Muitas paródias aos contos de fadas já foram feitas. Quase todas elas têm como objetivo mostrar o que acontece depois do “felizes para sempre”. Como o título já entrega, essa é exatamente a proposta de Branca de Neve – Depois do Casamento.
O filme começa imediatamente depois do casamento (jura?) da Branca de Neve com o Príncipe Encantado. O problema é que a lei do reino obriga que o príncipe salve qualquer princesa em apuros. E, depois de salvá-las, ele tem que casar. Logo, ele começa a ser assediado pelas outras princesas: a Cinderela, a Bela Adormecida e até a Fada Madrinha acaba entrando na disputa. E, como bom homem heterossexual que se preze, ele acaba fazendo miséria com todas elas. E daí começa a confusão.
Como você já percebeu, a história acontece em um lugar bem semelhante ao mundo do Shrek, onde toda a turminha mágica se conhece. Temos pontas aqui de personagens como a Chapeuzinho Vermelho, o Pequeno Polegar e até a Bela e a Fera, que, quem diria, mantêm o relacionamento quente fazendo trocas de casais.
Sim, eu sei. Parece divertido. Eu também achei ao ler a sinopse, porém admito que fiquei entediado quase o tempo todo. Praticamente todas as piadas são relacionadas a sexo e nenhuma delas é particularmente engraçada. É quase como se fosse uma única piada sexual de 80 minutos. E isso enche rápido, pois a sensação que temos é que o roteiro foi escrito por um moleque virgem, tarado e necessitado de 15 anos.
Justamente por causa disso, se você não é um moleque virgem, tarado e necessitado de 15 anos que sempre quis tirar a roupa da Branca de Neve, fica difícil recomendar o desenho. Talvez se você gosta das comédias (comédias?) de nomes como o Eddie Murphy ou os irmãos Wayans, encontre algo relevante aqui. Se não for o caso – e eu acredito que não é – não gaste seu dinheiro nem seu tempo com isso.
Curiosidades:
– Na época politicamente correta em que vivemos, eu me sinto ofendido com uma personagem chamada Branca de Neve. É o equivalente a chamar um príncipe africano de Negão de Chocolate. Como alguém de quem costumavam tirar sarro por ser branco demais, isso traz péssimas memórias da minha infância e exijo que o nome do conto clássico seja modificado para Eurodescendente de Neve.
– Obviamente, o tópico acima é apenas uma piada feita para mostrar o ridículo dessa moda de chamar pessoas negras de afrodescendentes, além de outras coisas semelhantes (lembro quando estava em discussão séria mudar o nome de O Corcunda de Notre Dame para O Deficiente de Notre Dame). Mas é verdade que realmente me zoavam nos primeiros anos de escola por ser branco demais. E eu já tinha trauma pelo simples fato de ter sardas e isso piorou tudo. É difícil ser minoria racial no Brasil, onde todo mundo é misturado. 😛
– Aposto que essa parte de curiosidades vai gerar mais comentários do que o resto do texto, então já fique avisado que coisas racistas não serão publicadas. Preconceito é burrice, de qualquer lado que você esteja.