Os jogos do Wii U que você vai querer jogar no Switch

0

Depois de um texto pé no chão sobre a possibilidade do Switch dar certo e de outro mais pessoal sobre a decepção recente que foi o Wii U, pensei em escrever sobre algo divertido e esperançoso para encerrar o assunto até termos novidades (que virão em 12 de janeiro de 2017, pois a Nintendo vai falar qual é a do Switch nesse mês).

A proposta de hoje é simples: supondo que a Nintendo faça as coisas direitinho desta vez, quais jogos que saíram no Wii U valeriam a pena de serem relançados no Switch? A confirmação recente do relançamento de LEGO City Undercover é uma amostra de que a possibilidade de jogos do Wii U saírem para o Switch é real (embora o LEGO também sairá para PS4 e Xbox One e ele era um exclusivo de Wii U).

Claro que se houvesse retrocompatibilidade entre os dois consoles, todos os jogos ficariam à disposição e nem precisaríamos falar sobre isso. Porém, não foi esse o caminho que a Nintendo escolheu, e de fato muitas pessoas que não jogaram o Wii U podem ter interesse pelo Switch.

Assim, este texto serve como uma relembrança do breve legado do Wii U, bem como uma preparação para o Switch. E o jogo perfeito para abrir essa matéria teria de ser o daquela bruxinha que deixou muita gente com inveja de quem tinha um Wii U.

BAYONETTA 2

Bayonetta 2 é talvez o único exclusivo do Wii U que tenha recebido total atenção dos jogadores do PC, Xbox ou Playstation. O jogo original foi um sucesso cult e vem junto no pacote, a uma performance superior às suas versões do PS3 e do Xbox 360. Com a continuação, a Nintendo fez um bom trabalho de divulgação, o jogo se tornou um dos melhores do console mas, mesmo assim, não vendeu muito.

Probabilidade: alta. Se a Nintendo entendeu que o esforço para lançar Bayonetta 2 valeu a pena, há chances dos dois primeiros jogos serem relançados e talvez até de um terceiro chegar ao Switch. Claro, a Nintendo entende melhor de números e não tão bem de percepção da marca. Jogos como Bayonetta 2, por mais que tenham “ajudado” o Wii U, podem ficar de fora por não terem vendido bem. Porém, a Nintendo sabe que não pode contar apenas com seus próprios jogos para alcançar novos jogadores e talvez seja mais simples continuar com um desenvolvedor já versado em suas regras (Platinum, no caso) e com uma franquia já conhecida do que buscar outro projeto. E lembremos de um fator importante: Bayonetta foi a personagem que ganhou a votação dos fãs para se tornar uma lutadora adicional em Super Smash Bros. (o Super Smash Bros. Ballot). Este fator não pode ser ignorado. Mas é da Nintendo que estamos falando, então, quem sabe?

Melhoria utópica desejável: Bayonetta 2 faz o mais absoluto sentido em seu aspecto mais relevante, o combate. Embora não seja o maior fã do jeito que é feita a exploração no jogo (isso até tira o foco do que Bayonetta tem de melhor), também não acho que isso é um problema tão sério. Assim, atualizar o jogo para resolução mais alta (de 720p para 1080p) e manter os 60fps já é o suficiente para o pacote.

SUPER SMASH BROS. FOR WII U

O jogo de luta que reúne os principais personagens da Nintendo é o eSport que ela deveria ter mostrado no trailer do Switch, mas como ela vive no mundo da lua, colocou Splatoon no lugar.

Probabilidade: super, super alta. Na verdade, a Nintendo irá irritar gente demais se não relançar. Super Smash Bros. For Wii U vendeu quatro milhões de cópias, aproximadamente, mas se somarmos a quantidade de pessoas que compraram a versão para o Nintendo 3DS, que é o mesmo jogo, os números sobem aos 20 milhões. Além disso, arrisco dizer: Super Smash Bros. é hoje a franquia mais importante da Nintendo. Não vende igual a Pokémon ou Mario, não impressiona como os jogos de Zelda, porém, nenhum desses consegue criar uma cultura de jogo e continuar nos holofotes por tanto tempo quanto Smash Bros..

