Análise Spark the Electric Jester 2, Spark 2, Brasil, Delfos

Spark the Electric Jester é um jogo brasileiro de plataforma 2D fortemente influenciado por Sonic. Ele está disponível apenas para PCs. Mas esta é a análise Spark the Electric Jester 2. Pois é, o jogo ganhou até uma continuação. E uma deveras ambiciosa pois, assim como Aritana, a turma da Feperd Games decidiu fazer a dolorosa transição para um jogo de plataforma 3D!

ANÁLISE SPARK THE ELECTRIC JESTER 2

Spark The Electric Jester 2 é MUITO parecido com um jogo 3D do Sonic, excluindo toda a gordura de minigames e personagens secundários. Aqui temos pouco mais de uma dúzia de fases pelas quais você passa correndo e pulando. Assim como em Sonic, a pior coisa que pode acontecer é você parar. Assim, uma coisa chama muito a atenção: o combate.

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Spark 2 tem combate real, inclusive com dois botões dedicados a ataques.

Claro, todo jogo de plataforma tem inimigos, mas eu nunca tinha visto um com um combate tão ambicioso. Fark, o protagonista, pode carregar até quatro armas diferentes, tem dois botões de ataque, faz combos. Tem até botão de defesa e parry. A questão é que, pela própria proposta do jogo, isso não acrescenta nada.

Em um bom jogo do Sonic, os inimigos são quase como plataformas ou pequenos obstáculos. É possível vencê-los sem parar de correr, mantendo a adrenalina alta. Aqui você até tem um pulo teleguiado no estilo do ouriço, mas ele só destrói inimigos que estão fracos (representados pela palavra weak que fica ao lado deles). Todos os outros têm barras de vida e, se você desejar vencê-los, deve parar e dedicar a eles a mesma atenção de um inimigo de um Streets of Rage.

Você sabe, eu amo Streets of Rage, mas ele é um jogo de porrada. Spark é um jogo de corrida e plataforma. Assim, é frustrante usar o pulo teleguiado em um inimigo e perceber que não adiantou nada. E não só isso, você perdeu toda sua velocidade no ataque. Na prática, eu comecei a simplesmente passar correndo pelos inimigos.

AVENTURA SÔNICA

E nesse aspecto o jogo se dá bem melhor. Inclusive, ele melhora muito nas últimas fases, que são mais focadas na velocidade mesmo. Os momentos mais divertidos são aqueles em que você está correndo através de loopings, rampas e plataformas em alta velocidade. Porém, falta um polimento geral no jogo, e não me refiro apenas a telas de carregamento infinitas (que acontecem também).

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Em especial, os controles são muito sensíveis. Um simples toque na alavanca, na intenção de desviar de um obstáculo na pista, pode levá-lo a cair no abismo. A opção de alterar a sensibilidade do controle funciona apenas no movimento da câmera, não do personagem.

Nas últimas fases, você está constantemente de ponta cabeça ou inclinado, o que é bacana, mas faz também com que qualquer erro seja fatal, mesmo que você consiga pousar em alguma plataforma. Isso porque para prosseguir é necessário seguir pelo teto ou pela parede, o que é impossível uma vez que você perdeu sua velocidade. O jogo ganharia muito com uma opção de “grudar” nessas plataformas quando necessário.

Apesar de ter várias dificuldades diferentes, elas afetam apenas o combate. E os desafios de plataforma são o que causa a maior parte das mortes. O mais frustrante é que boa parte das vezes que eu morri na minha campanha eu senti que foi por causa dos controles. Por escapar do lado da pista, ou então por não conseguir pousar em uma plataforma – o que é bem mais difícil do que o tradicional, graças à extrema sensibilidade do controle.

AUDIOVISUAL

Spark the Electric Jester 2 é o primeiro jogo nacional que eu vejo com suporte a HDR, o que é bem bacana. Infelizmente, o visual dele é feinho, com personagens simples e pouco carismáticos. As cutscenes não contribuem para isso, sendo mostradas sem nenhuma música ou efeito sonoro, apenas aquele barulhinho de máquina de escrever quando os personagens falam.

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Os personagens de Spark 2 não têm o carisma tradicional do gênero.

Curiosamente, a música é o único aspecto do jogo que parece ter sido completamente desenvolvido. TODAS as canções são legais e divertidas. Inclusive, os temas das batalhas com chefes são até cantadas. É um contraste bem grande uma trilha sonora tão legal em um jogo onde falta tanto polimento em outros aspectos.

SONIC BOOM

Jogar Spark the Electric Jester 2, para mim, foi como jogar a versão alpha de um jogo promissor. Tem um esqueleto bacana aqui, mas ele simplesmente não parece completo. Como uma casa sem acabamentos, falta os toques finais para fazer o game brilhar.

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Fazer este tipo de jogo, um plataforma 3D focado na velocidade, é muito difícil. Não é caro, como um The Last of Us ou Red Dead Redemption 2, mas exige muita habilidade no level design e nos pequenos detalhes de gameplay. Não é à toa que a própria Sega pena para fazer bons jogos do Sonic em 3D.

Eu admiro o pessoal da Feperd Games por ter encarado este hercúleo desafio, mas eu acredito que a ambição de arriscar no 3D foi um pouco além de suas habilidades. Por outro lado, é um gênero que absolutamente ninguém mais faz. Eu, pelo menos, não me lembro de nenhum outro jogo na linha Sonic 3D a não ser os próprios Sonic. Só isso já destaca Spark the Electric Jester 2 da galera.