The Elder Scrolls V: Skyrim

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Em todas as minhas primaveras, foram pouquíssimas as vezes em que vi um RPG fazer tanto barulho em seu lançamento quanto The Elder Scrolls V: Skyrim. Afinal, este é um gênero apreciado por um nicho bem específico de jogadores, devido a várias características bastante particulares que não preciso ficar enumerando aqui. Portanto, mesmo nunca tendo jogado um título da franquia, fiquei deveras curioso quando vi todo o sucesso e todas as premiações que o jogo recebeu, incluindo aqui o prêmio de jogo do ano em diversos veículos relevantes.

Adquiri o jogo no comecinho de 2012, e após muitas, mas muitas horas mesmo de gameplay, fiquei em dúvida sobre o que eu realmente tinha achado do jogo. Foram muitas sensações conflitantes durante a jogatina, indo desde o êxtase após uma batalha épica até a decepção de se deparar com algum bug pentelho. Após matutar por alguns minutos, julguei que a melhor forma de refletir sobre o jogo seria redigir uma resenha do dito-cujo para o site favorito de todos nós.

FANTASIA MEDIEVAL EM SANDBOX

Skyrim é um jogo de tamanho colossal. Skyrim é na verdade o nome da província mais ao norte de Tamriel, continente fictício onde se passam todos os jogos da série The Elder Scrolls. Após uma rápida pesquisada, descobri que apenas no primeiro jogo da série o jogador podia visitar todas as regiões de Tamriel. Nos demais games, os produtores preferiram limitar a exploração a províncias específicas, podendo desenvolver esses espaços de maneira mais aprofundada. E esse conceito foi levado ao máximo neste capitulo da Saga.

Deste modo, a região de Skyrim é vista aqui em altíssimo nível de detalhes, resultando em um mundo absolutamente gigantesco a ser explorado. São nove setores diferentes, cada um contendo uma capital, além de pequenas vilas, cabanas nas florestas, fortalezas, ruínas antigas e cavernas prontas para serem desbravadas.

Como em qualquer RPG que se preze, em cada esquina nos deparamos com algum estranho incapaz de resolver os próprios problemas e que vive à espera de algum viajante para poder incumbi-lo com alguma quest secundária. Falando sério, houve momentos em que eu olhava a minha lista de objetivos ativos e me sentia cansado só de pensar no tempo que eu levaria para fazer tudo aquilo. Eu inclusive busquei evitar falar com as pessoas durante um tempo, já que cada diálogo parecia desaguar em uma nova incumbência.

Não há muito que se falar sobre o enredo do jogo. Seu personagem é capturado pelo Império (civilização situada na parte central de Tamriel que estende seu domínio sobre o resto do continente) e sentenciado à morte. Instantes antes de sua execução, Alduin, Deus Nórdico da Destruição, aparece para destruir a cidade onde o protagonista está.

Após perambular um pouco tentando entender porque os dragões estão voltando após terem desaparecido por muito tempo, você descobre que é o Dragonborn, uma figura dotada com a alma de um dragão e o único capaz de derrotar Alduin de uma vez por todas. Em meio a tudo isso, Skyrim passa por uma sangrenta guerra civil entre as legiões imperiais e os nords, povo original da região.

Toda a história e a mitologia que envolvem o mundo apresentado pelo game podem ser estudadas através da conversa com os habitantes da província e pela leitura dos infindáveis livros espalhados por todo o canto.

Naturalmente, esta sinopse diz respeito apenas à main quest do jogo. Existem incontáveis side quests, desde as bem simples e de pouca relevância, até missões muito mais complexas relacionadas a facções, divindades e acontecimentos importantes dentro do universo do jogo. Verdade seja dita, a maioria dos objetivos podem ser resumidos a “ir até a dungeon X pegar o item Y”, ou “ir até a cidade W falar com o sujeito Z”. Mas convenhamos, não são muitos os RPGs que fogem a essa regra.

De qualquer modo, a premissa do game me pareceu a princípio muito interessante. Afinal, matar dragões é um dos hobbies mais masculinamente trües a qual alguém pode se dedicar. É tão trüe que o Dream Evil dedicou um álbum inteiro a este nobre passatempo.

