Já deixei clara a minha admiração por esse filme aqui e aqui. Lembro de quando o assisti no cinema, devia ter por volta dos meus 12 anos e fiquei realmente apaixonado pela história. O Drácula deste filme foi, por muito tempo, um dos meus vilões preferidos (embora nunca tenha considerado o sujeito um cara malvado), então nada mais natural que fazer uma análise desta nova Edição de Luxo que chegou recentemente às lojas e que você pode comprar baratinho clicando aqui. Então vamos nessa:
O FILME
Dirigido por Francis Ford Coppola, baseado num dos livros mais famosos da história, vencedor de três Oscars e com um elenco composto por nomes como Gary Oldman, Anthony Hopkins, Winona Ryder, Keanu Reeves e até o Cary Elwes (o carinha que mais de uma década depois ficaria preso no banheiro com outro cara em Jogos Mortais), sem falar, é claro, de Sadie Frost, que faz a ruivinha safada Lucy – e neste ponto, delfonautas em todo o planeta (afinal, as estatísticas apontam que temos leitores até em Cabo Verde e Portugal) se unem em um “Yay!” em homenagem a todas as ruivinhas safadas. Vamos lá, todos juntos agora: hum… ruivinhas safadas…
Já que estamos falando de mulheres, aqui também podemos ver a versão jovem da Monica Bellucci, como uma das noivas de Drácula que, junto com duas outras femininas, fica lambendo o sortudo Keanu Reeves. Hum… Monica Bellucci com Fettuccine…
Ao contrário do que os parágrafos acima podem indicar, seria difícil colocar Drácula de Bram Stoker como um dos maiores longas do cinema, até porque boa parte dos envolvidos aqui fizeram, em algum ponto da sua carreira, coisas bem maiores, de Silêncio dos Inocentes a Poderoso Chefão, passando até por Matrix. Ainda assim, é, sem dúvida, um filme bastante lembrado por muita gente, sobretudo fãs de terror, de vampiros ou simplesmente do livro que deu origem à história.
Quando escrevi a resenha do livro, o comparei com o filme e deixei claro que gostava mais deste último, pois apresentava uma profundidade maior para o vilão, que é transformado simplesmente de uma figura malvada para alguém trágico, que nada mais quer do que encontrar o verdadeiro amor da sua vida, que foi tirado de suas presas tantos anos atrás.
Por outro lado, reassistir ao longa depois de ter lido o livro também dá outra sensação de perda. A versão cinematográfica de Drácula parece ser corrida. Boa parte das cenas do livro estão aqui, mas parecem estar fatiadas, sem o desenvolvimento necessário, como se o roteirista tivesse decidido manter tudo e cortar só nas suas durações, ao invés de manter apenas o núcleo da história, como normalmente é feito. Isso prejudica o filme, que parece estar sempre correndo contra um adversário invisível.
Ainda assim, a história de alguém que venceu a morte para ter uma chance de reencontrar o amor da sua vida me toca bastante e realmente considero este um filme deveras romântico, um dos cinco mais do cinema, na verdade. Tanto que sempre estranho quando o vejo classificado como terror. Se já é difícil encaixar o livro neste gênero, o que dizer do longa, que nada mais é do que uma grande e bela história de amor eterno?
A IMAGEM
O filme é apresentado em widescreen anamórfico e a imagem está bem superior ao lançamento anterior. Ainda assim, por se tratar de um filme relativamente antigo, não podemos esperar dele a mesma qualidade visual que vemos no DVD de Homem-Aranha 3, por exemplo. Os extras que foram feitos recentemente, por outro lado, têm a imagem mais brilhante e mais colorida, deixando clara a idade do filme.
O ÁUDIO
Este aspecto, por outro lado, não deixa muito a reclamar, pelo menos na mixagem em inglês. O áudio está disponível em inglês, francês (ambos 5.1 Dolby Digital), português e espanhol (ambos 2.0 Dolby Digital). Na versão em inglês, a qualidade está excelente e usa bem o áudio posicional. O único problema é que, em um trecho, as caixas traseiras começaram a chiar e, depois de alguns minutos, pararam. Sempre que toquei aquele trecho, elas chiavam, como se esse chiado fizesse parte do filme. Tirando esse pequeno problema, contudo, o áudio é muito bom. As legendas estão disponíveis em português, francês, espanhol, inglês e coreano. Os menus também merecem destaque, pois são muito bonitos, em ambos os discos.
OS EXTRAS
O disco um conta apenas com uma opção de assistir ao filme com o Coppola, que nada mais é do que uma introdução assaz interessante feita pelo próprio, seguida dos tradicionais comentários em áudio do diretor, onde nosso amigo fala algumas coisas bem interessantes, como o nome da moçoila que segurou a tocha para o logo original da Columbia (e viva as curiosidades inúteis! o/).
Já no disco dois é onde está o prato principal do material adicional. Nele, podemos conferir quatro documentários falando sobre coisas como o design, efeitos visuais e um making of mais geralzão. Também temos 27 minutos de cenas excluídas, que infelizmente não foram tratadas como deveriam e apresentam uma qualidade de imagem bem fraca mesmo, deixando claro que nunca foram finalizadas. Por fim, temos vários trailers, dois do próprio Drácula de Bram Stoker e outros filmes que foram incluídos simplesmente como propaganda, como O Albergue 2, por exemplo.
CONCLUSÃO
Se você é fã do filme e não comprou o primeiro DVD, este sem dúvida é uma boa pedida. Mesmo se você já tem o anterior, talvez valha a pena adquirir este pela parte audiovisual turbinada e pelas cenas excluídas que, mesmo não estando com a qualidade ideal, são sempre legais de serem assistidas.