Etherborn é um jogo bem interessante. Trata-se de um puzzle plataforma em 3D com câmera fixa e cinematográfica. O que o diferencia é a gravidade. Seu personagem é sempre puxado para o chão, mas nem sempre o chão está na parte de baixo. Se houver uma inclinação, é possível andar do chão para o que seria a parede, e de novo para o teto.
Isso ao mesmo tempo o torna único e especial, mas também o deixa deveras confuso. Suas fases são grandes e espaçosas e, por causa do uso da gravidade, chegar a determinado ponto do nível nunca é tão simples quanto simplesmente andar até lá.
ETHERBORN E O CABEÇÃO
Seus puzzles normalmente envolvem pegar umas bolinhas que servem de chaves, e usá-las em marcas específicas do chão para abrir novos caminhos. Conforme os puzzles vão ficando mais complexos, se torna necessário colocar e tirar as bolinhas em mais de uma marca. E aí que a coisa complica.
Em uma fase mais avançada, por exemplo, isso era necessário várias vezes. Havia vários conjuntos de “fechaduras” e bolinhas limitadas. Eu precisava abrir um caminho, entrar lá, pegar as bolinhas, voltar e recuperar a que tinha sido usada para abrir aquele caminho. Além da desorientação comum causada pelo jogo, isso deixava se movimentar pela fase absurdamente complexo. Eu fiquei andando a esmo na fase em questão por mais de duas horas até finalmente declarar que Etherborn me venceu.
Voltei ao jogo uns dias depois e consegui passar. Me surpreendi ao constatar que estava já próximo ao final do jogo. Apesar de ter ficado algumas horas travado, Etherborn pode ser terminado em menos de uma hora para quem sacar as soluções mais rápido do que eu.
AUDIOVISUAL
Etherborn é um jogo tecnicamente simples, mas seu visual altamente estilizado o torna belo e interessante. As músicas, por outro lado, são fantásticas. Trata-se de uma trilha bem relaxante, levada quase todo o tempo ao piano e ao violão. Diria inclusive que só fiquei insistindo na fase supracitada por duas horas por quão agradável é explorar este mundo graças a seu audiovisual.
Mas não dá para negar que Etherborn exige muito, e bastante gente vai ficar perdida em suas fases. E isso não é exatamente um elogio. Apesar de seu jeitão relaxante, esta está longe de ser uma aventura casual. É, na verdade, um jogo de puzzles bem mais hardcore do que Portal, por exemplo. E isso não é exatamente o que eu procuro em um jogo, mas para fãs mais hardcore do gênero, pode ser uma boa pedida.