Perguntas por Carlos Eduardo Corrales, com algumas sugestões de Bruno Sanchez. Entrevista conduzida/revisada e introdução por Carlos Eduardo Corrales. Tradução por Bruno Sanchez.
Ficamos tanto tempo para conseguir entrevistas, mas agora elas não param de chegar. E o que é melhor, é só de bandas boas, como Grave Digger, W.A.S.P. (que será publicada nos próximos dias) e Sentenced (será publicada quando o portal estiver no ar). Dessas, duas bandas particularmente estão no meu rol de bandas preferidas: o W.A.S.P. e o Hammerfall, que são também grupos que sempre tive várias curiosidades pessoais. Algumas delas você confere na entrevista abaixo, onde o guitarrista Oscar Dronjak passa toda a carreira da banda a limpo, passando pelas mudanças de formação, países preferidos, sua relação com o Brasil, os shows da turnê brasileira (que acontecem na semana que vem) e muito mais. Divirta-se!
Olá, aqui é o Oscar do Hammerfall.
Olá, Oscar, tudo bem?
Tudo bem, obrigado. E com você?
Tudo bem também. Vamos começar: quais são suas principais influências?
Quase tudo que ouvíamos nos anos 80. Heavy Metal obviamente. Acho que bandas como Judas Priest, Accept, Stormwitch. Essas tiveram um grande impacto em nós. E também Mötley Crüe, W.A.S.P. e outras como essas. Também bandas não tão famosas, como o Heavens Gate. Acho que essas foram nossas influências.
Como vocês chegaram ao nome Hammerfall?
Eu queria um nome para uma banda de Heavy Metal, queria que o nome fosse algo original, alguma coisa que ninguém tivesse, também queria um nome pegajoso e legal, que não soasse bobo, então cheguei ao nome Hammerfall.
Antes de vocês e do Primal Fear, a gravadora Nuclear Blast só lançou bandas mais extremas. Você sabe por que eles decidiram lançar bandas que tocavam o Metal mais tradicional?
Acho que foi especialmente pelo sucesso do Hammerfall, esse foi o motivo para eles começaram a seguir essa direção. Eu sei que o dono da Nuclear Blast, Markus Staiger, era o único que acreditava no Hammerfall no começo e ele gosta de Heavy Metal, esse é o motivo de nos lançar.
Na época do Glory to The Brave, todos vocês estavam em outras bandas (além do Hammerfall). O Hammerfall era um projeto paralelo nessa época?
Eu acho que não, acho que foi um compromisso que todos na banda que tocavam em outros lugares tinham essas outras bandas como principal prioridade mas isso não significa que não levávamos o Hammerfall a sério afinal, tocávamos juntos, mas provavelmente não tocamos tanto quanto deveríamos.
Você acha que os integrantes que saíram após esse álbum se arrependeram da decisão?
Não, eu acho que não. Alguns deles estavam tocando em outras bandas, outros não tinham tanta qualidade. Eu acho que eles tiveram a oportunidade de seguir o que gostariam e acho que saíram porque não queriam tanto aquilo como nós queríamos então acho que não se arrependem, pelo menos eu espero que não. Eu quero que eles sejam felizes.
No encarte do Glory to The Brave, está escrito que a música título é dedicada à memória de Klas Fors. Quem é ele?
Era um fã que morreu entre a gravação e o lançamento do álbum então dedicamos o disco a ele.
Como vocês chegaram ao Patrick?
O Joacim já o conhecia antes. Eles tocaram juntos em uma banda chamada Highlander, e foi decidido que precisávamos de um baterista para o Hammerfall. Nós o convidamos, pois era alguém próximo a todos nós. Ele disse “sim” e foi assim que o pegamos.
Ele já estava na banda na época em que o Glory To The Brave foi lançado?
Sim, ele gravou o álbum com a gente como um baterista de estúdio. Então quando precisamos de um baterista efetivo no cargo, ele era a escolha óbvia pois já conhecia todas as músicas. Então, durante as gravações, ele estava como um baterista de estúdio e depois, quando o álbum saiu, ele já tinha sido efetivado.
Como você chegou aos outros integrantes, Stefan e Magnus, que entraram no Legacy of Kings?
Na verdade, o mesmo vale para todo mundo. O que aconteceu foi que, depois que nós gravamos Glory to the Brave, Joacim e eu decidimos que valia a pena investir tudo na banda, que nós queríamos muito fazê-la funcionar. Queríamos o Hammerfall em tempo integral, e para fazer isso, todos nós teríamos que estar com a mesma idéia, ou seja, ou (os membros) saíam das outras bandas, ou saíam do Hammerfall. Esse foi o ultimato que nós passamos. Obviamente, eles não queriam sair das outras bandas, o que eu realmente entendo, então nós precisávamos de três novos membros. Isso aconteceu antes do álbum ser lançado. O Magnus veio por último, Stefan e Patrick vieram ao mesmo tempo e Magnus alguns meses depois.
