Ah, até que enfim uma banda que eu deveria conhecer e não conheço. O Dokken é uma banda de Hard Rock americana que já foi e voltou do vinagre. Esses discos ao vivo são meio que uma faca de dois gumes para conhecer uma banda. Afinal, solos de bateria, por exemplo, quase matam qualquer um de tédio. From Conception: Live 1981 quase não afunda nesse território, pois só tem um solo de guitarra curtinho, e em faixa separada.
O som da banda não é nem um pouco pesado, beirando bastante o famoso Hard Rock Farofa. Mas, ei, desde quando somos preconceituosos aqui no DELFOS? Nunca, a não ser quando se trata de bandas como o Desejo da Noite (belo nome de guerra para alguém que ganhe as vidas na rua). 😛
A primeira faixa, Paris, já dá uma boa cara do que a banda faz: um ótimo Hard Rock. Riffs pesados, bateria eficiente e baixo presente na medida certa. Nem dá para ver os quatro minutos da música passando, e isso é um ótimo sinal. Belo começo!
Goin’ Down é mais uma faixa que grita o porquê do Hard Rock existir: para falar de sacanagem, carros rápidos, bebedeira e outras coisas do gênero. Nós aqui no DELFOS, especialmente nosso querido Torquemada, não estimulamos o consumo exagerado de bebida, o excesso de velocidade ou, pior, a mistura dos dois. Mas, bem, tirando o Torquemada, não temos nada contra uma boa sacanagem, desde que seja de comum acordo entre as partes. Pode ser até envolvendo alimentos!
Night Rider tem cara de ser um grande hit, mas a banda fez aquela coisa chata de ficar prolongando demais pedindo a participação do público. Isso até me lembrou dos pesadelos recorrentes que tenho com o Bruce Dickinson levando 40 minutos para terminar Running Free…
Live To Rock foi outra que me empolgou bastante. Talvez porque eu me identifiquei com a ideologia presente no nome da música. Riffs simples e legais, bateria caprichada e refrão daqueles bem grudentos. Vai pra lista de músicas para fazer apologia ao Rock: Long Live Rock ‘n’ Roll, Rock ‘n’ Roll Doctor, I Wanna Rock e Rock ‘n’ Roll All Nite. O vocalista Don Dokken é simplesmente perfeito para esse estilo, e me lembrou um pouco uma mistura de Geoff Tate (do Queensrÿche) com o Jon Bon Jovi (adivinha de onde?).
Bem, agora algumas críticas: na mixagem, as guitarras estão muito baixas, sei lá o porquê. Normalmente os discos ao vivo se esquecem do baixo, mas aqui ele está bem audível. Os corinhos nos refrões também ficaram muito baixos, e dá para perceber que o impacto seria bem maior se isso não tivesse acontecido. A platéia também não fez muito a parte dela.
É um disco legal? Ah, sim. Entrará no hall de discos ao vivo imperdíveis? Não, não chega a tanto. Leva quatro Dragões Vermelhos, mas tinha potencial para levar os cinco.