Diamante de Sangue

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O delfonauta sem dúvida já pensou na podridão da sociedade e nas aberrações que fazemos em troca de petróleo, diamantes, enfim, tudo que dê lucro. Pois Diamante de Sangue vai fazer você repensar algumas dessas coisas e chegar à conclusão de que elas talvez sejam ainda piores do que você imagina. O problema é que a história é um pouco complicada para fazermos uma sinopse em um único parágrafo, mas vamos ver o que sai.

Estamos na Serra Leoa, no final da década de 90 e o país inteiro está em guerra civil. Uma família pobre é separada pelos rebeldes e o pai, Solomon (Digimon, quer dizer, Djimon Hounsou), é obrigado a trabalhar procurando por diamantes, até que ele encontra uma jóia enorme e decide roubá-la. Paralelamente, seu filho é forçado a se juntar à rebelião e aprende a arte de guerrilha. Do outro lado, temos Danny (DiCaprio), um contrabandista que fica sabendo do tal diamante gigante e se declara sócio de Solomon. Para completar o time, temos a jornalista Maddy Bowen (a linda Jennifer Connely) que quer ferrar toda a indústria de diamantes expondo a violência que a envolve. Para isso, ela precisa da ajuda de Danny e de Solomon.

Ufa! Parece complicado, mas não se preocupe, tudo isso faz sentido na tela grande. E melhor, toda essa complicação é regada por ótimos diálogos e algumas cenas marcantes. Como exemplo do primeiro, destaco o momento em que Danny explora a hipocrisia de Maddy mostrando que, olhando a fundo, eles são quase que parceiros no ramo de jóias. Já no quesito cenas marcantes, é emocionante (e triste) ver a primeira vez em que as crianças são obrigadas a matar, muitas vezes sem nem saber que estão matando (como que se faz isso, você só vai ver no filme, não vou ficar ensinando guerrilha para o delfonauta).

Como principal defeito, aponto o final deveras meloso, sobretudo o reencontro de Solomon com o filho, que tudo indicava que iria por um lado mais dramático, criativo e fenomenal, mas os roteiristas decidiram ir pelo caminho mais clichê. O filme também é um pouco mais longo do que deveria, mas nenhum desses problemas o torna menos recomendável.

Enfim, Diamante de Sangue é um filme sério, emocionante e triste, realmente recomendável para ser assistido no cinema. Mas vá avisado, pois você provavelmente vai lembrar dele quando for comprar o anel de noivado para sua futura esposa. E não deve ser muito agradável comprar algo que deveria ser romântico pensando em quantas pessoas morreram para que você pudesse comprá-lo.

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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
diamante-de-sanguePaís: EUA<br> Ano: 2006<br> Gênero: Ação/Drama<br> Roteiro: Charles Leavitt<br> Diretor: Edward Zwyck<br>