Então vocês gravaram o cover do Helloween, I Want Out, para um tributo que nunca saiu. Você sabe por que ele foi cancelado?
Eu não faço idéia. Acho que no começo pensaram que era uma idéia legal e depois, por algum motivo, decidiram não lançar mais. Mas nós gravamos a música e fizemos o melhor possível.
Como foi a experiência de ter Kai Hansen (ex-Helloween, atual Gamma Ray) e o Udo (ex-Accept, atual U.D.O), gravando suas músicas com vocês?
É bem legal, especialmente pelo Accept ser uma das minhas bandas favoritas. Foi muito legal estar no estúdio com o Udo, foi só então que pude conhecê-lo um pouco melhor. Pudemos conversar sobre as velhas gravações, os velhos discos, o que iríamos fazer, coisas assim. Foi muito divertido.
Por que o Patrick saiu após o Legacy of Kings?
Ele foi despedido, na verdade. O que aconteceu é que estávamos investindo um tempão em tudo relacionado ao Hammerfall e ele não estava lá conosco, eu sentia uma falta de comprometimento por parte dele. Ele era ótimo com outras coisas, mas o Hammerfall não era tão importante para ele como deveria ser para todos na banda. Nós tivemos alguns problemas em 1999 e eu pedi para que ele saísse. Isso foi o que aconteceu.
Como vocês chegaram ao Anders?
O Anders e o Magnus já se conheciam há 10 anos, eu acho. Acho que se conheceram no começo dos anos 90, quando moraram juntos em Los Angeles e também tocaram em uma ou duas bandas por lá. Então, quando decidimos demitir Patrick, Anders já era uma opção. Ele ficou interessado em entrar apenas como um baterista de estúdio e convidado de nossa primeira turnê de verão, porque ele tinha um salário e não poderíamos arcar com aquela quantia no começo. Mas nos divertimos tanto juntos que, no final do verão, perguntamos se ele gostaria de entrar definitivamente. Conversamos sobre o salário. Sua efetivação era o que todos nós gostaríamos de fazer e fizemos.
O Hammerfall gravou muitos covers na carreira. Você gosta de gravá-los?
Muito! Eu não gravaria se não gostasse.
Você pensa em gravar algum cover de uma música que não seja Metal? Como o Gamma Ray fez com Pet Shop Boys, o Judas Priest com a Joan Baez e muitas outras bandas fizeram com o ABBA?
Não temos planos para isso. Eu não descartaria totalmente, mas acho que, pessoalmente, existem muitas músicas boas de Metal que poderíamos regravar no lugar delas. Mas nunca se sabe, talvez alguém venha com uma grande idéia. Nós já fizemos o cover de uma música sueca lenta (Vindarna Viskar Ditt Namn de Roger Pontare) porque nos pediram isso para um programa de TV. Era uma música fora do Metal, obviamente, mas nós a fizemos o mais Metal possível. Foi muito divertido, porque a música era muito Metal em sua construção, em seus acordes, então não foi tão difícil transformá-la.
Vocês têm planos de lançar essa música em CD?
Bom, o plano dessa música era para um programa de TV e depois para um lançamento em CD. Você conhece um programa chamado Eurovision Contest? Eu acho que você não conhece, pois é uma coisa bem européia (Nota: ele não deixou respondermos, mas sim, conhecemos o programa. Para quem ficou curioso, passa no canal espanhol TVE e a edição 2005 foi ao ar no último dia 21/05). É um programa de TV em que cada nação (européia) compete com uma música para ver quem ganha no final e depois lançam um CD com as músicas. A música que gravamos não foi para a competição em si mas para uma comemoração dos 30 anos do programa e esse CD tem várias músicas antigas gravadas para um novo público e nós fizemos uma dessas músicas.
No Renegade, vocês diminuíram a velocidade das músicas para um Metal mais parecido com o Accept. Essa mudança foi intencional?
Eu diria que foi mais natural do que intencional…
Eu adoro esse álbum, mas na época em que o Crimson Thunder saiu, muitos começaram a reclamar do Renegade e da sua produção. Eu lembro de uma entrevista na Rock Brigade onde você disse que o jeito de produzir do Michael Wagener era ótimo. Mas mesmo a Rock Brigade mete o pau no Renegade agora. O que você acha desse álbum?
