Carga Explosiva 2

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A primeira vez que ouvi falar desse filme foi quando recebi o convite para a sessão de imprensa. Achei que se tratava de um filminho de ação daqueles bem mequetrefes. Uns dias depois, o comercial começou a passar na TV e ficou bem claro que se tratava de um Testosterona Total. Perguntei para o Cyrino se ele já tinha visto o primeiro e ele disse que era legal.

Isso era tudo que eu sabia ao sair para assisti-lo. E minhas expectativas eram bem baixas. Isso começou a mudar na primeira cena, que já mostra a que o filme veio: uma gostosa decotada apontando uma arma para o protagonista (Jason Statham), rodeado de fortões ameaçadores. Menos de 3 minutos e muitas risadas depois, todos os fortões estavam caídos e gemendo de dor enquanto a gostosa estava encolhidinha no seu canto (não, ele não bateu nela). Pensei comigo mesmo: “esse filme vai ser legal!”.

Não deu outra. A ação é quase ininterrupta, bem como o humor. As lutas vão bem naquele estilo Jackie Chan, ou seja, todo mundo armado, menos o herói. Este usa tudo que pode do cenário e dá um coro na galera sem levar um arranhão. Isso tudo acontece com muito humor e sem nenhuma gota de sangue, ou seja, esse é daqueles filmes que deve fazer a alegria dos adolescentes na Sessão da Tarde daqui a uns 5 anos assim como os filmes do Schwarzenegger fizeram na nossa.

Ainda sobre as cenas de ação, o longa está repleto de perseguições de carros, explosões e tudo mais que faz o delírio de qualquer aficionado de longas do estilo. Tem uma cena, em particular, onde Frank (o nome do protagonista) está dirigindo um carro com uma bomba que vai explodir nos próximos segundos. A forma como ele se livra da dita-cuja é exemplar, de fazer qualquer fã dos filmes dirigidos por James Cameron pré-Titanic gritar “Hell, yeah!” com empolgação. É absurdamente forçado e, justamente por isso, é genial e muito divertido.

Aliás, a dupla Schwarzenegger/Cameron é uma boa comparação, pois Carga Explosiva 2 lembra muito os filmes dos dois. Tem humor, tem ação e tem mulheres com pouca roupa (lembra daquele strip da Jamie Lee Curtis em True Lies? Uh-lá-lá!). O papel da gostosa aqui vai para a modelo Kate Nauta que fica o filme inteiro de lingerie. Até quando vai ao médico. Claro que, entre o público-alvo, ninguém vai reclamar. Mas tem gente que vai e eu vou falar sobre isso daqui a dois parágrafos (não vale pular). Mas antes, se você é fã de modelos, divirta-se com nossa galeria de fotos aí embaixo, com várias fotos da guria. Eu, particularmente, prefiro mulher com corpo de mulher, como já falei em outras oportunidades.

Ah, sim. A história. Bão, não tem nada de mais. Jack é o motorista de um trilhardário que tem o filho seqüestrado. Como a polícia serve mais para atrapalhar do que para ajudar, cabe a Jack salvá-lo. Está pensando que você já viu isso antes, certo? Eu também. Onde será?

Agora, conforme prometido, as reclamações. Cara, como crítico de cinema é chato. Acredita que tinha uma mulher que ficava a sessão inteira falando mal? Sempre que aparecia a tal Kate, ela exclamava super alto: “Nossa, que filme é esse?” e outras coisas do tipo “sou uma pessoa carente, por favor prestem atenção em mim”. É triste, mas nem estando rodeado de colegas profissionais é possível desfrutar de uma sessão de cinema em condições ideais: EM SILÊNCIO! E, na boa, era só ver o nome do filme. Estava na cara que esse era um pipoca que visa a diversão. Se isso incomoda tanto, cara colega, vá apenas nas cabines de filmes iranianos e fique torcendo para o órfão recuperar seu balão branco. Ficar reclamando desse tipo de coisa aqui é a mesma coisa que reclamar que uma comédia faz rir ou um drama faz chorar. E isso é justamente o que o cinema tem de mais maravilhoso: a possibilidade de emocionar, de divertir, e até de sair da realidade de vez em quando (como no caso da assassina que só usa lingerie). Sinceramente, se não tivermos essas válvulas de escape, a vida seria muito chata. Como provavelmente deve ser para a crítica em questão que vai ver um filme que sabe que não vai gostar para ficar reclamando alto.

Pronto, agora que já falei mal de alguma coisa (ou de alguém), posso encerrar essa resenha sem peso na consciência. Quanto ao filme, não tenho do que reclamar. Assista e divirta-se muito. Vale a pena.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
carga-explosiva-2País: EUA<br> Ano: 2005<br> Gênero: Testosterona Total<br> Roteiro: Luc Besson & Robert Mark Kamen<br> Diretor: Louis Leterrier<br>