GRÁFICOS BONITOSOS

Os gráficos do jogo são belos e surpreendem para ambientes tão grandes. Claro que a qualidade gráfica não está no nível de um Uncharted ou um God of War III, mas ainda assim consegue proporcionar um visual bacana. As paisagens externas são belíssimas, tanto as florestas cobertas pela neve, as cataratas ou as regiões montanhosas. Tudo fica ainda mais bonito pelos efeitos climáticos, como chuva e a maravilhosa aurora boreal que por vezes ilumina o céu da província. Sério, é tão bonito que nessas horas eu me dava ao trabalho de parar só para olhar o céu. O interior dos palácios e das casas também são muito bem trabalhados e apresentam vasta riqueza de detalhes. Infelizmente, as cavernas e ruínas possuem um visual bastante repetitivo, o que tira um pouco da graça de se aventurar por lugares novos.

Dentro dessa parte geográfica, fica uma pequena reclamação: a região de Skyrim é muito montanhosa, de modo que em várias partes fica difícil tentar se aventurar por caminhos fora da estrada. Isso fica ainda mais difícil devido ao fato de as estradas não serem indicadas no mapa, como em Red Dead Redemption. Muitas vezes eu fiquei circulando a base de uma montanha até conseguir descobrir o caminho por onde eu tinha que seguir, o que não aconteceria se houvessem indicações mais claras apontando as estradas. Por sorte, com alguma paciência, é possível subir alguns paredões bastante íngremes mantendo o direcional pressionado para frente e apertando incessantemente o botão de pulo. É uma tática desonesta, mas que poupa tempo em vários momentos.

A trilha sonora é bem legal e pontua todo o jogo, variando entre passagens serenas nas caminhadas pela natureza até um coro de mais de trinta vozes cantado na língua dos dragões para as lutas mais relevantes. E como em toda fantasia medieval que se preze, em cada taverna encontramos um bardo pronto para nos entreter com suas narrativas cantadas.

Uma coisa bem irritante em jogos sandbox é a grande quantidade de loadings. Skyrim está muito longe de ser uma exceção a esta regra. Prepare-se para encarar uma demorada tela de loading toda a vez que entrar ou sair de algum ambiente, o que ocorre muitas vezes. Recomendo fortemente que o jogador tenha ao seu lado durante as partidas algo para entretê-lo por alguns instantes, como um gibi ou um smartphone.

JOGABILIDADE PRIMOROSA

Chegamos ao ponto forte do jogo. A jogabilidade de Skyrim é espetacular. Tudo funciona muito bem: os combates de perto com espadas, machados e martelos de guerra; os ataques à distância com arcos e magias; o sistema de furtividade que possibilita um dano maior para investidas em inimigos desprevenidos… Enfim, os combates funcionam maravilhosamente bem, e a possibilidade de variar suas estratégias de luta evita que caiam na mesmice.

Além das batalhas, existe a possibilidade de se especializar nos ofícios de ferreiro para criar e aperfeiçoar equipamentos, ou então treinar seus conhecimentos de alquimia para aprimorar sua habilidade de fazer poções e venenos com ingredientes encontrados pelo mundo. Pode-se ainda investir seu tempo nas artes dos encantamentos, visando dar às suas armas, itens e armaduras um bônus de magia. Devo lembrar que não existe uma party por aqui, embora seja possível recrutar um aliado para seguir você e por vezes algum NPC irá segui-lo durante uma ou outra missão.

O sistema de evolução é bastante simples, mas isso não é um demérito, visto que a proposta do jogo me parece ser mais um game de RPG com um forte caráter de ação/aventura. Ao começar, você pode escolher entre uma das raças disponíveis. Cada uma contando com poderes únicos e com uma determinada distribuição de pontos que prioriza habilidades específicas. Assim, temos raças que favorecem o combate corpo a corpo, enquanto outras são ideiais para o uso de magias ou técnicas furtivas. Isso, naturalmente, está presente em quase todos os jogos do gênero.

Conforme se avança um nível, pode-se escolher entre aumentar um pouco sua barra de vida, mana ou estamina. Além disso, o jogador recebe um ponto para investir em uma das dezoito constelações de skills disponíveis. Quanto mais se usa uma skill, vão se abrindo novos perks (benefícios), que representam as estrelas de cada constelação.

Toda a jogabilidade e o modelo de evolução são muito intuitivos e convidativos para jogadores desacostumados com o universo dos RPGs. E possivelmente esteja aí a razão do enorme sucesso alcançado por Skyrim. No meu caso, foram cem horas de jogatina até que eu enfim me desse por satisfeito. E, mesmo tendo completado a quest principal e várias das outras missões mais importantes, tenho certeza de que precisaria de muito mais tempo para zerar o jogo 100%.