(risos) Eu acho ele brilhante. Muito bem feito!
E você gosta da produção também?
Sim, eu acho que saiu exatamente do jeito que queríamos. Não existem problemas sobre isso, a produção foi realmente boa, do jeito que gostaríamos. A melhor coisa sobre Michael Wagener é que, até aquele momento, não tínhamos um produtor como ele antes e nos envolvíamos totalmente com as gravações antes que outro produtor o fizesse. O Michael nos deu algumas dicas de como melhorar nossa performance, o que foi realmente muito bom, pois ele conseguiu tirar o melhor de todos nós.
Na época dessa turnê, vocês colocaram uma votação no site oficial, perguntando aos fãs que músicas vocês deveriam tocar nos shows. Eu lembro que, quando olhei os resultados, a música The Dragon Lies Bleeding estava com mais ou menos 600 votos enquanto que o segundo lugar estava com mais ou menos 50 votos. Você tem alguma idéia de por que tinha essa diferença entre elas?
Sim, eu sei. A questão é que um cara só votou umas 600 vezes para escolher essa música. A votação não ocorreu de verdade. Eu sei que muitas pessoas gostam dessa música mas não foram 600 votos contra 50, isso foi um erro.
E eu iria até perguntar por que vocês não tocaram essa música na turnê do Renegade, mas acho que foi por isso então, né?
Eu não sei, acho que começamos a tocar outras músicas mais significativas. Eu acho que nós tocamos a Dragon Lies Bleeding no final daquela turnê, nós mudamos o setlist na metade da turnê porque não é divertido tocar sempre as mesmas músicas o tempo inteiro.
Vocês têm planos de tocá-la agora?
Não. Na última turnê nós a tocamos em todos os shows, então não a tocaremos agora.
O Hamerfall é uma banda que capricha bastante nas coreografias dos shows. Esses movimentos são ensaiados?
Nada é ensaiado. Nós desenvolvemos uma forma de estar no palco e de tocarmos juntos. É assim que funciona. Acho que em determinados momentos, nos juntamos para tocarmos, mas não pensamos em como deveríamos fazer, simplesmente acontece.
Eu acho que os shows da turnê do Renegade foram os melhores que vocês fizeram até agora aqui em São Paulo, mas também foi curioso que vocês tocaram o mesmo número de músicas do Renegade e do Glory To The Brave e mais músicas do Legacy of Kings, por que vocês fizeram isso já que os fãs brasileiros tiveram a oportunidade de ouvir quase o álbum inteiro ao vivo na primeira turnê?
(risos) Eu não faço idéia. Isso foi há 4 anos atrás e eu não me lembro das músicas que tocávamos nessa época. Houve uma segunda visita a São Paulo e não lembro o que tocamos ou o que deixamos de tocar também, mas acho que aquelas músicas são muito boas.
Alguma chance de vocês tocarem Living in Victory e Destined to Glory dessa vez?
Deixe-me colocar desta forma: uma dessas nós certamente vamos tocar.
No Crimson Thunder, vocês mantiveram a base do Renegade, o que você acha desse álbum?
A mesma coisa que eu penso de todos os álbuns. Eu estou muito feliz com eles, amo todos eles. Sou muito orgulhoso deles e, se não fosse, não os lançaria. É assim que eu vejo. Eu também penso que demos um outro passo. Nós desenvolvemos nosso som e tudo o que tínhamos. Penso isso do Crimson Thunder e também do álbum novo e esse é o nosso direcionamento para o futuro.
Por que vocês decidiram parar de trabalhar com o Andreas Marschall no Crimson Thunder?
Porque acho que fizemos tudo que podíamos com ele. Ele fez as capas de três álbuns completos e vários singles. Ele fez bastante coisa com a gente. Achamos apenas que precisávamos de algo novo ao invés do que todos esperam que façamos e partimos para algo diferente, porque ele estava fazendo capas para várias bandas. Seu estilo é muito especial e fácil de reconhecer em muitos outros álbuns, então buscamos outra pessoa que criasse o nosso estilo de capas.
Vocês lançaram uma revista em quadrinhos junto com uma edição especial do Crimson Thunder. Por quê?
Foi uma coisa legal, pensamos que seria uma boa idéia lançar uma edição limitada do álbum com alguma coisa. Isso aconteceu, em primeiro lugar, porque alguém teve a idéia de desenhar uma história em quadrinhos sobre esse assunto e nós dissemos que tudo bem. É uma forma muito legal de lembrar a história do Crimson Thunder.
