Hoje é um dia feliz no DELFOS, delfonauta! Depois de anos resenhando grandes e pequenos lançamentos das mais variadas desenvolvedoras, hoje pela primeira vez vamos cobrir um exclusivo da Nintendo através de uma cópia recebida diretamente da sua assessoria de imprensa. Bem-vindo à nossa análise Yoshi’s Crafted World.

ANÁLISE YOSHI’S CRAFTED WORLD

Yoshi sempre foi meu personagem preferido da turminha do Super Mario. Apesar disso, eu não joguei muitos dos jogos estrelados por ele. De cabeça, lembro-me de ter investido bastante tempo nos Yoshi’s Island de Super Nintendo e de DS, mas os outros passaram batidos.

Yoshi’s Crafted World é uma continuação direta de Yoshi’s Wooly World de Wii U, inclusive criado pela mesma desenvolvedora, a Good-Feel. Se Wooly World se diferenciava pela estética de lã, Crafted World tem um gimmick parecido. Aqui é tudo de papelão – o que imagino que tenha a ver com o investimento da Nintendo no Labo.

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Mais fofo do que peixinhos, só peixinhos de papelão.

E o visual de fato é a primeira coisa que chama a atenção por aqui. O cenário é altamente realista, dando a sensação de que os criadores de fato fizeram as coisas com papelão e fotografaram. Por outro lado, os personagens são peludinhos, e parecem feitos de pelúcia. O resultado é um dos jogos mais fofinhos que eu já vi.

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Yoshi! S2

EM BUSCA DE JOIAS

Apesar de eu ter jogado apenas os Yoshi’s Islands, o gameplay de Crafted World foi imediatamente familiar para mim. Controlando um Yoshi da sua cor preferida, você pode planar ou usar a linguinha para comer inimigos pequenos e transformá-los em ovinhos. Daí, pode usar os ovos para derrotar outros inimigos ou movimentar partes do cenário.

Como um jogo em 2.5D, é possível atirar os ovinhos não apenas para a direita e esquerda, mas também em coisas que estão mais próximas ou mais distantes do plano principal. Em alguns momentos, nosso dinossaurinho preferido também pode andar em outros planos.

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Siga a estrada de papelão amarelo!

As mecânicas são sólidas, criativas e variadas. Em algumas fases, por exemplo, dá para montar em um simpático cachorrinho, que sai correndo na direção em que você está olhando e atropela tudo.

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Au-au!

Cada mundo apresenta novas mecânicas que se combinam deliciosamente com a jogabilidade padrão do Yoshi. Mas em alguns casos, há fases que quebram totalmente o paradigma, e funcionam basicamente como mini-games.

Por exemplo, em uma delas, você controla um mecha-Yoshi, que anda automaticamente para a direita. Seu objetivo é socar os obstáculos que interrompem seu caminho e assim ganhar pontos e chegar ao final o mais rápido possível.

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Celebridades dos games também esperam ônibus.

Nenhum destes mini-games é de fato melhor do que as fases padrão, mas servem como limpadores de paladar, variações bem-vindas que ajudam a experiência a ficar mais variada. Mas o melhor mesmo é algo que eu diria que ninguém faz tão bem quanto a Nintendo.

BOSS BATTLES

É isso mesmo, caro leitor. Meus chefes preferidos são os que estão nos exclusivos da Nintendo. Seja Super MarioDonkey Kong ou até Splatoon, eu simplesmente adoro estas batalhas.

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Além de as lutas serem divertidas, os chefes são muito simpáticos.

Se você já jogou uma dessas séries, sabe como funciona. Você desvia de alguns ataques e daí tem a oportunidade de atacar. Faça isso três vezes e vence. Eu gosto especialmente do fato de que elas são lutas legais e diferentes do resto do jogo, mas não caem na armadilha tão comum em jogos mais focados em ação nos quais os chefes demoram muito para morrer (Devil May Cry, estou olhando para você).

