Novocaine: À Prova de Dor tem uma proposta divertida. Aqui conhecemos Michael Nathan Caine (Jack Quaid, de The Boys), um caboclinho que tem uma doença genética que o impede de sentir dor. Pois é, sujeito é basicamente o Baldur. Mas sem a imortalidade. Em outras palavras, ele se machuca e precisa se recuperar dos machucados, como qualquer um, a diferença é que não percebe quando se machuca. É tipo um Wolverine às avessas, o pior superpoder que poderia existir. Ou não?
Afinal, saindo machucado ou não, não sentir dores numa briga lhe dá algumas vantagens. E o filme, uma comédia de ação, explora bastante as repercussões bizarras disso. Novocaine é extremamente violento, e se a violência não te afastar (ela é bem extrema), você há de se divertir bastante.
CRÍTICA NOVOCAINE
Novocaine: À Prova de Dor começa como uma comédia romântica. Nathan sai com a moça pela qual era apaixonado e acredita estar vivendo o início de um grande amor. O problema é que o banco no qual ele trabalha é assaltado no dia seguinte, e os assaltantes levam de refém logo a mina que ele curte. Isso não pode ficar assim!
Nathan então pega um carro de polícia e uma arma e vai atrás dos meliantes, não para fazer justiça, mas para salvar a donzela em perigo antes que ela seja morta. Obviamente, os criminosos não vão aceitar suas ameaças vazias e vão se aproveitar de sua força física maior para tentar vencê-lo na briga. Eles só esperavam, você sabe, que Nathan sentisse dor.
TIPO UM SUPER-HERÓI

Novocaine é quase um Paixão de Cristo, no sentido de que é um filme onde vemos Nathan apanhando o tempo todo. A diferença é que, ao invés do gorefest metido a erudito do Mel Gibson, temos um gorefest divertido e extremamente cartunesco. Embora explícita, a violência beira a um episódio filmado do Comichão e Coçadinha.
Se há algum problema, diria que é a falta de timing. Alguns momentos (mais de um!) têm uma construção tão enorme que é óbvio que algo “inesperado” vai acontecer. Um exemplo sem spoiler: quando um personagem joga uma faca para Nathan pegar no ar, fica vários segundos mostrando a faca girando. É óbvio que ela vai entrar na mão do Nate, “legume” à frente, não é? Pois é, tem várias cenas assim, que acabam ficando mais óbvias do que deveriam por causa de um build up exagerado.
Felizmente, o filme como um todo é bastante divertido, causando aflição e risadas meio que em doses iguais. Como um desenho animado, é uma história bem básica, mas a diversão vem em ver o que fazem com a temática. Vale a pena ver no cinema, especialmente se você tiver uma saudável predileção por fraturas expostas.