A história desse gibi é cortada no meio. Vocês pretendem lançar outra revista em quadrinhos continuando a história?
Eu não sei, acho que não. Nós não tivemos nada a ver com a história, tudo já estava pronto e desenhado quando tivemos contato com os quadrinhos. Eu não sei, você teria que perguntar ao cara que a criou.
Naquela época, Cans foi agredido por um fã de Black Metal. O que você pode nos dizer sobre essa situação?
Foi algo realmente inacreditável e estúpido o que esse cara (o agressor) fez. Aquele incidente realmente deixou marcas no Hammerfall, no modo como fazemos as coisas e nos comportamos. Antes disso, tudo era divertido, sem nenhum problema e depois tudo ficou mais sério e tomamos providências para que não se repita.
Você acha que o que aconteceu seria algo relacionado especificamente ao Hammerfall ou teria acontecido da mesma forma se o cara encontrasse com alguém do Helloween, por exemplo?
Eu acho que não, acho que foi algo diretamente contra o Hammerfall e não contra o Heavy Metal.
O que você acha dessa divisão dos fãs de Metal com Black Metal não se relacionando com o Power Metal e coisas assim?
Eu acho que isso existe entre os fãs de Black Metal que se dizem “true”. Eles não gostam de Heavy Metal, mas em todos os shows que fizemos, em todos os lugares, existe uma mistura de culturas diferentes. Já tocamos com Cradle of Filth, com Judas Priest, com Helloween. Eu acho apenas que existe um pequeno percentual dentre os fãs de Black Metal que odeiam todo o resto. Acho que a maioria das pessoas simplesmente gosta de outras coisas. Gostam de Black Metal, mas também gostam de outras coisas.
Em uma entrevista (Nota: na primeira pergunta desta entrevista) você disse que o novo álbum é o mais “verdadeiro” da carreira. O que você quis dizer com isso?
Eu nunca disse isso, eu acho. Nunca usei a palavra “verdadeiro” (Nota: Oscar se refere à palavra “true”), tomo muito cuidado com isso. (Pensativo) Acho que é o álbum mais dinâmico que fizemos, o álbum mais diversificado, com várias viradas. Mas acho que ele ainda é um álbum muito recente para tirarmos alguma conclusão. Leva alguns meses até apreciarmos o álbum pelo que ele realmente é. Para mim, este é o álbum mais virtuoso e bem escrito que já fizemos.
O Cronos do Venom participou da faixa Knights of The 21th Century. Como isso aconteceu?
Eu estava vestindo uma camiseta do Venom durante a gravação da bateria. Sou um grande fã da banda, especialmente dos álbuns antigos. O Cronos é um cara brilhante e sua voz é algo muito especial. O que aconteceu é que o produtor Charlie Bauerfeind não sabia que eu gostava do Venom e me perguntou se eu gostaria de ter o Cronos no álbum de alguma forma, já que ele conheceu os caras quando produziu alguns álbuns da banda anos atrás. Eu me empolguei e disse que seria uma coisa legal, então nós mandamos os arquivos e ele topou. Eu acho que a participação do Cronos na música adicionou algo que não existia antes, levou a música a um nível mais alto.
Como foi contar com ele no estúdio?
Nós nunca o encontramos, na verdade. Ele gravou as partes e mandou de volta por e-mail. Mas, com certeza, teria sido muito divertido.
Essa é quarta vez que vocês vêm ao Brasil, quais as suas expectativas?
Nossa expectativa é muito alta porque, em todas as vezes que estivemos aí, demos um passo à frente em termos de público e da energia nos shows, especialmente em São Paulo, que tem sido a melhor cidade no Brasil para nós. Eu tenho que dizer que o Brasil é o nosso terceiro país preferido em matéria de shows. Eu não sei o que vocês têm aí, mas isso faz do país um lugar muito divertido. Eu espero muito dos fãs brasileiros, obviamente, e eles podem esperar muito de nós também. Esse nossa turnê de 2005 é a melhor que já fizemos até agora. Nunca estivemos tão bem e espero mostrar isso a vocês. Será uma noite divertida de Heavy Metal.
Você disse que o Brasil era o terceiro país na preferência da banda, quais são os dois primeiros?
Suécia, obviamente. Nós tocamos há duas semanas em nossa cidade natal para 5.400 pessoas e para nós, isso é maravilhoso, é o mesmo público que iria em um Whitesnake ou Slayer, muitas dessas bandas. Acho que a Alemanha eu coloco como o número dois. Eles foram os primeiros a apoiar o Hammerfall. Os alemães sempre vão e lotam nossos shows lá e o Brasil vem em terceiro lugar, especialmente São Paulo.
