O visual é algo importantíssimo quando vou decidir se vou cobrir um jogo aqui no DELFOS. Esta análise Gato Roboto quase não aconteceu justamente por causa disso. Quando eu rodei o primeiro vídeo do jogo, imediatamente falei “nope“, e voltei para a lista de lançamentos. Quer dizer, olha só a cara dele.
Já falei aqui como o visual pixelado não me agrada. Afinal, não gastei uma fortuna num videogame moderno para jogar algo que rodaria num Nintendinho, e acho que você também não. E Gato Roboto, embora tenha arte com jeito de Nintendinho, é monocromático. Tipo, ele não é preto e branco como o que normalmente chamamos de preto e branco, que tem vários tons de cinza. Ele, literalmente, traz apenas as cores preto e branco. Definitivamente não é para mim.
Porém, eu estava sedento por um novo e bom metroidvania, e a recepção para o gameplay de Gato Roboto estava excelente. Fui atrás e… meu amigo, este é um excelente caso de que não se pode julgar um jogo pela aparência. Tirando o visual, Gato Roboto é quase perfeito!
ANÁLISE GATO ROBOTO
O jogo começa no local abaixo.
Gato Roboto não é um metroidvania como gênero. Ele é praticamente uma continuação espiritual de Super Metroid, mantendo tudo que o clássico da Nintendo tinha de bom, mas incluindo algumas qualidades de vida modernas.
A jogabilidade, incluindo seus upgrades e habilidades, é basicamente a mesma. A sacada é que você controla um gatinho. Um gatinho dentro de um mech (!!!). Eventualmente, você é obrigado a sair do mech, ficando indefeso e vulnerável e sendo obrigado a evitar os inimigos. E, em raras situações, vai entrar em outros mechs, incluindo um submarino bem bacana.
Apesar de não apresentar novidade alguma, Gato Roboto traz um controle responsivo e um level design primoroso. Combinadas, estas características o tornam um dos jogos mais agradáveis do ano até o momento. Ele consegue evitar todas as pentelhações dos jogos modernos.
Por exemplo, a dificuldade. Gato Roboto é um jogo bem sossegado. O foco é no gameplay e na exploração, não em ficar morrendo e repetindo as mesmas partes. Todo chefe tem um checkpoint imediatamente antes da batalha. O único problema neste aspecto é que você é obrigado a ver de novo os diálogos que antecedem as lutas cada vez que morre.
ARMADILHAS DOS METROIDVANIAS
Se você já jogou qualquer metroidvania, sabe como funciona. Você passa por lugares que não consegue acessar até desbloquear alguma habilidade futura. Este é um ponto em que Gato Roboto ruleia. Aqui isso acontece, mas sempre dentro da mesma fase.
Ao cumprir o objetivo de uma das fases, ainda sobram áreas não exploradas naquela região. Você pode voltar para o hub e continuar a história, ou usar os upgrades recém-adquiridos para fazer a rapa. Nunca acontece de você “resolver” a fase, não ter as habilidades necessárias e ter que voltar o mapa inteiro horas depois só para pegar um upgrade. Você sempre tem a oportunidade de completar o mapa antes de deixá-lo para trás, e isso para mim elimina totalmente a pior característica dos metroidvanias.
Os chefes também são muito legais e trazem um quê de Sonic, pois costumam envolver um ratinho, que cada vez aparece montado em uma máquina diferente, exatamente como o Eggman.
Com tudo isso, Gato Roboto se tornou um dos raros metroidvanias em que eu me diverti absolutamente o tempo todo. Neste aspecto, ele parece uma versão feia, mas igualmente caprichada do Guacamelee.
A SURPRESA DO ANO
Gato Roboto durou para mim exatas quatro horas e 47 minutos. Curiosamente, embora eu tenha revelado todo o mapa e aparentemente coletado todos os upgrades, eu só fiz 97%.
Isso o torna um metroidvania relativamente curto, mas é também bem intenso, sem desperdiçar o tempo do jogador em nenhum momento. Para completar, está sendo vendido a um precinho camarada, então na relação preço X diversão, este provavelmente é um dos grandes negócios do ano. Se você gosta de jogos de ação e exploração em 2D, não se deixe afastar pela estética feiosa: Gato Roboto é um jogo fantástico!