Depois de acompanhar aos processos de plágio e de uma longa espera até a estréia no Brasil, finalmente consegui assistir este Underworld.
Processado pela editora estadunidense White Wolf graças às muitas semelhanças do filme com a série de livros de RPG World of Darkness, Underworld se tornou um verdadeiro fetiche para nerds e jogadores de RPG em geral. Eu, embora seja nerd assumido e goste de jogar RPG ocasionalmente, devo alegar ignorância nesse caso. Já joguei Vampiro: a Máscara algumas vezes, mas simplesmente não tenho repertório suficiente para falar do assunto e das semelhanças. Deixo isso para as outras pessoas, aqui vou comentar apenas sobre o filme.
A trama é bem simples e representa a própria história da humanidade. Vampiros e lobisomens se odeiam e não suportam ter que dividir o mesmo mundo. Como esse ódio começou, ninguém sabe e nem ao menos se importa. A única coisa que importa é que os dentuços exterminem o maior número de bichinhos peludos possível e vice-versa.
Agora cá entre nós, como você esperaria que fosse uma luta entre um vampiro e um lobisomem? Errou. Não precisa nem tentar de novo, pois você vai errar de novo. A briga aqui é feita através de metralhadoras, rifles, revólveres e todo tipo de arma que você pode imaginar. Aliás, como esse pessoal tem balas. Eles simplesmente enfiam o dedo no gatilho e ficam atirando por minutos a fio sem parar em nenhum momento para recarregar. Será que existe algum cheat code que dá munição infinita para filmes?
Romeu e Julieta das trevas era a forma mais comum de vermos a mídia se referir a este filme. Isso criou uma certa expectativa em mim de que o filme seria essencialmente romântico, o que (ainda bem), não é verdade. Todo o drama da vampira que se apaixona pelo lobisomem fica em segundo plano e a ação é privilegiada. Aliás, o filme é daquele tipo “ação descerebrada” e traz muito pouco conteúdo durante seus 133 minutos de duração. Mas o final do filme, quando tudo é revelado, satisfaz e até chega a surpreender (coisa que, convenhamos, é raro hoje em dia).
Veredicto? Acho que vou ficar meio em cima do muro. Digamos que é um filme mediano. Se você gosta de filmes sobre vampiros e lobisomens ou curte um visual gótico, vale a pena dar uma chance. Se a premissa não interessa, passe longe.