Mages of Mystralia saiu em 2017 para PC, Xbox One e PS4, mas de alguma forma, passou batido pelo meu radar. No final de janeiro, chega finalmente para Switch, e esta foi a versão que eu conferi nesta análise Mages of Mystralia.
ANÁLISE MAGES OF MYSTRALIA
Mages of Mystralia conta a história de Zia, uma moçoila que descobre ser uma feiticeira em um mundo no qual feitiçaria é ilegal. E seus poderes se manifestam da pior forma possível: na melhor tradição X-Men, ela sem querer bota fogo na sua casa. Resultado: é exilada de sua vila.
Felizmente, Zia logo conhece um sujeito que se apresenta simplesmente como Mentor. Ele vai ser o Professor Xavier da Zia, inclusive abrigando-a numa pequena escola para jovens superdotados chamada Haven.
Assim, você controla Zia conforme ela vai aprendendo a usar seus poderes. Obviamente, a coisa não para aí, pois não demora para rolar um eclipse e, adivinha só, a inexperiente feiticeira vai ser designada para encontrar e vencer quem está por trás da timidez do Sol.
MONTE SEUS PRÓPRIOS FEITIÇOS
Logo nos primeiros minutos, Zia adquire três feitiços, acionados com três dos quatro botões da frente do controle. Um deles é praticamente um ataque padrão. Outro atira um foguinho. O último cria um caminho de gelo, que permite caminhar sobre a água.
Estas são suas formas básicas, mas é aí que entra a parte mais única de Mages of Mystralia. Durante sua campanha, você vai adquirir dezenas de runas, e vai poder editar seus três feitiços no menu. Assim, dá para acrescentar movimento, engatilhar um segundo feitiço quando ele atingir um obstáculo ou um monte de outras coisas.
As magias servem, obviamente, para ataques, mas esta personalização atinge um nível considerável de complexidade nos puzzles. Por exemplo, qual é a utilidade de uma runa que faz o foguinho ser atirado para trás ao invés de para frente? Ela existe exclusivamente para a solução de um único quebra-cabeça.
Lembra como, nas provas de escola, os professores que não tinham capacidade de formular perguntas bem escritas colocavam aquela marmelada de “a interpretação das questões faz parte da avaliação”? Pois então, aqui saber como montar os feitiços faz parte da solução.
Felizmente, dá para montar e salvar vários feitiços diferentes, podendo inclusive dar nomes a eles e selecioná-los de forma rápida e simples. Então estes feitiços personalizados acabam dando a graça do jogo.
COMBATE
O mais legal é o quanto seus ataques evoluem conforme você combina runa após runa. O tal foguinho, que originalmente só servia para acender isqueiros, se tornou um míssil mágico triplo teleguiado, que quica nas paredes e engatilha um ataque físico quando encontra seu alvo. Poucos são os jogos em que você fica tão mais poderoso do que era no início.
Inimigos que te davam trabalho nas primeiras horas são vencidos em segundos depois de uma customização caprichada. E daí vem os chefes, batalhas épicas que têm timing e duração excelentes.
O combate e os puzzles são muito bem intercalados, garantindo uma campanha bem planejada e variada. O gamedesign segue a linha metroidvania, com novas áreas sendo abertas conforme novas habilidades são adquiridas. Porém, o jogo é claramente dividido em fases, inclusive com longas telas de loading separando-as.
A parte que mais me incomodou foram uns puzzles chatinhos que envolvem não seus feitiços bacanudos, mas simplesmente conectar raios de luz. É basicamente um minigame e, se me permite a franqueza, são um tanto sacais.
AUDIOVISUAL
Visualmente, Mages of Mystralia tem cores bem vivas, mas seu design não é especialmente bonito nem detalhado. Senti que ele tem uma certa cara de jogo de celular.
A música, por outro lado, é excelente, mas há um problema no Switch que faz com que o volume geral fique muito baixo. No modo portátil, você praticamente não ouve nada, e na TV eu precisei aumentar o volume quase até o máximo. A desenvolvedora promete arrumar este problema até o lançamento, no entanto, então você provavelmente não vai encontrá-lo.
Mages of Mystralia não é um tremendo metroidvania, mas é competente o suficiente para valer a pena. Além disso, quase todos os jogos de Switch que eu cobri por aqui, eu terminei em uma única tarde. Com sua campanha de 11 horas, este foi o primeiro que eu joguei por alguns dias até terminar, o que lhe confere uma sustância que simplesmente não é comum no console da Nintendo.