A franquia de filmes Diário de um Banana é baseada numa série de livros infanto-juvenis criada por Jeff Kinney. Obviamente, eu nunca li nenhum deles e este Caindo na Estrada é a primeira adaptação cinematográfica de um deles que assisto. Após passar por essa nova experiência, meu veredicto é: totalmente inofensivo.

Duas coisas me vieram imediatamente à mente enquanto assistia, mas antes de entrar propriamente nesse assunto, convém passar a sinopse: a família Heffley sai de férias numa road trip em direção à festa de 90 anos da “bizuza” deles (que eu imagino que signifique bisavó).

Mas acontece que Greg, o banana da história, pagou mico na internet e acha que se for até uma convenção de games mais ou menos próxima à região da festa e aparecer num vídeo com um youtuber famoso, isso pode ajudar a melhorar sua reputação virtual. Daí ele vai elaborar uns esquemas para fazer esse desvio de rota e vai meter sua família em altas confusões do barulho. Ou melhor, em moderadas agitações de volume socialmente aceitável.

Voltando ao que anunciei dois parágrafos acima. A primeira coisa que me veio à mente é que este é um filme com a maior cara de Sessão da Tarde, só que não a da minha geração, que moldou o gosto cinematográfico de toda uma galera com excelentes filmes. Não, trata-se de um Sessão da Tarde atual, para a nova geração, cheia de filmes nada completamente sem sal.

Delfos, Diário de um Banana, Cartaz

A segunda coisa que me veio em mente também é relacionada a essa diferença geracional. Na minha época, víamos coisas como O Pestinha (1990), onde um “capeta em forma de guri” (como já dizia a famosa música) tocava o terror e era maior divertido.

Nessa época mais “leite com pêra”, temos Diário de um Banana, onde o banana arruma confusões inofensivas por ser um banana, e não um moleque-problema. Não há maldade, malícia, nada. É o filme coxinha para a criançada coxinha de hoje em dia, que se visse um peitinho à tarde, provavelmente entraria em combustão espontânea.

E como a estrutura do filme é a de uma road trip, ele também acabou me lembrando coisas como Férias Frustradas, só que para crianças, com piadas bem leves e manjadas.

Eu acabei ficando meio deprimido mesmo é ao constatar que minha já citada geração está ficando velha, visto que os pais de Greg são interpretados pela Alicia Silverstone e pelo batera do The Wonders.

https://www.youtube.com/watch?v=5UbykH1JMhc

Caramba, até outro dia a Alicia Silverstone era a musa dos clipes do Aerosmith junto da filha do Steven Tyler. Agora ela interpreta uma mãe de três, sendo que o mais velho já tem 16 anos! Que puxa.

Seja como for, Diário de um Banana: Caindo na Estrada não é ruim. Se eu fosse criança ou pré-adolescente hoje em dia, provavelmente gostaria disso. Havia alguns na cabine e eles pareceram satisfeitos com o que viram. Na realidade ele é bem isso mesmo: um filme para ver de tarde, durante o lanche da molecada e nada mais.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
diario-de-um-banana-caindo-na-estradaTítulo: Diary of a Wimpy Kid: The Long Haul<br> País: EUA<br> Ano: 2017<br> Gênero: Comédia<br> Duração: 91 minutos<br> Distribuidora: Fox<br> Diretor: David Bowers<br> Roteiro: Jeff Kinney e David Bowers<br> Elenco: Jason Drucker, Alicia Silverstone e Tom Everett Scott.