Em 2007 foi lançado o filme Mandando Bala. Desde então, eu costumo me referir a ele como a melhor adaptação de games já feita. Aliás, o título original dele, Shoot’em Up, é um gênero de games. Pois se Mandando Bala ganhasse um jogo, ele seria bem parecido com este. Bem-vindo à nossa análise My Friend Pedro.
PEDRÃO! Análise My Friend Pedro
Aqui você controla um sujeito mascarado que acorda em cativeiro e resolve sair por aí Mandando Bala. O Pedro do título é uma banana flutuante (!) que conversa com você ao longo da história.
Uma forma bem simples de resumir o gameplay de My Friend Pedro é “Max Payne de baixo orçamento”. O jogo não tem vozes, o visual é bem feinho e pouco inspirado e a música é péssima. Felizmente, no que realmente importa, o gameplay, ele é ótimo.
A ação se desenvolve em fases lineares sem enrolação. Não há colecionáveis e nenhuma outra besteira para gastar seu tempo. Basta andar e atirar, de preferência de forma estilosa. Para aumentar o estilo, você tem a tradicional habilidade de câmera lenta. O legal é que a barra que limita o poder se enche rapidamente então, se desejar, dá para jogar quase o tempo todo em slow motion.
Também dá para usar algumas armas em dupla, possibilitando mirar e atirar em dois desafetos ao mesmo tempo. Combine ambos e seja estiloso. Dá para se pendurar em um cabo enquanto atira ou até andar de skate, pular e chutar o skate na direção dos pusilânimes. Muitas vezes em My Friend Pedro você faz coisas mais elaboradas não por serem mais fáceis ou mais inteligentes, mas simplesmente por serem mais legais!
O jogo é relativamente simples. Logo no início, eu fiquei com a sensação de que já tinha visto tudo que ele ofereceria. Eu estava errado. My Friend Pedro é excelente em criar expectativas e depois transformá-las em surpresas.
PEPÊ!
Uma das primeiras surpresas foi uma fase deveras empolgante de tiroteio na estrada, dirigindo uma moto.
Muitas outras viriam depois, incluindo uma adaptação direta de uma cena de Mandando Bala em que os pipocos rolam enquanto você cai de um prédio.
Daí você começa a achar que as surpresas vão se limitar a cenas de ação pintudas, e o jogo apresenta uma fase de plataforma, ou uma em que você deve evadir lasers que parece tirada de Missão: Impossível.
Parece que eu dei muitos exemplos, mas acredite, há muito mais para você descobrir ao longo da campanha. Os cenários não são muito variados, com cada localidade tendo várias fases ali, mas o level design é assaz criativo e de altíssima qualidade.
E há chefes, também, é claro, mas os melhores momentos de My Friend Pedro são aqueles em que você é um exército de um homem só, atirando em dezenas de caboclos enquanto desvia de suas balas.
PEDRÔ!
A Devolver Digital se refere a My Friend Pedro como um ballet de balas, e esta é uma boa descrição. Apesar de o visual não impressionar e ser bem feinho, a ação em câmera lenta é bem estilosa e parece uma dança. Max Payne impressionou lá em 2001 por dar a sensação de jogar Matrix. My Friend Pedro passa esta mesma sensação para um espaço 2D, e funciona tão bem quanto.
A dificuldade padrão é relativamente fácil, e há checkpoints frequentes, o que contribui para o aspecto lúdico do gameplay. Para quem deseja um desafio maior, é só aumentar a dificuldade. Também é possível selecionar qualquer fase anteriormente alcançada, então My Friend Pedro demonstra ser um jogo totalmente focado em entretenimento e diversão.
A história traz humor e tal, mas o fato é que a maior parte das risadas serão arrancadas pela absurda pintudice das cenas de ação que você vai viver. Se você, como eu, gosta de Testosteronas Totais exagerados e que não se levam a sério, My Friend Pedro trará horas de diversão.