Faz um bom tempo que eu venho namorando os jogos brasileiros Oniken e Odallus: The Dark Call. Mais especificamente, desde que eu joguei Blazing Chrome, aquela homenagem a Contra feita pelo estúdio brasileiro Joymasher. Oniken e Odallus são os jogos anteriores dessa turminha e são, respectivamente, homenagens a Ninja Gaiden e Castlevania. Eles saíram para PC muitos anos atrás, e posteriormente para Switch. Mais recentemente, os dois poparam no Xbox One e, agora, chegam ao PS4. E isso possibilitou que eu finalmente colocasse minhas mãos neles.
ONIKEN
Oniken é o que mais me interessava entre os dois. E corroborou a opinião que eu já tinha da galerinha da Joymasher: esse pessoal é bem talentoso. Os controles são agradáveis, as fases e chefes são legais e o jogo transborda estilo.
Este é um jogo de ação linear e relativamente simples, bem como os Ninja Gaiden do Nintendinho. Já Odallus, esse é uma história diferente.
ODALLUS: THE DARK CALL
Odallus: The Dark Call também é dividido em fases, mas elas são bem maiores e cheias de segredos. Também há vários upgrades para o protagonista e até fases secretas.
Apesar de ser uma homenagem a Castlevania, ele não se limita a como o jogo era no Nintendinho, e coloca características do que a série adquiriria depois de Symphony of the Night. Você pode voltar para as fases anteriores a qualquer momento, e suas novas habilidades podem liberar caminhos e upgrades anteriormente inacessíveis.
Odallus é consideravelmente mais durão do que Oniken, com uma jogabilidade mais travada e menos agradável. Porém, também é bem mais complexo, e deve agradar àqueles que procuram jogos com mais sustância.
ODALLUS ONIKEN
Ambos os jogos têm problemas que, para mim, são gravíssimos: a falta de qualidade de vida, comum na época do Nintendinho, mas imperdoável em 2020. Mais especificamente, os checkpoints são extremamente limitados, e você tem apenas três vidas para passar de cada fase. Perdeu todas, é obrigado a voltar do começo.
Eu joguei cada um dos dois até levar game over. Isso aconteceu na segunda fase de Oniken e no chefe da terceira de Odallus (no caso deste, aparentemente joguei metade do jogo). Ambos são casos em que eu provavelmente conseguiria terminar se me esforçasse. Porém, na minha idade, eu passei há muito da época que achava que tinha que me esforçar para lazer. Tempo é valioso, e não vou perder tempo repetindo a mesma coisa dúzias de vezes até ser bom o suficiente.
Se os jogos pelo menos tivessem vidas infinitas, eu provavelmente daria mais uma chance, mas da forma que são, dificilmente eu os jogarei novamente. Eu gostei da minha experiência com ambos, mas não o suficiente para reiniciar suas longas fases desde o início. Os dois são divertidos e bem feitos, mas a simples decisão de optar por tornar os jogos mais punitivos do que o necessário impede que eu os recomende sem ressalvas.