Não deixe de ler também a crítica delfiana ao filme.
A coletiva de imprensa de Mulheres do Brasil foi bem rápida, na minha opinião. Não houve muito entusiasmo, por parte dos jornalistas presentes, que quase não fizeram perguntas. Estavam presentes a produtora Elisa Tolomelli, o ator Luciano Szafir (o pai da Sasha), que faz uma participação especial no último episódio do filme, as atrizes Luana Carvalho e Marília Medina, o ator Lucci Ferreira e a diretora Malu de Martino.
Tolomelli começou dizendo que eles vieram de uma série de pré-estréias pelo país e finalmente chegaram a São Paulo. Segundo ela, as pessoas se identificaram muito com o filme no Brasil inteiro, o que a fez pensar numa futura continuidade do projeto para a televisão. Quando o assunto foi para os termos de produção, ela explicou que foi um processo longo, que durou 1 ano e dois meses de filmagem, com intervalos. A produtora continuou dizendo que além da captação financeira nacional, houve também um trabalho de captação local nas cidades retratadas no filme: São Paulo, Rio de Janeiro, Maceió, Curitiba e Bom Jesus da Lapa (Bahia).
O galã Szafir disse que sua participação especial foi afetiva, pois sempre quis trabalhar com Malu de Martino e acrescentou: “Conhecer essas mulheres através dessas histórias foi um aprendizado. Acho que toda mulher vai se identificar com alguma parte do filme”. Indagada sobre sua personagem, Luana Carvalho disse ter sido um prazer fazer uma personagem tão distante de sua personalidade. “Sou carioca e faço uma alagoana”, concluiu. Em seguida, entretanto, se contradisse ao falar que sua personagem, a estudante de Turismo Ana, optou pelo caminho mais fácil na escolha da profissão e ela, ao contrário, seguiu a trajetória mais difícil. Como se ser filha da cantora Beth Carvalho não tivesse lhe aberto pelo menos algumas portas nessa sua carreira de atriz. Mas continuemos. Marília Medina e Lucci Ferreira apenas falaram um pouco de seus personagens, a carioca Marly e o pescador alagoano Zeca, deixando praticamente todo o restante da coletiva para a diretora Malu de Martino, estreante em cinema.
Malu começou explicando a proposta inicial do projeto: “O que a gente tentou foi compor uma galeria de tipos femininos brasileiros. Abrir uma janela que mostrasse as mulheres comuns, sendo que cada uma delas viveria uma história diferente em um lugar diferente do país. Mas acho que faltaram outras situações que mostrassem outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste e o Norte”. A diretora disse ainda que, apesar de terem faltado essas histórias que, na verdade, não caberiam no filme, pois o deixariam muito longo, qualquer uma das mulheres retratadas ali poderia viver em qualquer região do Brasil, mostrada no filme ou não. Sobre a parte documental presente no longa (as histórias são intercaladas com algumas declarações não-fictícias), Malu de Martino esclareceu: “Os depoimentos servem para sublinhar as histórias ficcionais. A gente se adaptou para filmar desta maneira, misturando documentário com ficção. Foram gastas muitas horas de material em vídeo para as entrevistas”. Quando indagada sobre a origem do enredo de cada episódio, ela disse que cada caso foi um caso. “Na segunda história, por exemplo, eu conheci primeiro o Pontal da Barra e então pedi para a Lúcia Guiomar Teixeira escrever uma história que se passasse lá, mas outras histórias foram feitas de maneiras diferentes, às vezes baseadas nos próprios depoimentos que gravamos”.
Depois das palavras da diretora houve um burburinho e me chegou a notícia de que era o fim da coletiva. Achei engraçado, pois tanto o filme como a coletiva foram bastante irregulares e, mesmo assim, não chegaram a ser ruins. Ou seja, de algum modo, de ambos eu senti que pude tirar algum proveito. Pelo menos foi uma boa surpresa, ao invés da bomba que eu estava achando que seria.