Qual das vezes que vocês vieram ao Brasil, até agora, você considera a melhor?
Eu acho que em 2003. Em nossa primeira viagem não tínhamos muitas expectativas fora da Europa. A primeira vez foi especial, mas estranha. Acho que a turnê do Crimson Thunder foi mesmo a melhor, eu realmente me lembro que tínhamos muito mais pessoas nos shows e a apresentação de São Paulo foi algo realmente especial para nós.
Você sabia que o Hammerfall tocará em São Paulo exatamente no mesmo dia do W.A.S.P?
Sim, eu sei.
E o que você acha?
Eu gostaria que eles tocassem no dia seguinte porque aí eu poderia ver o show também (risos). Mas eu não sei, não me envolvo com as datas dos shows. Quem faz isso são os promotores. Eu só espero que as pessoas tenham dinheiro para ir aos dois shows.
Então, os fãs não vão poder ir aos dois shows porque eles ocorrem exatamente no mesmo horário. Vão ter que escolher.
(Risos) É, eu não sei o que fazer. É muito ruim, mas o que eu posso fazer?
Eles deveriam ter colocado os shows em cidades diferentes.
Sim, você tem razão.
Assistindo a alguns vídeos do Hammerfall, vemos que os shows europeus têm muito mais produção do que os shows brasileiros até agora. Você cospe fogo, o Hector (Nota: o mascote da banda) sobre no palco, tem fogos. Vocês pretendem trazer isso ao Brasil dessa vez?
Se você me perguntasse isso há 5 horas atrás, eu diria que é impossível, mas parece que teremos algumas pessoas trabalhando, pelo menos em São Paulo, e faremos o possível em todas as cidades. Nós não levaremos toda a produção, é impossível, não temos o dinheiro necessário, mas levaremos algumas coisas para o show agora. O show de São Paulo será o grande auge, pois tentaremos chegar o mais próximo possível de uma apresentação européia, mas as outras cidades terão algumas coisas também.
O que você pode nos dizer sobre o setlist dos shows do Brasil?
Posso te dizer que será uma espécie de “best of”, algumas músicas de cada álbum, Tocaremos bastante coisa do material novo. Estamos muito orgulhosos desse material e queremos promover e mostrar o Hammerfall 2005. Todos nós gostamos muito desse álbum, por isso tocaremos muita coisa nova. Mas tocaremos também muita coisa antiga. Tivemos que cortar algumas coisas que estão no (álbum ao vivo) One Crimson Night, que não estarão presentes dessa vez como Hero´s Return, Way of The Warrior ou At The End Of The Rainbow, que cederão espaço para as músicas novas, senão teríamos que tocar 4 horas todas as noites (risos).
Vocês terão alguma surpresa como fizeram da primeira vez quando tocaram Breaking The Law?
(risos) Bom, acho que teremos surpresas, mas nada desse gênero. Nós já fizemos isso nas turnês mais antigas.
Olhando para trás, qual o ponto mais alto e o ponto mais baixo de sua carreira?
O ponto mais alto acontecerá no futuro, eu espero. O ponto mais baixo foi quando eu quebrei meu braço antes do maior show que faríamos, há 2 anos, quando caí com minha moto um dia antes de um festival enorme em Gotemburgo para 15.000 pessoas. Aquilo foi horrível.
Qual sua música favorita do Hammerfall?
Eu não sei. Todas elas, eu acho. Sou muito feliz com tudo que fizemos. Algumas músicas são mais divertidas de tocar ao vivo do que outras, mas não as vejo como músicas preferidas. Levamos muito tempo para criar cada música e não posso escolher apenas uma.
Qual sua música favorita, sem ser do Hammerfall?
(pensativo) Puxa, eu acho que Balls to The Wall (do Accept). Eu acho que essa música representa tudo o que eu busco em uma música, é o mais próximo da perfeição que se pode chegar.
Tem alguma música que você acha que é a pior música já gravada?
Ah, se eu não gosto de alguma música, simplesmente não a ouço, então não tenho nenhuma escolha nesse sentido.
Para terminar nossa entrevista, gostaria que você deixasse uma mensagem para o seleto público do DELFOS.
Obrigado por lerem essa entrevista e acessarem o website. Espero que vocês possam nos ver no Brasil nos shows de Belo Horizonte, Curitiba ou São Paulo. Tenham certeza que serão shows bem selvagens e nos divertiremos muito, eu realmente busco isso. Vejo vocês lá!
Ok. Muito obrigado pela entrevista, Oscar.
Sem problemas. Se cuida. Tchau.