Eu sou da época em que o ursinho Pooh se chamava Puff. Por que diabos mudaram o nome dele aqui no Brasil de volta para o original, não sei. E fora assistir a alguns desenhos dele na minha infância, quando ainda era Puff e não Pooh, não tenho grande ligação afetiva com o personagem.
Assim, mesmo com essa distância sentimental, até que Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível funcionou direitinho ao contar uma história que parte de uma premissa muito parecida à de Hook: A Volta do Capitão Gancho (1991).
Tal como no filme de Steven Spielberg o Peter Pan estava crescido e já nem se lembrava de suas aventuras de infância na Terra do Nunca, a mesma coisa ocorre com Christopher Robin, o menino que brincava com Pooh e sua turma de animais simpáticos no Bosque dos Cem Acres.
A vida o alcança, ele cresce, fica com a cara do Ewan McGregor, vira pai de família e só pensa no trabalho, deixando sua esposa e filha em segundo plano. Suas prioridades estão bem diferentes dos dias dourados de sua infância.
Eis que Pooh virá ao seu resgate, gerando um reencontro após décadas. E lentamente vai fazer Christopher Robin redescobrir a alegria e rever suas prioridades. Como pode ver, uma trama bem típica desse tipo de produção mais família.
CHRISTOPHER ROBIN
Se o plot não é grande coisa, até que o filme funciona ao apostar na fofura dos personagens da turma do Pooh. Todos os diálogos entre eles são bem divertidinhos, apostando naquela lógica peculiar da qual só mesmo personagens de animação são capazes. O visual em CGI deles também ficou bem bacana. O Leitão, por exemplo, realmente parece um bichinho de pelúcia já meio surrado.
E claro, o burro Ió rouba todas as cenas, porque afinal de contas, não há nada mais hilário que um animal sofrendo de um caso crônico de depressão! Até o Pooh acaba sendo mais melancólico do que me lembrava das animações de antigamente, e aí também conta muitos pontos positivos para a escolha do elenco de dublagem, que mandou muito bem para ficar nessa mistura de humor entre o bobinho e o tristonho.
Contudo, ele é bem inocente, claramente mirando num público mais novo. Os mais velhos podem acabar se divertindo pelo fator saudosismo, mas ele é mesmo algo feito para o pessoal mais novinho.
Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível não apresenta nenhuma novidade, mas é simpático o suficiente para valer um programa em família. Se você tem uma criança pequena, pode levar sem medo.