Escrever esta análise Endling – Extinction is Forever é difícil. Isso porque este é o tipo de jogo criativo, que fico feliz que tenha gente fazendo. Por outro lado, o ato de jogá-lo foi um sofrimento para mim. Me acompanha enquanto elaboro este sentimento?
ANÁLISE ENDLING – EXTINCTION IS FOREVER
Endling – Extinction is Forever é um game 3D onde você só se movimenta para a esquerda e direita. É uma história de sobrevivência, envolvendo uma família de raposas. Logo no início, um dos quatro filhotes é raptado. O papel do jogador, assumindo as vezes da mamãe raposa, é de sobreviver com seus pimpolhos por cerca de um mês, até a história terminar de ser contada.
O gameplay é basicamente de sobrevivência em mundo aberto. Há um mapa cujos caminhos vão lentamente se abrindo. Toda noite, seu principal objetivo é encontrar comida suficiente para as crianças, e daí voltar à toca antes de a noite terminar. Este limite de tempo é representado por uma barra, mas curiosamente, quando ela fica vazia, nada parece acontecer. Imagino que tenha um período de lambuja, mas eu sempre consegui voltar à toca antes de algo terrível acontecer.
Além da fome, há caçadores que podem te matar ou te machucar, trazendo momentos de stealth ao gameplay de sobrevivência.
O QUE FAZER ALÉM DE SOBREVIVER?
Você precisa explorar o cenário e ir cada vez mais longe da toca para conseguir comida, uma vez que os recursos consumidos não se renovam. Em algumas noites, pontos de interrogação aparecerão no mapa, e você pode investigá-los para ver o que está rolando lá.
O grosso da história acontece em algumas noites pré-determinadas. Nessas, um rastro rosa vai aparecer, e você deve seguí-lo para ver algumas imagens estáticas que dizem o que está acontecendo com o pimpolho raptado. Estas seriam as, digamos assim, “missões de história”.
Caso a mamãe raposa morra, você vai reiniciar do início da noite atual, com a quantidade de fome e de filhotes que tinha naquele momento. Caso um dos filhotes morra, a história continua sem ele. Você precisa sobreviver por cerca de 30 dias para descobrir tudo que aconteceu e chegar à missão final. E sim, parece que Endling é naquele esquema “quanto tempo você consegue sobreviver”, mas há um final real para a campanha.
ANÁLISE ENDLING E A DIVERSÃO HOMEOPÁTICA
Endling – Extinction is Forever causa uma excelente primeira impressão. Este é um game lindíssimo, com uma trilha sonora belíssima. A abertura do game faz parecer que ele será algo no estilo de Limbo, mais linear e cinemático. Mas não é o caso. Logo após a abertura, ele entra na sua rotina principal, que envolve basicamente sobreviver a cada noite.
Claro, existe muita gente que gosta desse tipo de gameplay de sobrevivência. Mas não é o meu caso. Ficar andando a esmo por um mapa procurando comida e recebendo pitacos sutis de história não é minha ideia de diversão. Isso fez com que eu visse um valor enorme em Endling. Em sua construção audiovisual e em sua capacidade de causar sentimentos. Mas ao mesmo tempo, a cada noite que sobrevivia, olhava quantas bolinhas de história ainda precisava cumprir para terminar.
CURTO, PORÉM LONGO DEMAIS
E Endling não é um jogo longo. Eu joguei do início ao fim em apenas uma tarde. Porém, seu gameplay foi tão entediante para mim que ele pareceu muito mais longo do que outros jogos que me apetecem mais. Apesar de não ter tido dificuldades para chegar ao final, não dá para negar que quando os créditos subiram, fiquei aliviado. Aliviado e triste, porque a história em si é bem dramática. Mas o jogo foi chato pra burro.
Daí a dificuldade em escrever esta análise Endling. Eu vejo muitas qualidades aqui. Durante toda a campanha, fiquei impressionado com o visual, por exemplo. Em nenhum momento senti que estava jogando algo ruim, ou malfeito. Mas também não me diverti em nada que veio depois da abertura. Por isso optei por encerrar esta resenha sem uma nota facilmente digestível. Endling – Extinction is Forever não é um jogo fácil de digerir. E isso tem seu valor.