Dear Esther

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Dear Esther foi lançado em 2012 para computadores e ficou bem famoso, embora muitas pessoas não o considerem um jogo. Agora ele chega para os consoles e tivemos a oportunidade de testá-lo.

Não há dúvidas de que se trata de um walking simulator, e você sabe que eu gosto do gênero. No entanto, se comparado a títulos mais recentes, como Firewatch, Dear Esther simplesmente não é tão interessante.

Basicamente, você explora uma ilha. Não uma ilha paradisíaca, como as do Far Cry, mas uma mais sombria, escura e com um mar menos convidativo. A ilha é linda, no entanto, e explorá-la é um prazer, não apenas pelo seu visual caprichado, mas especialmente pelo som.

A atmosfera sonora de Dear Esther é muitíssimo caprichada. O tempo todo você ouve o barulho do mar e do vento. É incrível como mesmo o jogo tendo um som intenso ele consegue passar um clima de sossego e de silêncio incrível.

Para completar, temos uma trilha sonora nada menos do que linda. As músicas são tranquilas, normalmente envolvendo piano e violino e apenas ocasionalmente aparece uma moça cantando algumas melodias. As músicas completam o climão de solidão e de tranquilidade do jogo muito bem.

Enquanto você explora a ilha, uma narração vai rolando, que é basicamente uma carta de um sujeito para alguém chamada Esther. Quem é Esther e quem é o sujeito? E como eles se relacionam com você? Isso é algo que você vai ter que jogar para saber, mas mesmo se jogar é capaz de chegar do outro lado com mais perguntas do que respostas, uma vez que a história é bastante aberta e subjetiva.

Eu fiquei realmente incomodado com as legendas. Ao invés de aparecer duas linhas por vez, como é o tradicional, aparece toda a narração que o cara está fazendo de uma vez. O resultado é que metade da tela fica ocupada por um imenso bloco de texto, o que é bem invasivo.

Também senti falta de um botão de corrida. O personagem anda devagarzinho e os cenários são bem grandes. Quando tem dois caminhos, dá a maior preguiça de seguir um deles, ver que não tem saída e ter que voltar tudo até a intersecção. Um botão de corrida resolveria isso.

Mesmo explorando com calma, Dear Esther é um jogo bem curto. Ele durou exatos 90 minutos para mim, mas me pareceu uma duração apropriada considerando o gênero e a história que ele conta.

Dear Esther está longe de ser o melhor walking simulator disponível nos consoles, e muitas pessoas podem simplesmente não ter paciência para ele. Aqueles que o encarem com a devida atenção, no entanto, certamente passarão por 90 minutos bem emocionais.

CURIOSIDADES:

– A versão para consoles, chamada de Landmark Edition, traz comentários com os desenvolvedores.

– O jogo seguinte da The Chinese Room já foi resenhado aqui no DELFOS. Trata-se do também emotivo e também walking simulator Everybody’s Gone to the Rapture.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
dear-estherAno: 14 de fevereiro de 2012 (PC), 20 de setembro de 2016 (consoles)<br> Gênero: The Chinese Room<br> Plataforma: PC, Xbox One e PS4<br> Fabricante: The Chinese Room<br> Versao: PS4<br>