Melhoria utópica desejável: Smash Bros. For Wii U é genial apenas quando as partidas são no modo Smash. Todos os outros são focados em habilitar custom moves e equipamentos de maneira aleatória, além de cumprir desafios bastante complicados. Se os custom moves estivessem liberados logo de cara e fosse possível escolhê-los na seleção de personagens, teríamos as melhorias mais importantes. Um modo clássico decente, como os antigos dos jogos do Gamecube e Nintendo 64, também ajudaria bastante. No Switch, claro que exigiríamos todas as DLCs lançadas, mas a Nintendo teria de ser habilidosa para trazer os terceirizados de novo (Sonic, Mega Man, Ryu, Cloud e Bayonetta). Novos personagens, a este ponto, já são lucro, pois a quantidade no Wii U é muito alta.

SUPER MARIO MAKER

Alguém pensou que seria muito legal criar as próprias fases 2D do Mario e, cerca de uns 30 anos depois, a Nintendo possibilitou isso perfeitamente. Simples e funcional, Super Mario Maker é o tipo de jogo que a Nintendo precisa fazer com frequência.

Probabilidade: baixa. Pois é, delfonauta, as chances realmente não são grandes, porque Super Mario Maker vai depender de dois fatores. O primeiro é relacionado às características do Switch. Para criar fases do encanador bigodudo, uma touchscreen é necessária. O problema é que o Switch precisa ficar no suporte durante a jogatina na TV, o que tornaria a jogabilidade possível apenas no modo portátil, e isso se a tela do Switch for touch. Um jogo ser compatível apenas em um dos modos do Switch, o que vai contra a sacada até do nome do videogame, não parece ser uma decisão apropriada para a Nintendo agora. Claro que ela pode simplesmente ignorar isso e fazer um bem bolado com funcionalidades a menos (Super Mario Maker será lançado para Nintendo 3DS sem a possibilidade de compartilhar fases pela internet, recurso fundamental do original). Porém, tem o outro fator: é muito raro a Nintendo relançar um jogo do Mario quando tem outro preparado. É competir com si mesma. Isso não deve acontecer.

Melhoria utópica desejável: vou ser sincero: eu abandonei o Wii U bem na época que o jogo saiu (R$ 400,00 no Brasil, lembra-se?). Portanto, a melhoria utópica desejável seria uma queda drástica no preço dele!

WONDERFUL 101

Cem heróis que se unem para formar armas e golpes especiais, personagens baseados nos arquétipos de super-heróis japoneses, combate ao estilo de Bayonetta e uma direção de arte única e cheia de cores. Ninguém pode argumentar que Wonderful 101 não é original, mas talvez este tenha sido o problema.

Probabilidade: nula. Wonderful 101 não vendeu muito e, pior, passou despercebido pela imprensa, com críticas até negativas em vários sites. O triste é constatar que o jogo era extremamente punitivo e difícil de entender, o que é mais uma semelhança ao primeiro Bayonetta.

Melhoria utópica desejável: muita coisa teria de mudar em Wonderful 101 para atrair novos jogadores. Daria mais trabalho do que lançar um novo jogo, aperfeiçoado. Então meu apelo, Nintendo e Platinum, não deixem esta franquia morrer. Vocês têm algo especial aqui.

DONKEY KONG: TROPICAL FREEZE

A segunda aventura dos macacos após a ressureição no Wii com o Donkey Kong Country Returns é a cara da Nintendo e recebeu ótimas críticas.

Probabilidade: altíssima. Aposto meu Watch Dogs nisso. Tropical Freeze é bom e nada complicado, atinge pessoas de várias faixas etárias e a Nintendo já teve a experiência de relançar o antecessor, original do Wii, no Nintendo 3DS. Tropical Freeze é um jogo bonito que funciona na tela grande e nos passeios pelo mundo real.

Melhoria utópica desejável: Tropical Freeze não é nada de novo. Na época, era exatamente isso que incomodou este redator que vos escreve. Hoje, agora que entendemos que o conceito do gamepad não vingou, podemos enxergar o jogo só do jeito que ele é, ou seja, um plataforma clássico muito bom. O modo que as fases aumentam de dificuldade e acrescentam novos conceitos de gameplay é bastante consistente. As melhorias desejáveis, então, seriam aspectos técnicos, como loadings e menus mais rápidos, tudo absolutamente possível num remaster. Não tem como errar aqui, sério.

SUPER MARIO 3D WORLD

O jogo do Mario que não era um Galaxy, nem um Sunshine, nem um Super Mario 64, ainda assim, era muito bom e lindo demais. Mario, Luigi, Peach e Toad têm mais estilo do que nunca, vestem-se de gatos e são capazes de subir as paredes.

