Aproveitando o hype em torno do recém-lançado exclusivo de PS4, Bloodborne, a Bandai Namco foi bem espertinha e escolheu um timing excelente para dar um upgrade no sucesso do ano passado, Dark Souls II. Neste artigo (que não é uma resenha), eu vou falar o que tem de novo e um pouco da minha experiência com a nova versão, com o objetivo de ajudar tanto o delfonauta que já jogou e está a fim de jogar de novo quanto aquele que gostou de Bloodborne e está interessado em curtir as obras anteriores da From Software.
O QUE TEM DE NOVO PARA QUEM JÁ CONHECE O JOGO
Antes de mais nada, se você já tem o Dark Souls II nas versões de PS3, Xbox 360 ou Windows com DiretX.9, saiba que um upgrade gratuito está disponível para você. Sério mesmo, vai lá ver e depois volta aqui.
O que tem nesse upgrade, você quer saber? Pois veio ao lugar certo, meu amigo. O upgrade traz novos NPCs, mais história e novos eventos, incluindo um novo final. A descrição dos itens também foi expandida, para adicionar profundidade ao mundo do jogo. Alguns ajustes técnicos também foram feitos, especialmente para as partidas online.
Agora se você ainda não tem o jogo, ou quer comprá-lo novamente para as novas gerações (PS4, Xbox One e Windows com DirectX.11), ganha alguns outros mimos. Como já é costume, os gráficos ganharam uma plástica e agora rodam a 1080p e 60 FPS. O jogo também permite que até seis pessoas joguem juntos online e inclui os três DLCs anteriormente lançados.
O que eu achei mais legal, no entanto, é que o mundo do jogo foi mexido. Os inimigos agora estão em lugares diferentes possibilitando que mesmo quem está jogando de novo sinta como se fosse a primeira vez. Até algumas fogueiras mudaram de lugar e, claro, tem um chefe novo, justamente o tal Scholar of the First Sin.
Imagino que, se você é um fã do jogo original, poucos remakes para a nova geração valem tanto a pena serem comprados novamente, pois este traz todo o tradicional (gráficos melhores, DLCs) e ainda traz uma nova experiência de jogo. Não chega a ser um jogo novo, claro, mas é o suficiente para valer a pena jogar mais uma vez.
VINDO DE BLOODBORNE
Um caso que deve ser bem comum são pessoas que compraram o Bloodborne, gostaram do jogo e tiveram vontade de conhecer seus precursores espirituais. É o meu caso, por exemplo.
Porém, embora tenha semelhanças claras em coisas como interface e jogabilidade, Dark Souls é muito, MUITO mais complexo. Dá uma olhada lá na galeria, por exemplo, na simpática tela que você vê quando quer subir de nível.
Bloodborne é um jogo relativamente simples, muito mais focado na ação do que no RPG. Dark Souls II é menos direto. Aqui você passa muito mais tempo escolhendo seus equipamentos, fazendo upgrades e em geral preparando seu personagem do que no lançamento mais recente da From Software.
Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do seu gosto para games. Se você é um fã de RPGs, aqui provavelmente tem tudo que você gostaria que tivesse no Bloodborne. Já se você gosta mais de sair por aí matando bichos, a complexidade de Dark Souls II talvez te assuste um pouco.
Visualmente falando, temos aqui um jogo bonito, porém ele não impressiona, especialmente se você estiver vindo do belíssimo Bloodborne. Em geral, ele não está com gráficos tão legais quanto o The Last of Us Remastered, para citar um exemplo de um outro relançamento da geração passada. Tem alguns cenários lindíssimos, no entanto, o que sem dúvida vai incentivar a sua exploração
E incentivo é algo que Dark Souls II não te dá muito, amigo delfonauta. Bloodborne é difícil, mas este é muito mais difícil. Eu joguei Bloodborne do começo ao fim, tendo dificuldades apenas em alguns chefes. Já aqui, demorei umas oito horas para encontrar o primeiro chefe. Na verdade, eu tive muita dificuldade para passar do segundo checkpoint da primeira área, aquele onde você compra a chave do ferreiro.
Eu estava ficando sinceramente desanimado quando todas as minhas armas começaram a quebrar e eu não sabia como ativar o ferreiro para consertar minha espada. Daí, quando finalmente consegui fazer isso, achei que iria começar a evoluir mais rapidamente no jogo, mas não. Foi aí que eu travei de vez por várias horas. Pelo jeito sou bom o suficiente para terminar Bloodborne, mas não o suficiente para Dark Souls II.
O problema para mim é que aqui vem muitos inimigos de uma vez, normalmente quatro ou cinco. Um só já é um perigo considerável, cinco então é covardia. E não consegui fazer como em Bloodborne, de separá-los e lutar com um de cada vez, aqui você tem que encarar todos juntos. E eles te perseguem incansavelmente pelo cenário.
Mesmo comparando com Demon’s Souls, o mundo de Dark Souls II tem muito mais criaturas hostis, pelo menos no início. Em Demon’s Souls eu cheguei até o primeiro chefe sem morrer nenhuma vez, enquanto aqui os zumbis, ciclopes e cavaleiros que encontrei fizeram miséria comigo. Pelo que li por aí, parece que a quantidade de inimigos foi uma das modificações feitas nesta nova versão.
Tem também algumas decisões de design altamente questionáveis. Algumas delas, como fazer você perder toda sua experiência ao morrer, também estavam presentes em Bloodborne. Seria legal se, em ambos os casos, você pudesse guardar a experiência em um lugar seguro ao invés de ficar carregando tudo o tempo todo.
Outras dessas decisões o jogo mais recente abandonou, como o fato de que sua energia máxima fica menor a cada vez que você morre. A minha não demorou muito para chegar na metade (o limite mínimo), de onde não saiu mais, já que eu não queria gastar um item raro que a faria voltar ao normal.
Eu ainda não desisti dele, no entanto, e vou voltar a jogar assim que terminar de redigir esta matéria, mas fique avisado, se Bloodborne já foi difícil demais para você, provavelmente você não vai conseguir jogar Dark Souls II. Por outro lado, se Bloodborne foi um passeio no parque, talvez aqui tenha algo que realmente te desafie.
Se for para escolher um dos dois, eu, que sou mais da turma dos jogos de ação diretos, gostei mais de Bloodborne. Você talvez não seja como eu e goste de um pouco mais de complexidade. Neste caso, comece por Dark Souls II. Ambos são bons jogos, no entanto, mas são bem mais diferentes entre si do que pode parecer à primeira vista.