Que a maioria dos filmes que costumam ser indicados ao Oscar são chatos pra caramba, não é surpresa para ninguém. Mas este ano está se superando. E o pior, com ambientações até parecidas. Já resenhei para você algumas semanas antes, delfonauta, o modorrento Carol, aquele das lésbicas na Nova Iorque da década de 1950.
Brooklin não tem romance de mulher com mulher, mas veja só que coincidência, também se passa na Nova Iorque dos anos 50, na região que batiza o filme. A única diferença é que se trata da história de uma imigrante irlandesa (Saoirse Ronan) que chega à Grande Maçã em busca de uma vida melhor e causa os mesmos bocejos no espectador que o outro longa já citado.
Se este aqui também capricha na ambientação, figurinos, fotografia e todos os demais aspectos visuais, por outro lado ele tem a maior condução de novela, visto que nada acontece, e ele gasta um tempo considerável num romance bobinho entre a protagonista e seu pretendente, tudo bem água com açúcar. Tudo irrelevante.
Sabe aquele tipo de filme que não tem história, que quando passa na TV você deixa rolando só para fazer um barulho enquanto se concentra em outras atividades? Aí de vez em quando você dá uma olhada e percebe que não perdeu absolutamente nada? Então, é exatamente o que temos aqui.
Talvez o mais surpreendente de tudo seja saber que o roteiro é assinado pelo Nick Hornby, escritor de livros bacanas e focados na cultura pop, como Alta Fidelidade e Um Grande Garoto. Contudo, não há absolutamente nada de seu consagrado estilo literário aqui, tornando tudo bastante sem sal, como todo o resto da produção.
Brooklin é visualmente bonitão, mas sem qualquer conteúdo, com conflitos fracos e de fácil resolução, tornando a narrativa chocha e nada interessante. Talvez agrade aos apreciadores das nossas novelas, mas como cinema é um produto que fica deixando a desejar. Se você curte um Oscarizável, pode ser que valha uma assistida. Se essa não é sua praia, passe bem longe.
CURIOSIDADE:
– Para os nerds fãs de super-heróis, contudo, vale destacar a presença da atriz Emily Bett Rickards num papel coadjuvante como uma das moças da pensão onde a protagonista vai morar no Brooklin. Para quem não ligou o nome à pessoa, ela é a Felicity da série Arrow. E essa pequena trivialidade é muito mais interessante do que o filme inteiro.