Em especial, comecei a jogar Yoshi‘s Crafted World logo que desisti de vencer o chefe final de Sekiro: Shadows Die Twice. E é incrível como o que critiquei na resenha de Sekiro é exatamente o oposto do que está aqui. Cada chefe em Sekiro serve como uma parede de tijolos, que bloqueia seu progresso totalmente. Enquanto isso, aqui são momentos épicos e cinemáticos que dão uma deliciosa variação à campanha. É uma verdadeira aula de como fazer chefes que outras empresas mais focadas na ação deveriam aprender.

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Este não é um chefe, mas parece, diz aí!

Aliás, a comparação com Sekiro é válida, já que a filosofia deste é totalmente oposta. A From Software gosta de punir o jogador (afinal, ela nos odeia) enquanto Yoshi tem um objetivo bem diferente. Ele quer que quer que você se sinta bem. Se divirta. Isso é refletido em absolutamente todos os seus aspectos. Do visual cheio de cores vivas às músicas tranquilas e pegajosas.

CONTEÚDO OPCIONAL

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É tudo culpa sua, Yoshi!

Se eu adoro os chefes nos exclusivos da Nintendo, tem algo que estes lançamentos sempre têm que não me agrada: os conteúdos opcionais. No caso de Yoshi’s Crafted World, ele insiste para que você jogue novamente as mesmas fases. Por exemplo, depois de concluir um mundo, um NPC pede para você jogar um ovo em coisas específicas do cenário.

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Tipo assim.

Se você pudesse fazer isso em sua primeira visita, vá lá, mas o que acho chato é que o jogo só libera estes desafios a partir da segunda jogada. Outra coisa que entra mais ou menos neste aspecto é o mundo invertido.

Todas as fases de Yoshi’s Crafted World podem ser exploradas pelo outro lado. A ideia é ótima, e permite que você veja coisas que “não deveria ver”. Por exemplo, na sua primeira visita, atrás de uma moita dá para ver uma borboletinha. Do outro lado, você vê que a borboletinha estava sendo segurada e movimentada por um Shy Guy.

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Ver imagem 42.

Isso é muito simpático e fofinho, mas na prática, no gameplay propriamente dito, não é interessante. Todas essas fases invertidas colocam você para procurar por três cachorrinhos escondidos e chegar ao final em um tempo pré-estabelecido. Basicamente, você está fazendo o mesmo caminho com limite de tempo. Ou seja, é uma versão piorada da fase que jogou da primeira vez.

SUPER MARIO GALAXY 2

Quando joguei e resenhei Super Mario Galaxy 2, apontei esta característica (que ali aparece como os cometas) como o pior ponto do jogo. Eu ainda mantenho a opinião que a existência de um conteúdo inferior ao resto do jogo o puxa para baixo. Fazendo um paralelo com música, mais vale um disco tremendão com seis faixas (como Rainbow Rising) do que um com treze na qual apenas seis são boas.

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“Eu tenho certeza que é assim que ele entra nesses troços!”

Dito isso, minha atitude mudou desde que joguei Super Mario Galaxy 2. Naquela época, eu era mais completista. Ia atrás de todos os troféus, fazia todos os desafios. Agora eu tenho menos tempo para jogar, então tenho que maximizar meu aproveitamente enquanto seguro um controle.

Assim, eu joguei algumas dezenas dessas fases opcionais, suficiente para formar uma opinião e perceber que elas são bem inferiores às principais, mas não o suficiente para encher o saco. Após concluir a história, fiz mais algumas para liberar o acesso ao mundo secreto, o que foi consideravelmente mais chato e desnecessário. Acredito que seria uma inclusão bacaninha se fosse feita em moderação. Talvez se apenas uma em cada cinco fases tivesse um lado invertido, eu provavelmente faria todas.

A DESENVOLVEDORA NÃO CHAMA GOOD-FEEL POR ACASO

Yoshi’s Crafted World é um jogo que você vai saborear com um sorrisão no rosto, de preferência cantando junto as melodias das músicas. Você sabe que eu gosto de terror e coisas mais sérias também, mas é inegável que algo tão compromissado com a felicidade se torna simplesmente uma delícia.

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Na imagem: alegria.

Yoshi’s Crafted World não é apenas um jogo altamente recomendado para crianças, mas também para qualquer pessoa que ainda mantém um pouco da fantasia infantil dentro de si.

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