Existe todo um marketing em Skyrim que seduz o jogador a utilizar como personagem um guerreiro brutamontes (basta ver as imagens promocionais), mas me diverti bastante com minha dark elf que combinava furtividade com magias de ataque. E olha que depois de anos lendo Berserk foi difícil superar o preconceito de que não existe nada mais legal do que ser uma torre de músculos armada com uma espada gigante.

Mas, nem tudo é perfeito no vídeo jogo em questão. E chegou a hora de enumerar alguns defeitos.

PERSONAGENS SEM ALMA

Dentre todos os gêneros de games, os RPGs sempre se destacaram por trazerem personagens com personalidades aprofundadas e bem desenvolvidas. A importância do roteiro se torna muito grande, assim como a interação entre o personagem do jogador e as demais figuras do jogo. Afinal, uma boa história é fundamental para seduzir as pessoas a jogarem o mesmo jogo durante horas e mais horas, algo que está dentro do próprio conceito de role-playng game. E é neste ponto, meu caro delfonauta, que Skyrim enfia os dois pés na jaca.

Para início de conversa, tenho a impressão de que todos os habitantes da província são jogadores de poker profissionais. Os desenvolvedores claramente não se deram ao trabalho de trabalhar as expressões faciais dos NPCs. O resultado é que eles são incapazes de expressar qualquer emoção através de seus rostos. Apesar do trabalho competente realizado pelos dubladores, o fato de todo o mundo falar com você com a mesma cara de peixe morto tira muito do atrativo de interagir com os outros.

Tive a sensação de que são todos andróides que jamais estão felizes, tristes, zangados ou qualquer outra coisa. É muito broxante viajar meio mundo para recuperar uma espada perdida para alguém e ver que o ingrato não é capaz de ao menos dar um sorriso e agradecê-lo de forma mais calorosa. É como um filme onde todos os atores são interpretados pelo Hayden Christensen.

Existe também a velha praga dos aliados burros que ficam travando o seu caminho, se perdendo pelas estradas e ativando as armadilhas que você consegue evitar. Mas essa questão não me incomodou nem de perto tanto quanto a falta de carisma da galera de Skyrim.

Não consigo resistir à tentação de estabelecer uma comparação, neste quesito, com Dragon Age: Origins, RPG que mais me agradou nesta geração de consoles. Dragon Age trouxe uma interação sem igual entre os personagens. Todos têm suas personalidades muito bem delineadas e distintas entre si, tornando-os figuras marcantes e carismáticas ao seu modo.

Com isso, o jogador se vê obrigado a calcular muito bem suas decisões, pois cada ação é capaz de fazê-lo cair nas graças de uns e revoltar outros, dependendo do gênio de cada um. A possibilidade de se tornar mais íntimo dos membros do seu grupo abre margem para um desenvolvimento incrível de cada personagem. Aliás, a bruxinha Morrigan entrou para a minha lista de dez melhores personagens da história dos games. Mesmo os indivíduos fora da sua party têm suas características psicológicas muito bem apresentadas. Só é uma pena que a produtora tenha apelado para a estratégia de marketing covarde e imoral de deixar buracos na história de cada personagem para forçar a venda de DLCs.

Antes de os delfonautas começarem a fazer pipi na minha foto, saiba que eu tenho total ciência de que os dois jogos possuem conceitos diferentes. Skyrim prioriza a ação dinâmica e a total sensação de liberdade do protagonista, de forma que a ideia aqui é viajar mundo afora sem estar ligado a um mesmo lugar ou às mesmas pessoas durante muito tempo. Eu até acho prudente considerar este game também como um jogo de ação e aventura, além do RPG. Mesmo assim, não faria mal dar uma caprichada maior nas personalidades.

Mesmo quando eu tomei uma moçoila em casamento no jogo, isso não destravou novas opções de diálogo relevantes para aprofundar a minha relação com ela. As únicas novidades eram que agora eu poderia extorquir o dinheiro da loja dela e pedir para ela preparar comida uma vez ao dia. Mas ela ainda sequer se dava ao trabalho de sorrir para mim. É triste jogar 100 horas de um mesmo jogo e não receber nenhuma expressão amiga, e nós todos sabemos da importância da amizade durante uma dura jornada.

O enredo também tem seus defeitos. É verdade que existem muitas sidequests bastante empolgantes e com reviravoltas, mas o problema aqui está na main quest. Ora, por mais sandbox que Skyrim possa querer ser, a missão principal invariavelmente funciona como um fio condutor do jogo. Ela deveria estar recheada de momentos memoráveis, personagens marcantes, reviravoltas no enredo e uma trama cinematográfica. As coisas caminham bem num primeiro momento, e a primeira vez em que você mata um dragão é realmente muito épica. Mas o roteiro não consegue manter o fôlego até o fim.

