Dentro do gênero terror, não há nada mais carne de vaca que as histórias de possessões demoníacas. Todos os tipos de história já foram contadas e recontadas dentro deste subgênero, tanto que não há mais novidades nele. Ou será que ainda há? Dominação acredita mais nessa indagação e até tenta injetar algo diferente (não necessariamente novo) nesse enredo tão desgastado.
Um coisa-ruim possui um menino que por acaso é o jovem Bruce Wayne da série Gotham. Para arrancar o capeta de dentro do guri, é chamado o Dr. Ember (que por acaso já foi o Duas-Caras), porém ele não é um exorcista conforme se esperaria. Acontece que o sujeito tem a habilidade especial de entrar no subconsciente de pessoas possuídas.
Desta forma, ele encontra a pessoa presa dentro de sua própria mente e a convence de que ela está vivendo uma ilusão criada pelo demônio, aqui tratado como um parasita sobrenatural, fazendo com que ela o “despeje” de dentro de si e assim recobre o controle de sua mente e corpo.
Essa ideia, uma espécie de A Origem com possessões, é bem interessante e a primeira aparição do personagem do Aaron Eckhart em ação é bem legal. Infelizmente, a coisa fica por aí mesmo e esse conceito nunca é totalmente desenvolvido, ficando muito aquém do que poderia ser.
O caminho escolhido, não há surpresa nenhuma, é o de uma produção mais mainstream do gênero, com todos os clichês e lugares-comuns possíveis, pegando essa premissa boa e transformando-a em apenas mais uma num mar de tantas outras produções medíocres do gênero que chegam aos cinemas quase todo mês.
É mesmo uma pena, pois esse lance de ele mergulhar na cabeça das pessoas e tentar convencê-las de que elas estão possuídas acaba ficando em segundo plano, preterida por sustos fáceis e um roteiro previsível, onde você antecipa a léguas de distância tudo que vai acontecer, principalmente o final.
O filme ainda é assistível, muito em parte por causa dessa premissa bacana (e o fato de ser curto também ajuda), mas o roteiro que não a aproveita e os muitos clichês acabam por arrastá-lo para o nível de um filme nada. Até diverte enquanto se assiste, mas depois não fica na memória.
Neste caso é uma pena, pois Dominação tinha uma ideia boa o suficiente para alçá-lo a uma categoria superior, mas acabaram não aproveitando. Assim, é mais um filminho mais ou menos do gênero que rende melhor em casa, com uma turma de amigos. No cinema, há programas melhores em cartaz.