Probabilidade: muito baixa. Alguns recursos do gamepad foram usados no jogo e a Nintendo terá preguiça de adaptá-los para o Switch (no original, era necessário assoprar o controle para algumas funções). Assim como Super Mario Maker, dificilmente a Nintendo vai colocar um Mario antigo para brigar com um Mario novo, que já foi confirmado no trailer do Switch. Uma pena.

Melhoria utópica desejável: Super Mario 3D World poderia: 1) ser menos linear; e 2) eliminar a obrigação da coleta de estrelas para progredir no jogo. Quando jogado por quatro pessoas, o negócio é divertido e frustrante em iguais proporções, porque é impossível progredir com três mongoloides que não trabalham em equipe para pegar as estrelas (nada que tenha acontecido de fato comigo e com outras pessoas reais, claro).

PIKMIN 3

Um dos primeiros lançamentos do Wii U, Pikmin 3 foi também percussor das DLCs para a Nintendo. O importante mesmo é que Pikmin é uma das raras franquias da Nintendo que não está desgastada por tanta superexposição e com a qual a Big N ainda se importa.

Probabilidade: nula. Pikmin 3 é um caso curioso. Ele tem milhões de métodos de controle, sendo que os melhores são: o wiimote com nunchuk, mais o mapa no gamepad, ou o gamepad com a stylus. E se é tão complicado, por que resolvi incluí-lo nesta lista? Ora, porque é simplesmente o melhor jogo do Wii U para as pessoas sortudas que conseguiram jogá-lo. Alguns cacifes da Nintendo sabem disso, como o próprio Bill Trinen, aquele sujeito que traduz o Miyamotto em eventos oficiais.

Melhoria utópica desejável: se Pikmin 3 for relançado, coisa que definitivamente não acredito que vá acontecer, gostaria de uma DLC para continuar a campanha. Poderiam trazer os pikmin de outras cores do segundo jogo ou um tipo novo. É um daqueles casos de “quero mais”: Pikmin 3 é um dos meus jogos favoritos e gostaria de ter mais dele para jogar.

MARIO KART 8

Você já jogou outros Mario Kart e os originais sempre são os melhores. Exceto, claro, quando não são. Ignore sua nostalgia, Mario Kart 8 é o melhor jogo da franquia, de longe.

Probabilidade: já está confirmado, a não ser que aquele vídeo do Switch tenha mostrado o Mario Kart 9, não o Mario Kart 8.1. do qual estamos falando aqui.

Melhoria utópica desejável: não consigo pensar em nada, da mesma forma que não desejo muita coisa de Donkey Kong: Tropical Freeze e de Pikmin 3, porque são perfeitos no que se propõem a fazer. Que o Mario Kart do Switch tenha melhor performance e alguns personagens e pistas novas, então. Provavelmente, é isso que a Nintendo já planeja.

SPLATOON

O melhor jogo de tiro de 2015 e a maior surpresa positiva da Nintendo desde o Wii, Splatoon tem seu futuro de sucesso garantido.

Probabilidade: já está confirmado, a não ser que aquele vídeo do Switch tenha mostrado o Splatoon 2, não o Splatoon 1.1., do qual estamos falando aqui.

Melhoria utópica desejável: quero uma campanha para um jogador mais robusta, talvez com co-op, e um modo multiplayer local com mais opções. O restante está bom o suficiente.

É isso, delfonauta. Quem diria que o Wii U teve tantos sucessos? O console e os jogos mereciam uma despedida de verdade. Que venha o Switch!

Se você quiser ler mais sobre a Nintendo, Switch e Wii U, confira estas matérias:

O Nintendo Switch pode dar certo?: quais são as expectativas reais para o novo console da Big N.

Bayonetta 2: o melhor guilty pleasure do Wii U, com a bruxa que chuta bundas (literalmente).

Super Smash Bros. For Wii U: Mario bate no Mega Man que bate no Sonic que bate no Cloud e a Bayonetta, que bate em todo mundo!

Hyrule Warrios: é bom, só não tão bom para entrar nesta lista. Pode esperar por ele, de algum jeito, no Switch.

Splatoon: o melhor shooter de 2015, com tinta e em terceira pessoa. Quem gosta de Overwatch e jogar isto aqui ficará impressionado.