O resultado é que a batalha final contra Alduin, que deveria ser o clímax do jogo, não é precedida por uma tensão crescente na trama ou um desenrolar da história que propicie um clima adequado para um momento decisivo. Eu fiquei com a sensação de que a última quest apareceu de repente, já que nada na trama apontava para a chegada de uma conclusão épica. Aliás, se tem alguém lendo esta resenha sonhando com uma conclusão épica para a saga, pode tirar o dragãozinho da chuva. Você recebe apenas um “parabéns” bem sem graça e depois o jogo segue como se nada tivesse acontecido. Foi uma experiência tão broxante que me fez largar o jogo de uma vez e começar a escrever esta resenha.

Apesar disso, é possível viver boas histórias fora do eixo principal. As jornadas ligadas à guilda dos ladrões são muito empolgantes e conseguem te prender do início ao fim. Não por acaso, alguns dos poucos personagens interessantes do jogo são encontrados nessas partes. Um grande destaque também deve ser dado para a quest A Night to Remember, onde é preciso correr atrás de uma figura misteriosa que desaparece após uma noite de bebedeiras. O detalhe é que você não se lembra de nada que fez durante o tempo em que estava bêbado, e precisa ir de um lado a outro do mapa tentando reconstituir os fatos da noite passada. Qualquer semelhança com Se Beber Não Case não deve ser mera coincidência. A conclusão para essa saga é surpreendente e muito satisfatória. Este é o maior exemplo da importância de um bom pano de fundo para a ação em um RPG.

O COMPLEXO DE EMERALD WEAPON

Já que toquei no assunto da batalha final, agora é uma boa hora para tratar de um problema recorrente nos RPGs, que em Skyrim assume proporções colossais. Lembra de Final Fantasy VII, quando nós passávamos horas treinando para conseguir matar a Emerald Weapon e a Ruby Weapon? Então, cedo ou tarde chegava um momento em que nos contentávamos com a impossibilidade desta tarefa, então íamos logo enfrentar o Sephiroth. O problema é que a essa altura nós estávamos pintudos demais, e o que deveria ser uma batalha monumental contra um dos maiores vilões de todos os tempos se torna uma lutinha que não oferece desafio algum.

Isso porque nos tempos do PS1, os jogos nem tinham tantas missões opcionais assim. Imagina agora o que ocorre em um jogo que traz algumas CENTENAS de horas em side quests. Quando finalmente achei que era uma boa hora para ir atrás do chefão, me deparei com um inimigo extremamente fraco, que não foi capaz nem de tirar um quarto da minha vida (e olha que a defesa da minha personagem era baixíssima).

Depois, me avisaram que o ideal para enfrentá-lo seria estar no nível 20, sendo que eu estava no nível 40 neste momento. Pô, qual o sentido de fazer um chefão tão fraco em um jogo tão longo? Fico imaginando a decepção do pessoal que chegou neste ponto ainda mais pintudo, visto que tem muito jogador mais trüe e hardcore, que faz muito mais missões antes de partir para essa parte. Este mal dos RPGs, que convencionei chamar de Complexo de Emeral Weapon, é algo que precisa acabar dentro do gênero. É realmente muito chato quando um vilão legalzudo não consegue te oferecer uma luta digna.

BUGS, BUGS, E MAIS BUGS.

O outro grande defeito de Skyrim é a imensa quantidade de bugs espalhada pelo jogo. Existem desde coisas simples que não atrapalham a fluidez do jogo (como o fato de o meu cadáver sair voando sempre que eu era morto por um gigante), até falhas grosseiras que realmente impedem o seguimento do jogo. Tem até aquelas coisas de ficar preso num cantinho e não conseguir sair, tipo quando a gente ficava preso na parede no Tony Hawk Pro Skater 3, lembra?

É muito revoltante ter que recomeçar vários minutos antes porque você ficou preso nas pedras. Fico com a sensação de que a Bethesda não testou as coisas devidamente e preferiu lançar logo o game naquela época de lançamento dos grandes blockbusters e candidatos mais fortes às premiações.

O pior de todos os bugs que testemunhei foi durante uma quest do colégio dos magos. Se seu personagem entra em uma determinada sala, sai rapidamente e depois volta, o mecanismo que se encontrava dentro dela para de responder aos comandos, e fica simplesmente impossível completar a missão.

