Esta é a segunda vez que o animê norte-americano RWBY aparece aqui no DELFOS. E, pela segunda vez, é falando de games. A primeira vez foi nossa análise RWBY Grimm Eclipse. Hoje vamos falar de um muito mais legal, e um tanto mais simples. Bora para a análise RWBY Arrowfell?
ANÁLISE RWBY ARROWFELL
RWBY Arrowfell é um metroidvania em fases (quê?) desenvolvido pela sempre estilosa WayForward. Temos aqui um game de ação em plataforma 2D single player, em que você alterna entre as quatro heroínas para vencer os desafios apresentados.
O que torna RWBY Arrowfell tão gostoso são seus controles precisos. Já joguei muitos games neste estilo, que exigem trocar de personagens para usar habilidades apropriadas para a situação, mas isso nunca foi tão fácil quanto aqui. Isso porque cada uma das heroínas é ativada movendo a alavanca direita para uma das direções cardeais. A troca é rápida, e permite fazer mudanças no meio do combate ou de pulos mais complicados.
As habilidades em si não são especialmente novas. Ruby faz um dash. Uma outra quebra pedras. Outra, ainda, cria um clone que ataca ao mesmo tempo, efetivamente dobrando a força dos seus ataques. Veja o vídeo abaixo para ter uma ideia deste poder em funcionamento.
ANÁLISE RWBY ARROWFELL É AÇÃO NON-STOP
Todas as habilidades são necessárias para progredir, e todas são automaticamente melhoradas em horas determinadas da campanha. O poder do clone, por exemplo, eventualmente permite liberar duas cópias. Isso efetivamente triplica seu poder de ataque, mas mais importante para avançar, possibilita pisar em dois botões ao mesmo tempo para abrir portas. E aí vem o aspecto metroidvania em fases.
RWBY Arrowfell não é um game linear, do tipo ande para a direita até chegar ao final. Mas também não é tão aberto quanto um metroidvania tradicional, em que um único mundo e todas suas áreas, são interconectadas. A coisa aqui é bem semelhante a games antigos como Quackshot.
METROIDVANIA EM FASES
Em geral, você recebe um ou mais objetivos ao mesmo tempo, e exclamações aparecem no mapa, mostrando onde eles podem ser cumpridos. Então você escolhe uma fase, entra e explora. Durante a exploração, vai fatalmente encontrar áreas inacessíveis. Porém, cumprir os objetivos vai abrindo as áreas exploráveis.
Assim, é comum você precisar entrar várias vezes na mesma fase, a cada nova visita explorando novos caminhos. A coisa nunca chega a ficar realmente chata, nem mesmo no fatídico momento de “visite o mundo inteiro novamente“, pois seus objetivos sempre são destacados no mapa mundial. Além disso, nenhuma das fases é realmente muito longa. Simplesmente explorando novamente, você encontra áreas em que pode entrar agora. E, daí em diante, a coisa rola de forma mais linear até seu objetivo.
Outra coisa legal é que você pode sair pelo menu de qualquer fase a qualquer momento, imediatamente salvando objetivos e tudo que conquistou. Isso evita aquela pentelhação tradicional de ter que ir até a saída, ou até um ponto de fast travel.
PORRADA E PULOS DELICINHA
O gameplay de RWBY Arrowfell lembra um bocado o de clássicos como Castlevania, embora seu visual pareça uma versão modernizada de Mega Man X. O legal é que é tudo muito rápido e intenso. Quando você está simplesmente avançando na fase, você corre, pula e bate sem ficar parado em nenhum momento. É quase como um speed run, com a diferença de que não há punição para quem desacelerar. A adrenalina é bem alta por aqui.
A dificuldade também ajuda nisso. Inicialmente, o game parece muito difícil. As heroínas têm uma barra de vida compartilhada que, quando é esvaziada, faz perder um coração. A questão é que isso não preenche a barra imediatamente. Em outras palavras, tomar duas porradas em pouco tempo tira dois corações, sem choro.
Porém, após alguns upgrades, é possível aumentar o quanto da barra verde se recupera sozinha, bem como a quantidade de corações. Somando isso ao fato de que os inimigos constantemente dropam corações e orbes verdes, você acaba jogando RWBY Arrowfell de forma bem descuidada, bem como uma heroína super-poderosa e invencível. Perder um coração não significa quase nada depois de alguns upgrades. E, de fato, o jogo acaba tão fácil que eu o terminei sem perder nenhuma vida na campanha inteira, o que não acontecia há muito tempo.
ESTILO DA WAYFORWARD
Para terminar, gostaria de mais uma vez falar o quanto eu gosto do estilo da WayForward. Essa galerinha sabe criar games com sabor retrô, mas que são modernos ao mesmo tempo. Jogar um de seus games em 2022 dá a sensação que tínhamos em superproduções de fliperama dos anos 90. RWBY Arrowfell, por exemplo, traz (poucas) cutscenes em desenho animado, músicas cantadas e um visual brilhante e colorido.
Ao mesmo tempo, jogá-lo é deliciosamente retrô. A sensação é de que temos aqui uma pérola perdida do Super Nintendo. Porém, se você viveu a época, fatalmente perceberá quão melhor RWBY Arrowfell é em qualidade de vida e concessões modernas. Sem falar, claro, em gráficos e sons que os 16-bit nunca seriam capazes de reproduzir.
RWBY Arrowfell é um jogo especial sem ser especialmente marcante. Ele é rápido e empolgante o suficiente para você se divertir jogando até o final. Porém, assim que os créditos subirem, já vai começar a desaparecer na sua memória. Este é o motivo pelo qual não ganha uma nota mais alta. É legal como uma dose extrema de nostalgia moderna e, para quem procura por isso, uma excelente pedida.