é a que menos aparece. É a empregada e praticamente uma mãe para os padres. Gosta de oferecer xícaras de chá para as visitas mas, por oferecer, entenda forçar, pois consegue ser bem insistente. Seu primeiro nome e sua vida pré-paróquia são um grande mistério, mas dizem que ela já foi casada.

Pauline McLynn tem a mais extensa filmografia entre os comediantes que participam da série. Mas adivinha só? Nada chegou aqui. Triste, não?

CURIOSIDADES:

– Dermot Morgan (o padre Ted) morreu de ataque cardíaco no dia seguinte à gravação do último episódio da série, Going to America. Muitas pessoas pensam que foi por isso que a sitcom acabou, mas não foi. Continue lendo para saber por que ela acabou.

Father Ted teve três temporadas, em 1995, 1996 e 1998. A primeira temporada teve apenas seis episódios, a segunda teve 10, mais o especial de Natal e a terceira teve oito, somando 25 episódios (para comparação, uma temporada estadunidense tem 22). Todos estão disponíveis em DVD (apenas importado). É possível comprar toda a série em uma caixa chamada The Holy Trilogy, que tem cinco discos e, se você gosta de Simpsons e esse tipo de humor, eu realmente recomendo que você o faça: basta clicar aqui e logo você poderá rir tanto quanto eu com essa série.

– A idéia dos criadores era que Father Ted realmente não durasse muito, pois não queriam os personagens envelhecendo. Queriam que Craggy Island fosse um lugar meio mágico, onde o tempo não passava, então os personagens teriam que manter sempre a mesma idade, como em um desenho. Ainda sobre a ilha, é possível perceber que todos os personagens realmente loucos vivem nela e as pessoas de fora são aparentemente normais e ficam completamente confusas ao ter que encarar a loucura que reina na ilha.

– Falando em desenho, a grande inspiração dos criadores não foi Monty Python, ao contrário do que parece. Eles creditam a principal influência aos Simpsons e inclusive dizem que o personagem Dougal foi inspirado por Homer. Além disso, também admitem serem muito fãs de Seinfeld e inclusive colocaram várias referências à série em diversos episódios. Um exemplo é quando Ted fala que “não tem nada de errado em ser gay”. Claro que seu interlocutor o questiona, afinal, o catolicismo não aceita a homossexualidade. Ted, tentando sair dessa, se complica ainda mais ao dizer que achava que o papa estava errado nisso apenas para ouvir o cara, que sabia mais sobre religião do que Ted, citar a “infalibilidade papal”.

– Todo mundo acha que o preferido das crianças é Dougal, já que elas podem se identificar com ele. Curiosamente, elas estariam erradas, já que os pequerruchos parecem gostar mesmo de Jack. Vai entender a infância de hoje em dia.

– Depois do fim da série, Ardal O’Hanlon (Dougal) sofreu um acidente que o deixou impedido de jogar futebol, seu esporte preferido. O escritor da série, Graham Lineham diz nos comentários do DVD que isso é muito triste, já que Ardal provavelmente preferiria poder jogar bola a ter aparecido em Father Ted, pois gostava mais do esporte do que de ser comediante.

– E já que falamos em Graham Lineham, ele é também o criador da série The IT Crowd, que estreou recentemente na Sony. Mas Father Ted é bem mais legal que essa.

– Para criar os personagens secundários, os escritores simplesmente colocavam um adjetivo na frente da palavra priest (padre). Por exemplo, Monkey Priest (o já citado Padre Macaco) e Dancing Priest (Padre Dançarino, um padre que não pára de dançar por nada). Ei, tente isso em casa e você também vai criar personagens engraçados.

– Outros coadjuvantes merecem ser citados. Existe, por exemplo, um padre que aparentemente é o guru de Ted e que acabou de comprar um celular. Sempre que Ted liga para ele, contudo, acaba causando um acidente. Começa normal, com um acidente de carro, mas vai ficando cada vez mais absurdo em cada episódio até que o barulho do celular começa a fazê-lo ser atacado por animais (!) e coisas do tipo. Ainda tem um apresentador de TV que é todo desarrumado e não dá para entender nada do que ele fala. Porém, coloque uma câmera na frente dele e ele fica automaticamente arrumadinho e falando com voz de locutor. Nonsense detona!

– Dermot e Ardal encarnaram seus personagens também fora da série, ao apresentar o programa beneficente Comic Relief (Alívio Cômico). Essa apresentação está disponível como extra do DVD da terceira temporada, bem como uma longa entrevista com a dupla de escritores Graham Lineham e Arthur Matthews.

Pronto, agora você já sabe tudo que é possível saber de Father Ted sem ter assistido a nenhum episódio. Se você gostou do que leu, eu realmente recomendo a compra da caixa The Holy Trilogy, que é diversão garantida para fãs da boa comédia e provavelmente vai ser a única forma legal de um brasileiro ter acesso a esse material hoje em dia. E se você já conhecia essa série antes de ler o texto ou mesmo se chegou a assistir depois de ler, me manda um e-mail ou deixa um comentário. Seria legal poder relembrar alguns dos bons momentos da série com alguém que sabe do que estou falando.

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