Vivemos uma época totalmente retrô nos videogames. Porém, tem um estilo de jogo que está praticamente extinto há muitos anos: jogos de navinha no estilo Star Fox, After Burner ou Panzer Dragoon. Temos alguns jogos semelhantes, até de alto orçamento, mas eles costumam ter movimentação livre, sendo basicamente combate em arenas. Eu gosto mesmo do estilo em fases, no qual as naves sempre voam para a frente e você apenas manobra e atira. Eu fui atrás de criar esta análise Fluxteria porque achei que ele seria nessa linha.
ANÁLISE FLUXTERIA
E sim, ele até é. Na verdade, na falta de uma campanha, ele apresenta quatro modos de jogo, cada um com cinco cenários. Terminou uma fase, você volta para a tela inicial para escolher a próxima.
Os cinco modos são Assault, Obstacle, Survival e Time Attack. Vou falar um pouco sobre cada um deles, é claro.
Assault e Obstacle são os mais legais e mais próximos do que eu queria. O primeiro é típico Star Fox. A navinha se movimenta sem parar num caminho linear e você ataca os inimigos para sobreviver e chegar ao fim. Obstacle tem o mesmo tipo de movimentação, mas ao invés de focar no tiroteio, você deve apenas desviar dos obstáculos e chegar vivo até o final.
Bons jogos do gênero costumam alternar ambos os estilos em sua campanha. Aqui, você pode escolher diretamente o que deseja fazer e não há nenhuma intersecção entre eles.
OS OUTROS MODOS
Survival é o estilo mais comum no gênero atualmente. É uma área aberta, com movimentação livre, e recheada de inimigos. Destrua todos para vencer. Imagino que tem bastante gente que curte essa linha de gameplay, considerando que é a que se mantém viva até hoje, mas mesmo no excelente Star Fox 64, essas eram as fases que eu menos gostava.
Aqui também torra um pouco o saco, pois é comum os inimigos atacarem por trás e até você virar – mesmo apertando o triângulo, que vira instantaneamente – os inimigos já te “atravessaram”. Além disso, o radar é 2D, então não dá para saber se sua presa está acima ou abaixo de você. Assim, é comum ficar um tempão vagando, procurando aquele último inimigo que, segundo o radar, está coladinho na sua nave.
Por fim, o último modo, Time Attack, usa a mesma movimentação livre do Survival, mas seu objetivo é pegar colecionáveis. Há naves inimigas, mas elas são apenas obstáculos, uma vez que você não precisa destruir todas para vencer.
A PARTE OPINATIVA
Se Fluxteria fosse um jogo feito por amigos meus como um teste ou um protótipo, eu provavelmente os incentivaria. Porém, como um jogo sendo vendido, acaba sendo mais complicado, mesmo ele sendo mais barato do que a maioria dos games de console.
O visual é bem simples, em low poly. O som é mal mixado, com tiros muito altos e música quase inaudível (mesmo diminuir o volume dos efeitos no menu não parece fazer diferença). Os controles não são macios (ajustar as opções tem um delay de mais de um segundo entre o momento que você aperta o botão e o que ele registra). Nem mesmo as explosões são bonitas.
Talvez o mais grave, no entanto, é a performance. Para um jogo com um visual tão simples (mais simples até do que Star Fox 64), ele roda muito mal. Não tenho como medir isso, mas a animação é tão estranha que chutaria que ele roda a 15 fps ou menos. Sabe aquele visual de danceteria, em que as luzes piscando fazem os movimentos parecerem poses fixas? Mover a câmera aqui causa essa sensação.
PLATINA DE DUAS HORAS
Sei que existe muita gente que compra jogos por causa de platinas fáceis e rápidas, e tem um monte de fóruns na internet que trocam dicas de jogos que se encaixam nisso. Acredito que talvez este seja o público para Fluxteria. Basta vencer todas as suas fases (o que pode ser feito em duas horas ou menos) e você ganha uma brilhante platina nova. Acredito que, na minha coleção de 61 platinas, esta foi a mais rápida e fácil.
Acho difícil que alguém que compre o jogo com outros objetivos fique plenamente satisfeito. Mesmo em um mundo sem concorrentes para o gênero e com um preço baixo, Fluxteria infelizmente não vale a pena.