Soulblight é um jogo curioso. Ele visa trazer de volta a sensação de jogar um RPG de mesa, onde você tinha que pensar como o seu personagem, e não apenas ganhar XP para ficar mais poderoso. Bem-vindo à nossa análise de Soulblight.

ANÁLISE SOULBLIGHT

Soulblight é um roguelike visto de cima e bastante impiedoso. Ele também não é muito claro em suas mecânicas, mas na verdade é bem simples.

DELFOS explica: qual a diferença entre roguelike e roguelite?

As fases são procedurais, e em todas elas você deve explorar e abrir baús para encontrar a “missing part“. Este trocinho, que parece uma engrenagem, serve para abrir a porta para a próxima fase. Repita e veja quão longe você consegue chegar.

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Você precisa disso para progredir.

Entre as fases, você terá a possibilidade de adquirir taints. E é aí que entra a pegada RPG de mesa. Você pode, por exemplo, escolher ser alcoólatra, o que vai aumentar suas estatísticas quando estiver bêbado, mas vai deixá-lo mais fraco se não consumir álcool por algum tempo. Os taints funcionam basicamente como uma skill tree tradicional, mas você precisa escolher os que se adaptam a seu estilo de jogo.

Aí entra uma parte do que torna Soulblight tão obtuso. Veja esta imagem.

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Este taint faz um ícone que eu não sei o que é diminuir com o tempo, ao mesmo tempo que faz outro ícone que sabe Deus o que significa ganhar +3%. Este é um problema comum em RPGs. Custa escrever o que diabos cada ícone significa? Como eu posso saber o que escolher se para mim estes símbolos são mais aleatórios do que hieróglifos?

COMBATE IMPIEDOSO

As fases são repletas de inimigos e, se você for muito paciente, pode chegar neles por trás e assassiná-los. Quando isso não der certo, as lutas envolvem administração de fôlego e de proximidade. Ao encostar num inimigo, vocês ficam grudados, mas você pode escolher usar seu fôlego não para atacar, mas para empurrá-lo e assim quebrar contato.

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Malditos sejam os inimigos com escudos!

Na prática, a coisa funciona como um combate em turnos, mas em real time. Você precisa administrar o tempo dos ataques, a proximidade e seu fôlego muito bem, ou não vai chegar muito longe.

E aí entra outra mecânica: os machucados. Isso foi o que eu mais demorei para entender, mas depois fez sentido. Cada vez que sua vida é esvaziada em combate, você adquire um machucado. Você aguenta até quatro deles. No quinto, morre. Cada tipo de machucado tem uma forma de cura. Você pode precisar estancar a sangria, usar curativos ou se costurar. Para isso, você precisa de itens encontrados nos labirintos, então é mais um motivo para explorar tintim por tintim.

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Aqui você vê meus três machucados e o que eu preciso fazer para me livrar deles.

Como é tradicional em um roguelike, ao morrer, você volta para o início, perdendo todos seus itens e armas. A única coisa que sobra é o que você colocar em um baú durante as fases, mas só dá para colocar dois itens lá e eu não encontrei nenhuma forma de aumentar.

Aliás, Soulblight peca em não ter senso de progressão nenhum. Morreu, perdeu tudo. Volta do início. Não há upgrades permanentes e as fases são todas praticamente iguais. Eu joguei algumas dezenas de vezes e sinceramente não sei dizer quão perto cheguei do final. Isso se há um final.

Soulblight, como todos os roguelikes, são para pessoas que têm muito tempo e poucos jogos. Este definitivamente não sou eu, mas se for você, ele traz algumas ideias e mecânicas criativas e diferentes.