Axes Connection é uma banda gaúcha de metal que lançou recentemente seu álbum de estreia, A Glimpse Of Illumination, a partir de um projeto idealizado pelos irmãos Machado – irmãos “Axe”, sacou?
A música dos caras soa basicamente como uma grande homenagem ao metal mais farofão dos anos 70 e 80. Fica claro que os sujeitos são experientes e sabem o que estão fazendo. As dez músicas que compõem o álbum em geral são bastante coesas, resultando em um conjunto homogêneo.
O que chama a atenção, logo de cara, são os vocais agudíssimos de Márcio Machado. Eles evocam um timbre que soará familiar aos fãs de Guns N’ Roses, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Detonator, etc. – o que pode ser uma boa, se você curte essa galera. Por outro lado, esse mesmo vocal por vezes oblitera um pouco as demais qualidades da banda, chamando mais atenção do que devia.
Nos trechos mais instrumentais, o som do Axes Connection chega a lembrar algo de stoner rock, o que me fez pensar em bandas como a pouco conhecida (mas excelente) Karma to Burn.
A guitarra é sempre rasgadona, como deveria ser, e o baixo se utiliza de escalas relativamente altas – o que não me parece a decisão mais acertada, mas também não é de toda condenável. Já a bateria é sólida e brilha em músicas como Rearrange Yourself.
A banda dá uma derrapada em faixas como Wisdom is the Key, que parece indecisa sobre ser uma música de metal, uma paródia glam/pop ou algo entre ambos. Os caras do Axes gostam de mostrar sua técnica, mas não chegam a ser chatos demais com isso, sabendo quando inserir riffs mais simples e divertidos.
Se você gosta das vertentes clássicas do heavy metal, pode querer dar uma conferida no som da banda:
O saldo deste debut pode ser bastante positivo, se você gosta do estilo mais espetacular e dramático do metal clássico. Seja como for, é sempre interessante ver bandas nacionais se dedicando a fazer um rock pesado. Uma pena, somente, que as músicas sejam cantadas em inglês. O bom e velho metal com letras em português ainda parece um produto em falta no mercado nacional, o que não deixa de ser irônico.