Felizmente, isso não aconteceu comigo, mas com meu irmão mais novo, e eu pude pesquisar um pouco para saber como evitar esse problema quando chegasse lá. Mesmo assim, fiquei muito revoltado com uma falha dessas, que até onde eu sei, não foi corrigida por nenhum patch até agora. A última vez em que eu fui impedido de seguir em frente num jogo por causa de um bug foi no Tomb Raider Chronicles, no saudoso PS1, e eu não esperava encontrar algo assim na nova geração. Aliás, para um jogo tão cheio de bugs, a dona Bethesda está lançando pouquíssimos patchs de correção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Olhando para as páginas anteriores percebo que as críticas negativas ocuparam mais espaço do que os elogios, de forma que fica parecendo que a resenha não está em sintonia com a nota. Mas calma lá, delfonauta, não quero que ninguém fique com uma impressão errada de The Elder Scrolls V: Skyrim. O jogo é realmente muito divertido, e foram quatro meses de intensa curtição até que eu finalmente me cansasse. Como eu disse lá em cima, a jogabilidade é fantástica, e o entretenimento, que é o mais importante em qualquer videogame, é garantido para aqueles que se aventurarem no ritmo intenso das jornadas que não param de pipocar.

Talvez, mais do que a decepção provocada pela batalha contra Alduin, o que mais me motivou a largar o jogo tenha sido simplesmente o esgotamento após tanto tempo de jogo. Passarei um bom tempo sem jogar outro sandbox. O próximo jogo que pretendo comprar será Saint Seiya: Sanctuary Battle, pois não deve haver nada melhor para relaxar um pouco do que do que seguir reto durante doze casas trucidando hordas de inimigos iguais com golpes coloridos.

Enfim, se você não se preocupa com a narrativa de um game ou com o carisma de seus personagens, esteja certo de que você irá adorar Skyrim. Mas eu sinceramente não consigo ignorar esses quesitos, muito menos em um jogo que se propõe a ser um dos maiores RPGs da historia dos consoles. O que tinha tudo para ser um jogaço digno de nota máxima, acaba sendo prejudicado por deixar seu roteiro em segundo plano. Ainda assim, trata-se de um jogo bem acima da média.

Foi muito difícil dar uma nota para este jogo. Apenas Dead Rising 2 me fez experimentar tantas emoções conflitantes, viajando entre a agonia e o êxtase. Sem dúvida, as experiências agradáveis superaram em quantidade as horas de decepção, e isso é decisivo na hora de decretar a nota. Independente de qual for a minha escolha, estou deixando claro que este foi um texto extremamente pessoal, do tipo que só encontramos no DELFOS. É provável que eu acabe desagradando a maioria dos leitores. No final das contas, tudo se resume a essas poucas palavras: jogabilidade incrível, roteiro fraco. Fica a critério de cada um decidir o peso de cada um destes elementos.

CURIOSIDADES

– Existem muitas referências nerds legalzudas em The Elder Scrolls V: Skyrim. Encontrei homenagens ao clássico Poltergeist: O Fenômeno e ao Gollum do Senhor dos Anéis. Uma pesquisada básica me fez descobrir que muita mais coisa pode ser encontrada por olhos mais atentos.

– Também encontrei uma referência à banda de folk metal Finntroll. Eu até hoje só ouvi um álbum deles, o Jaktens Tid, mas isso faz muito tempo, quando eu ainda dava meus primeiros passos no mundo da trüeza. No ano passado, eu assisti ao vídeo de Trollhammeren, e fiquei com a sensação de que alguém andou vendo clips do Korpiklaani demais.

– Várias vezes, quando eu tinha alguma dúvida relativa ao game, eu visitei a wiki específica da série The Elder Scrolls feita pelos fãs. Está virando um hábito, sempre que tenho problemas em um jogo, digitar no Google “jogo tal wiki’’ e me deliciar com milhares de páginas de informação. Isso aposenta de uma vez por todas os velhos detonados.

– Na hora de falar sobre os bugs, eu citei a série Tony Hawk Pro Skater. Alguém pode me dizer se ainda são produzidos jogos dessa franquia que a vários anos entrou em estrondosa decadência?

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
the-elder-scrolls-v-skyrimAno: 2011<br> Gênero: RPG, Sandbox, Ação/Aventura<br> Plataforma: PS3, XBOX 360 e PC<br> Fabricante: Bethesda Game Studios<br> Versao: PS3<br> Distribuidor: Bethesda Softworks <br>